Batalhão de Operações Policiais Especiais (PMERJ): diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:14102013 nova farda do BOPE 008.jpg|miniaturadaimagem|Operador testando a nova farda camuflada.]]
Em 22 de junho de 2016, o BOPE estreou sua nova farda verde, com a camuflagem [[MARPAT]] Woodland (única dos Fuzileiros Navais norte-americanos) digital que passaria a ser seu uniforme principal. Estudos da Polícia Militar em 2009 pelo então major Fábio Souza demonstraram que, na prática, a cor acaba expondo seus integrantes na maioria dos terrenos e dificulta a camuflagem. Além disso, o preto acumula mais calor e provoca desidratação dos soldados em operações mais longas, sob o sol carioca. O novo uniforme é feito de um tecido moderno, resistente, mais leve e fresco que o antigo, além de permitir melhor circulação de ar e apresentar resistência maior às chamas.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rj-pms-do-bope-ganham-nova-farda-camuflada-para-atuar-em-matas,c3d4a27bf3db1410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html|titulo=RJ: PMs do Bope ganham nova farda camuflada para atuar em matas|acessodata=2016-03-05|website=Terra}}</ref> O primeiro estoque com 930 fardas é semelhante ao usado pelos fuzileiros navais dos [[Estados Unidos]], e custou R$ 283.600 (R$ 305 por conjunto). A mudança também é provocada pela intensificação da presença de criminosos em áreas de matas ao redor das favelas.<ref>{{Citar web|url=http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/bope-estreia-farda-verde-camuflada-em-substituicao-preta.html|titulo=Bope estreia farda verde camuflada em substituição à preta|acessodata=2016-03-05|website=revistaepoca.globo.com}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/10/os-bhomens-de-verdeb-do-bope.html|titulo=Os “homens de verde” do Bope|acessodata=2016-03-05|website=revistaepoca.globo.com}}</ref>
 
== Treinamento ==
Para ingressar no BOPE, o candidato deve ser policial militar da PMERJ há pelo menos dois anos, possuir excelente condicionamento físico, assim como ser aprovado nas avaliações física, médica e psicológica. Após ser convidado,<ref name=":15">{{citar web|url=http://www.comunidadesegura.org.br/pt-br/node/46692|titulo=‘Bope pode voltar à origem’|data=02/02/2011|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=Comunidade Segura|ultimo=|primeiro=}}</ref> são oferecidas duas modalidades de curso, para as duas atribuições da unidade.
* ''Curso de Operações Especiais'' (COEsp), com duração de seis meses, visando preparar o policial para intervenções em áreas de conflito e ao resgate de reféns. Quem passa nesse curso é conhecido como "Caveira". É o curso oferecido para '''oficiais'''.<ref name=":15" />
* ''Curso de Ações Táticas'' (CAT), com duração de cinco semanas (45 dias) e mais de 340 horas de instrução, que é uma síntese do curso de operações especiais. Quem passa nesse curso é conhecido como "Raio". É o curso oferecido para '''soldados'''.<ref name=":15" />
 
=== COEsp ===
No COEsp, o treinamento pode incluir sessões de afogamento e choques elétricos, noites inteiras de imersão na água gelada de um rio e o golpe conhecido como "telefone", que por duas vezes já causou penetração nos tímpanos. Nele, o soldado ganha experiência em operações de alto risco em favelas, selvas ou em regiões montanhosas. O aluno dorme e alimenta-se muito pouco e é submetido a situações extenuantes, aprendendo a controlar melhor sua agressividade. Misturam-se instruções de [[atirador de elite]], emboscada, defesa pessoal, conduta de patrulha, montanhismo, sobrevivência no mar, primeiros socorros, armamento, situações com reféns e diversas outras situações de risco. Apenas 20% dos que entram nesse curso vão até o fim.
 
