António de Almeida Santos: diferenças entre revisões

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| nome=António de Almeida Santos
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Elemento da [[Tuna Académica da Universidade de Coimbra|Tuna Académica]], foi intérprete do canto e da guitarra de [[Coimbra]], devendo-se-lhe umas conhecidas ''Variações em ré menor'', bem como a interpretação vários temas tradicionais do [[Fado de Coimbra]], como ''Nossas mágoas'' ou ''Balada do entardecer'', que gravou em ''single''.<ref>[http://www.gobeats.net/mp3-Almeida%20santos Gobeats.net]</ref>
 
Estabeleceu-se como [[advogado]] em [[Lourenço Marques]] (atual [[Maputo]]) em [[1953]], onde viveu durante mais de 20 anos. Nesta província ultramarina foi um dos mais importantes defensores dos presos políticos, juntando-se também à defesa da autodeterminação a partir do contacto com o ativista nacionalista [[Filipe Mussongui Tembe Júnior]], mais conhecido por Filipana.{{semcarece de fontes|data=abril de 2017}}
 
Almeida Santos pertenceu ainda ao Grupo dos Democratas de Moçambique e foi candidato, por duas vezes, às eleições para a [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]], em listas da Oposição Democrática. Viu, em ambos os casos, anulada a sua candidatura por ato da Administração Colonial.<ref>http://www.ps.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32&Itemid=37|Biografia de Almeida Santos no Sítio Oficial do Partido Socialista</ref>
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É autor de mais de uma dezena de livros, incluindo ensaios jurídicos. Em [[2006]], publicou ''Quase Memórias'', uma autobiografia em dois volumes, grande parte da qual dedicada ao processo de descolonização entre [[1974]] e [[1975]]. Neste livro, avança uma explicação para a mudança de atitude de [[Samora Machel]] (que conheceu de perto) em relação aos portugueses. Com efeito, é quase consensualmente admitido que uma das principais razões do colapso da economia moçambicana após a independência foi a partida precipitada da maioria dos cerca de 200&nbsp;000 portugueses residentes em Moçambique até ao 25 de Abril de 1974, e que esse êxodo terá sido provocado por uma mudança brusca de atitude por parte de Samora Machel. O governo de transição que iria dirigir Moçambique entre o acordo de cessar-fogo (assinado a 7 de setembro de 1974 em [[Lusaca]] pelo governo provisório português e pela [[Frelimo]]) e a independência (prevista para 25 de junho do ano seguinte) tinha-se mostrado bastante conciliador. O primeiro-ministro, Joaquim Chissano (que se tornaria presidente da República depois da morte de Machel, doze anos mais tarde), conseguiu convencer a maior parte dos brancos de que somente os que tivessem graves responsabilidades nas páginas mais sombrias da época colonial poderiam recear o governo da Frelimo. Ora, um mês antes da independência, ou seja, em meados de maio de 1975, Samora Machel entrou em Moçambique pela fronteira norte, vindo da [[Tanzânia]], e encetou um périplo com destino à capital, situada no extremo sul, aonde deveria chegar na véspera da independência. Ao longo dessa viagem, inflamava literalmente as massas com os seus discursos, nos quais não cessava de repisar os aspetos mais odiosos e humilhantes do [[colonialismo]] (na perspetiva dos colonizados). O mal-estar instalou-se progressivamente entre a comunidade portuguesa, numerosos membros da qual decidiram ir refazer a vida noutras paragens.
 
Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos. Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da [[União Soviética]], para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
 
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria, portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia encorajá-los a ficarem.
 
No livro ''Que Nova Ordem Mundial?'', de [[2009]], Almeida Santos defende convictamente a [[nova ordem mundial]] e a [[globalização]] e propõe soluções que envolvam a globalização da política, não só do comércio.
 
Em Maio de [[2007]], defendeu a [[Aeroporto da Ota|Ota]] como localização preferencial do novo aeroporto de Lisboa, argumentando que se o mesmo fosse construído na margem sul do Tejo, terroristas poderiam dinamitar as diversas pontes sobre o Tejo, cortando o acesso ao Aeroporto. Foi bastante criticado na altura.<ref>http://www.publico.clix.pt/Economia/almeida-santos-invoca-possivel-atentado-terrorista-para-justificar-aeroporto-na-margem-norte_1294865</ref>
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Em Maio de [[2011]], defendeu que José Sócrates deveria demitir-se no caso de perder as eleições.<ref>{{citar web|url=http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/almeida-santos-nao-devemos-exigir-de-socrates-que-fique-num-governo-em-que-nao-seja-lider_1495488|titulo=Almeida Santos: "Não devemos exigir" de Sócrates que fique num governo em que não seja líder |autor=Jornal Público |data=|publicado= |acessodata=}}</ref>
 
Foi Presidente da Assembleia Geral da [http://www.geocapital.com.mo/ GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A.], com sede em Macau, cujos acionistas de referência são Jorge Ferro Ribeiro, Stanley Ho e Ambrose So{{semcarece de fontes|data=abril de 2017}}.
 
A 25 de Abril de 2004 foi agraciado com a Grã-Cruz da [[Ordem da Liberdade]], a 6 de Junho de 2008 com a Grã-Cruz da [[Ordem Militar de Cristo]] e a 8 de Março de 2017 com a Grã-Cruz da [[Ordem do Infante D. Henrique]], a título póstumo.<ref name="OHn"/>
 
Foi também membro da [[Maçonaria]] Portuguesa<ref>{{cite newscitar jornal|url= http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2118382 |titletítulo=Mais de 80 maçons em cargos influentes |publisherpublicado=Diário de Notícias |datedata=2011-11-12 |accessdateacessodata=2012-01-07}}</ref>, com o grau máximo, o Grau 33.{{semcarece de fontes|data=abril de 2017}}
 
==Morte==