Suas aulas teóricas incluem, desde 2010, entender as aspirações políticas dos grupos terroristas, suas maneiras de agir e como identificar seus integrantes e instrumentos de ataque e estudar a origem e história destes.<ref name=":11" />
 
Cada aspirante ao BOPE dá uma média de 2500 tiros no curso preparatório, aprende-se a usar 12 tipos diferentes de armas e seus atiradores de elite são capazes de acertar uma moeda de 5 centavos a uma distância de 100 metros.<ref name=":7">[[Veja|''Veja'']]: Edição n.º 2030, de [[17 de outubro]] de [[2007]]</ref> Uma pesquisa acadêmica revelou que, com o COEsp, os soldados da tropa ganham a capacidade de exercer diversas funções simultâneas, diferente de outras pessoas, desenvolvendo, entre outras coisas, percepção, raciocínio rápido, e capacidade de tomar decisões em situações extremas. Tudo sem perder o controle emocional.<ref>{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rio-cientistas-estudam-cerebro-de-policiais-do-bope,85aa292573d2b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html|titulo=Rio: cientistas estudam o cérebro do Bope|data=31 de julho de 2010|acessodata=21 de maio de 2016|obra=O Dia|publicado=Terra|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Suas primeiras instruções são sobre direitos humanos, comunicação com o público e linguagem corporal, incluindo protocolos da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) sobre como tratar a população civil e palestras de profissionais das áreas de [[direito]], [[sociologia]] e [[psicologia]].<ref name=":15" />
 
O COEsp surgiu no 2º semestre de 1978, ainda no primeiro ano NuCOE, sendo instruído pelo Exército. O curso tem como objetivo "habilitar oficiais e praças graduados para a execução de missões especiais, bem como a manutenção do estado físico e atualização de conhecimentos especializados necessários ao bom desempenho em quaisquer missões especiais, com ênfase aos treinamentos visando ações em áreas urbanas", nas palavras do site oficial.<ref>{{Citar web|url=http://www.bopeoficial.com/cursos/coesp/|titulo=COESP {{!}} BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais|data=|acessodata=2016-07-28|obra=|publicado=www.bopeoficial.com|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
=== CAT ===
Através de instruções de alto padrão, o CAT busca colocar na vanguarda tecnológica e operacional policiais militares que irão atuar nas mais difíceis e arriscadas missões no campo de segurança pública. O curso é considerado o mais completo e difícil entre cursos de ações táticas em todo território nacional. Desde [[1996]], o ano de sua fundação, até [[2015]], o BOPE já formou 763 "raios" (designação aos que completam esse curso).<ref>{{Citar web|url=http://www.assuntosmilitares.jor.br/2015/06/bope-36-curso-de-acoes-taticas-cat.html|titulo=Assuntos Militares: BOPE - 36º Curso de Ações Táticas (CAT).|acessodata=2016-04-04|obra=www.assuntosmilitares.jor.br}}</ref>
 
=== Preparo ===
O policial do BOPE tem uma carga diária de mais de três horas de preparo físico, além de fazer treinamentos específicos de três dias (como ações na montanha ou em helicópteros) uma vez por mês.<ref>[[Veja|''Veja'']]: Edição n.º 2190, de [[10 de novembro]] de [[2010]]</ref>
 
=== Curso de Guerra na Selva ===
Até [[1995]], o [[Exército Brasileiro]] oferecia aos policiais do Batalhão vagas para o Curso de Guerra na Selva, do [[Centro de Instrução de Guerra na Selva]] (CIGS). A partir de 1996, as vagas não foram mais disponibilizadas e os agentes passaram a buscar alternativas, como centros de treinamento militar na [[Colômbia]] e outros países.
 
Em 2015, o convênio entre o CIGS e o BOPE foi restabelecido.<ref>{{citar web|url=https://dialogo-americas.com/pt/articles/combate-ao-narcotrafico-nas-selvas-do-rio-de-janeiro|titulo=Combate ao narcotráfico nas selvas do Rio de Janeiro|data=18/01/2016|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=Dialogo Americas|ultimo=Montenegro|primeiro=Fernando}}</ref>
 
== Controvérsias ==
O BOPE gerou notoriedade graças ao seu papel na violenta guerra contra o narcotráfico nas [[favelas]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e têm sido referidos internacionalmente como "Dead Squad" por muitos jornais.<ref>{{Citar web|titulo = Police 'Death Squad' BOPE Called in to Calm Brazilian Slums|url = http://www.ibtimes.co.uk/police-death-squad-bope-called-calm-brazilian-slums-1440534|website = International Business Times UK|acessodata = 2016-02-17}}</ref><ref name=":2">{{Citar periódico|titulo = A Violent Police Unit, on Film and in Rio’s Streets|url = http://www.nytimes.com/2007/10/14/world/americas/14tropa.html|jornal = The New York Times|data = 2007-10-14|issn = 0362-4331|primeiro = Alexei|ultimo = Barrionuevo}}</ref><ref>{{Citar web|titulo = Elite Squad: the movie that shook Brazil|url = http://www.telegraph.co.uk/culture/film/3556607/Elite-Squad-the-movie-that-shook-Brazil.html|website = Telegraph.co.uk|acessodata = 2016-02-17}}</ref> Um aspecto que fora notado é o seu símbolo, que carrega uma faca em um crânio sobre [[Garrucha|garruchas]] cruzadas.<ref name=":2" /> De acordo com o site do BOPE, a faca no crânio simboliza a "vitória sobre a morte" e as pistolas são o símbolo da Polícia Militar.<ref>{{Citar web|titulo = Símbolo {{!}} BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais|url = http://www.bopeoficial.com/valores/simbolo/|website = www.bopeoficial.com|acessodata = 2016-02-17}}</ref>
 
A [[Amnesty International|Anistia Internacional]] declarou que "as forças policiais brasileiras adotam métodos violentos e repreensivos. Isso causa violações dos direitos fundamentais de grande parte da população em uma base regular",<ref>{{Citar web|titulo = Document|url = https://www.amnesty.org/en/documents/AMR19/025/2005/pt/|website = www.amnesty.org|acessodata = 2016-02-17}}</ref> e atribui um certo número de civis assassinados ao BOPE em particular. Em Março de 2006, a Anestia Internacional condenou especificamente a utilização de vans blindadas, como o [[Caveirão]]. Ela afirmou que implantar agressivamente e indiscriminadamente o veículo visando comunidades inteiras destacou a ineficácia do uso excessivo da força.<ref>{{Citar web|titulo = Brazil: Caveirão -- Rio’s real “bogeyman” {{!}} Scoop News|url = http://www.scoop.co.nz/stories/WO0603/S00279/brazil-caveirao-rios-real-bogeyman.htm|website = www.scoop.co.nz|acessodata = 2016-02-17}}</ref>
 
=== Desvios de conduta ===
Um relatório de 2005 sobre execuções sumárias pela Universidade de Direito de Nova York indicou que o BOPE estava envolvido na morte de quatro adolescentes sob o pretexto de que eles eram traficantes de drogas que haviam resistido à prisão: "oficiais do BOPE falsificaram a cena do crime, a fim de incriminar as vítimas. Esperando que essa maneira faça-lhes parecer ser membros de gangues. Nenhuma arma foi encontrada em nenhuma das vítimas. Nenhum deles tinha qualquer histórico prévio de atividade criminal".<ref>http://www.extrajudicialexecutions.org/application/media/E_CN_4_2005_7_Add_1%202005.pdf</ref>
 
Entre [[agosto]] e [[dezembro]] de [[2012]], o terceiro-sargento Arlen Santos da Silva, de 43 anos, forneceu instruções de uso de armas, fardas e acessórios (colete e coturno) do BOPE a membros da quadrilha do [[Terceiro Comando Puro]] do [[Complexo da Maré]], em troca de propina. Além disso, ele dava orientações ao bando pra escapar de flagrantes, deixando armamentos pra trás.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-07-07/ex-sargento-do-bope-treinou-bando-da-mare-sobre-como-usar-armas.html|titulo=Ex-sargento do Bope treinou bando da Maré sobre como usar armas|data=[[7 de julho]] de [[2015]]|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=Adriana Cruz e Maria Inez Magalhães|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[6 de dezembro]] de [[2014]], um sargento em atividade há pelo menos 14 anos antes do ocorrido foi acusado de desacatar militares da [[Unidade de Polícia Pacificadora|UPP]] da [[Vila Cruzeiro]] por um membro não ter trocado o pneu de seu carro.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-12-08/corregedoria-vai-apurar-conduta-de-sargento-do-bope-acusado-de-desacato.html|titulo=Corregedoria vai apurar conduta de sargento do Bope acusado de desacato|data=8 de dezembro de 2014|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=|ultimo=Cunha|primeiro=Vania}}</ref> Em [[julho]] de [[2015]], foi relatado que policiais teriam apreendido R$ 1,8 milhão de traficantes em uma operação no [[Morro da Covanca]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/07/seis-pms-sao-expulsos-do-bope-suspeitos-de-roubar-traficantes-no-rio.html|titulo=Seis PMs são expulsos do Bope suspeitos de roubar traficantes no Rio|data=13 de julho de 2015|acessodata=18 de março de 2016|obra=G1|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[30 de dezembro]] de [[2015]], uma mulher de 28 anos da [[Rocinha|Favela da Rocinha]] reportou que, ao voltar de uma festa, encontrou quatro policiais e um cadáver, foi pedida que entrasse no Beco do Seu Miro e, então, agarrada pelo cabelo por dois PMs do BOPE e estuprada.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-12-30/policiais-do-bope-sao-acusados-de-estupro-na-favela-da-rocinha.html|titulo=Policiais do Bope são acusados de estupro na Favela da Rocinha|data=30 de dezembro de 2015|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=Wilson Aquino|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Em [[2010]], durante a [[Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010|ocupação do Complexo do Alemão]], foram denunciados diversos abusos policiais supostamente do BOPE por moradores da comunidade. Houve um boato de que traficantes teriam fugido dentro de um blindado do BOPE.<ref name=":15" />
 
A revista [[Veja]] credita o fato do BOPE não ter participado da operação que culminou na morte de [[Playboy (traficante)|Playboy]] aos casos de corrupção que vem "estilhaçando a credibilidade da unidade de elite da PM". Um policial diz que "Eles não conseguem mais controlar 450 homens. Então, fica difícil não haver vazamento".<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/exclusivo-os-bastidores-da-operacao-que-matou-playboy-e-por-que-o-bope-ficou-de-fora/|titulo=Exclusivo: Os bastidores da operação que matou Playboy e por que o Bope ficou de fora|data=10/08/2015|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=VEJA.com|ultimo=Moura|primeiro=Felipe}}</ref> A Veja também comenta sobre o fato de duas apreensões do Bope que, somadas, dão R$ 39.400, equivaler a cinco vezes mais dinheiro do que foi apreendido em 10 anos. Segundo eles, de 2005 a 2015 houve apenas dez apreensões de dinheiro em espécie, totalizando a quantia de R$ 7.295. Metade desta quantia teria sido apreendida em 2011, ao recuperar R$ 3.590 que seria usado para pagar propina de policiais do 2º BPM, em [[Botafogo (bairro do Rio de Janeiro)|Botafogo]]. Também denunciam que moradores de comunidades acusam policiais do BOPE de levar o dinheiro de suas economias. Na Rocinha, em 2010, uma família diz que cinco homens da unidade entraram em sua casa e levaram R$ 900. Em 2012, no [[Morro do Chapadão]], outra moradora diz ter chegado em casa e se deparado com um capitão da tropa. Depois, percebeu que R$ 100 havia desaparecido. Os dois casos relatados ainda não foram investigados.<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/brasil/em-20-minutos-bope-apreende-cinco-vezes-mais-dinheiro-do-que-em-10-anos/|titulo=Em 20 minutos, Bope apreende cinco vezes mais dinheiro do que em 10 anos|data=12/07/2015|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=VEJA.com|ultimo=Leitão|primeiro=Leslie}}</ref>
 
==== Operação Black Evil ====
Na manhã do dia 11 de dezembro de [[2015]], quatro policiais do BOPE foram presos suspeitos de receber propina de traficantes. Na casa de um quinto policial, Rodrigo Meleipe Vermelho Reis, preso três dias depois de deflagrada a operação, foram encontrados R$ 70 mil em dinheiro.<ref>{{Citar web|titulo = Polícia encontra R$ 70 mil na casa de PM do Bope que está foragido|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/12/policia-encontra-r-70-mil-na-casa-de-pm-do-bope-que-esta-foragido.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-21|lingua = pt-BR}}</ref> Ele estava fora do país. Os suspeitos, além de Rodrigo, eram Maicon Ricardo Alves da Costa, André Silva de Oliveira, Raphael Canthé dos Santos e Silvestre André da Silva Felizardo. Felizardo havia saído do BOPE em dezembro de [[2014]], mas arregimentou policiais para participar do esquema criminoso.<ref>{{Citar web|titulo = PM divulga resultado da Operação Black Evil|url = http://www.pmerj.rj.gov.br/pm-divulga-resultado-da-operacao-black-evil/|website = PMERJ|acessodata = 2016-02-21}}</ref>
 
Segundo a denúncia do [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]], os policiais investigados, que atuaram entre agosto e dezembro daquele ano, recebiam propina semanal de uma facção criminosa, o [[Comando Vermelho]], em troca de informações realizadas pelo BOPE nas comunidades Faz quem Quer, Covanca, Jordão, Barão, Antares, Vila Ideal, Lixão, Conjunto de Favelas do Lins e Conjunto de Favelas do Chapadão. O grupo ainda negociava com traficantes armas apreendidas em outras ações para uso da quadrilha e até fardas da tropa.
 
A investigação começou depois que, em uma operação no morro do Faz-quem-Quer, num sábado à noite, os policiais encontraram a favela vazia. Eles diziam bom dia, boa noite e pediam desculpas se algo desse errado no vazamento de informações.<ref name=":3">{{Citar web|titulo = Após escândalo no Bope, PM do RJ anuncia mudanças na tropa de elite|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/12/apos-escandalo-no-bope-pm-do-rj-anuncia-mudancas-na-tropa-de-elite.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-21|lingua = pt-BR}}</ref>
 
{{Citação2
|A gente estava desenvolvendo algumas operações que a gente percebia que não tinham qualquer tipo de resultado. Aí chegava na comunidade e simplesmente era notório que tinha sido avisado, né. A gente não observava qualquer tipo de movimentação, nem daqueles que são responsáveis eventualmente por avisar via rádio ou soltar fogos. Enfim, não havia qualquer tipo de sinalização de presença de marginais. Então, a partir daí, a gente começou a perceber que alguma coisa estava errada e que a gente precisava buscar o que estava acontecendo para que a gente encontrasse aquele quadro antagônico ao que era esperado.
|Tenente-coronel Carlos Eduardo Sarmento, comandante do BOPE, sobre a investigação}}
 
A propina variava entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade. Segundo o MP, cada policial fazia parte de um grupo diferente, dos quatro do BOPE.
 
A operação, batizada "Black Evil", foi feita pela PM do Rio de Janeiro por meio do comando do BOPE, da Corregedoria Interna e da Coordenadoria de Inteligência, com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSINTE) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público.
 
Como medidas, o BOPE transferiu 60 policiais para outros batalhões. Os transferidos, que não têm relação com o escândalo investigado pelo Ministério Público, vai atuar em batalhões com carência de efetivos e mais próximos de suas residências.<ref name=":3" />
 
{{Citação2
|Hoje, a gente chega ao fim dessa operação. Satisfeito. Não feliz, porque o Bope é um farol dentro da PM, e esses homens que foram presos estavam desonrando essa memória. E quem estiver cometendo esse tipo de crime será levado à justiça.
|Declaração de Carlos Sarmento após a prisão dos envolvidos.}}
 
=== Rebates ===
Sobre as denúncias durante a ocupação do Alemão em 2010, o tenente-coronel Wilman René Gonçalves Alonso afirma que, quando foi verificada a localidade das denúncias, checaram que o BOPE não esteve lá. Sobre o boato de que traficantes terem fugido em caveirões, ele comenta: "Na operação do Complexo do Alemão, nós estávamos na Vila Cruzeiro. Como um camarada iria fugir com um blindado nosso se nós não estávamos lá? Só tínhamos um blindado naquela noite e estava estacionado na Vila Cruzeiro. Havia um planejamento de entrarmos no Alemão num horário X. No horário em que isso teria acontecido, estávamos todos na Vila Cruzeiro".<ref name=":15" />
 
Alfredo Guarischi, médico civil voluntário no [[Comando de Operações Especiais (PMERJ)|Comando de Operações Especiais]], diz testemunhar que o BOPE é "incorruptível".<ref>{{citar web|url=http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2015/07/o-bope-e-incorruptivel.html|titulo=O BOPE é incorruptível|data=08/07/2015|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=O Globo|ultimo=Guarischi|primeiro=Alfredo}}</ref>
 
== Cultura ==
O filme "''[[Tropa de Elite]]''", do [[Diretor de cinema|cineasta]] [[José Padilha]], baseado no livro [[Elite da Tropa]] de autoria dos ex-integrantes do BOPE [[André Batista]] e [[Rodrigo Pimentel]], em parceria com o [[Antropologia|antropólogo]] [[Luiz Eduardo Soares]], inspirado nas ações do BOPE, estreou nos cinemas brasileiros em 12 de outubro de 2007. Sua continuação, [[Tropa de Elite 2: o Inimigo agora É Outro]], estreou em em 8 de outubro de 2010.
 
O segundo livro também acompanhou um filme, este sendo [[Elite da Tropa 2]].
 
No jogo [[Tom Clancy's Rainbow Six Siege]], foi lançada em 2 de agosto a "Operação Skull Rain", que adiciona o mapa "Favela" ("o mais destrutível e aberto de todos os já lançados para Rainbow Six Siege até agora") e dois operadores: Caveira e Capitão. Capitão possui uma [[Besta (arma)|besta]]<nowiki/>eque dispara simultaneamente dardos asfixiantes e letais e granadas de fumaça e Caveira possui o "Passo Silencioso",<ref>{{citar web|url=http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/07/expansao-de-rainbow-six-siege-tem-rio-e-agentes-do-bope-como-destaques.html|titulo=Expansão de Rainbow Six Siege tem Rio e agentes do BOPE como destaques|data=25/07/2016|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=TechTudo|ultimo=Mathias|primeiro=Vinícius}}</ref> que a permite surpreender os inimigos para imobilizar e interrogá-los para que revelem a localização dos aliados. <ref>{{citar web|url=https://blog.ubi.com/rainbow-six-siege-operation-skull-rain-recruits-brazils-bope-operators/|titulo=Rainbow Six Siege – Operation Skull Rain Recruits Brazil's BOPE Operators|data=25/07/2016|acessodata=28/07/2016|obra=|publicado=UbiBlog|ultimo=Varanini|primeiro=Giancarlo|lingua=en|titulotrad=Operação Skull Rain Recruta Operadores do BOPE Brasileiro}}</ref>
 
{{Referências|col=3}}
 
== Ligações externas ==