Alexander Scriabin: diferenças entre revisões

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[[FileFicheiro:Scriabine 1903 godScriabin.jpggif|thumbminiaturadaimagem|230px194x194px|Alexander Nikolayevich Scriabin, c. 1903]]
'''Alexander Nikolayevich Scriabin''' (Александр Николаевич Скрябин, 6 de janeiro 1872 [O.S. 25 de dezembro 1871] – 27 de abril 1915) foi um compositor russo e pianista que inicio com um estilo de composição tonal semelhante à linguagem harmônica de F. [[Frédéric Chopin|Chopin]] e desenvolveu, de forma independente à [[Segunda Escola de Viena]] mas através de suas crenças espirituais, uma linguagem musical altamente [[Música atonal|atonal]] que pode atualmente ser comparado com composições [[Dodecafônico|dodecafônicas]] e [[Serialismo|serialistas]]. Ele hoje é considerado uma das figuras mais importantes da escola russa de composição do inicio do período moderno, tendo influenciado outros compositores como [[Serguei Prokofiev|Sergei Prokofiev]] e [[Ígor Stravinski|Igor Stravinsky.]] A Grande Enciclopédia Soviética diz de Scriabin: "Nenhum compositor foi mais desprezado e ao mesmo tempo mais agraciado por amor ..."
 
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=== Criação e formação<ref name=":0">{{citar livro|título=Scriabin, a Biography|ultimo=BOWERS|primeiro=FAUBION|editora=Dover Publications|ano=1996|local=New York|páginas=|acessodata=}}</ref> ===
[[Ficheiro:Scriabin-young.jpg|miniaturadaimagem|211x211px]]
No dia 25 de dezembro de 1871 (seguindo o calendário juliano; 6 de janeiro de 1872 no calendário gregoriano) nasce Alexander Scriabin em uma família aristocrática em [[Moscovo|Moscou]]. Sua família em geral se relacionava muito com o ambiente militar pois seu pai e todos os irmãos da família do pai tiveram carreiras no militar. Sua mãe, aluna do famoso pianista pedagogo [[Theodor Leschetizky|Theodor Leschetizky,]] era pianista concertista e morreu quando Alexander tinha apenas 1 ano de idade. Após a morte da mãe, o pai de Alexander se mudou para [[Turquia]] ao se tornar um [[Diplomacia|diplomata]] deixando o pequeno Alexander sobre os cuidados da família da avó. Lyubov, a tia dele, era pianista amadora e frequentemente tocava quando ele lhe pedia.
 
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==== Estilo composicional  e influências primárias<ref>{{citar livro|título=Development of Harmony in Scriabin's Works|ultimo=SABBAGH|primeiro=PETER|editora=Universal Publishers/uPUBLISH.com|ano=2003|local=USA|páginas=|acessodata=}}</ref> ====
A maior parte das composições de Scriabin são escritas exclusivamente para o piano, mas existem também trabalhos orquestrais: 5 sinfonias (as últimas duas consideradas poemas sinfônicos: Le Poème de l'extase, e Prométhée); Rêverie e Concerto para Piano e Orquestra.
[[Ficheiro:Scriabin Harmony Examples 1 (Mazurkas Op3).png|miniaturadaimagem|280x280px]]
 
As primeiras composições de Scriabin têm muita semelhança com a Obra de F. Chopin, principalmente em a escolha das formas, muitas delas preferidas de Chopin como mazurka, noturno e étude. Porém, a música dele evoluiu relativamente rápido e podemos acompanhar essa evolução através das 10 sonatas para piano: as primeiras sonatas até a no. 5 se mantém no estilo composicional do período romântico tanto em linguagem harmônica e em forma.
 
As obras geralmente são divididas em três períodos. O primeiro período abarca desde as primeiras peças até a segunda sinfonia Op. 29 (1872 – 1903). As obras deste período mantém a tradição romântica empregando assim a linguagem harmônica do período. Porém, a singularidade de Scriabin já é presente mesmo nesse período como podemos observar em seu tratamento da função de dominante com múltiplas extensões. Favorecia muito a dominante décima primeira escrita em quartas (essa estrutura será a base do acorde místico em que a obra Prometeu baseia toda a estrutura harmônica):
[[Ficheiro:Quartal chord on A equals thirteenth chord on Bb.png|miniaturadaimagem]]
 
Esse tratamento do acorde da função de dominante já era comum na era romântica, como em Chopin Preludes Op. 28 No. 4, mas Scriabin evoluiu esse tratamento incluindo mais dissonâncias na mesma estrutura harmônica: juntando 9 menores e maiores, 5 e 11 aumentadas, etc.; porém a resolução dessas estruturas segue as mesmas regras da harmonia tradicional.
 
O segundo período (1903 – 1907) inicia com a Sonata No. 4 Op. 30 e se estende até o Op. 54 Le Poème de l'extase. As peças deste período ainda se consideram tradicional mas a música se torna cada vez mais cromática e dissonante. As funções das estruturas harmônicas se tornam não claras por causa das somadas extensões e as alterações que Scriabin usava para tornar a sonoridade mais "brilhante". O foco vira a sonoridade (cor) e textura do acorde e assim as dissonâncias não são mais resolvidas e se transformam em parte íntegra da estrutura.
[[Ficheiro:Scriabin Cord.PNG|miniaturadaimagem]]
 
No último período (1907 – 1915) a questão de tonalidade é quase extinta. Nas sonatas No. 5 e No. 6 existe uma relevância da sonoridade tônica na estrutura, porém a principal fonte de tensão não é a dissonância e sua resolução mas sim a movimentação do conteúdo da música, que pode acontecer através da textura e da dinâmica, além das próprias sonoridades das estruturas harmônicas que podem ser mais duras e mais suaves. Scriabin descreve como o acorde místico usado no começo de  Prométhée é uma sonoridade de consonância apesar das dissonâncias na formação do acorde: "Não é um acorde dominante, mas um acorde básico, uma consonância. Ele é verdadeiro – soa suave, como uma consonância.<ref name=":0" />"
 
=== Conceitos extra-musicais ===
[[Ficheiro:Alexander Scriabin and Tatiana Schloezer, 1909.jpg|miniaturadaimagem]]
Scriabin através dos anos desenvolveu uma crença que nasce de influências da teosofia como entidade religiosa e filosófica. Isso tem uma relevância profunda porque muito do desenvolvimento e evolução do estilo composicional, que inclui as formas, as escolhas harmônicas e a própria temática e  material fonte das peças das quais ele dá nome como as últimas sonatas e "sinfonias", são apenas sombras do desenvolvimento filosófico que ele tinha em relação a sua realidade e sua relação ao mundo. Uma visão única e diferente da visão mais comum que vem do pensamento da teosofia pois Scriabin entendia o papel do artista criador um designação divina. Com essa perspectiva fica claro a proposta de Scriabin em um projeto épico como Mysterium.
[[Ficheiro:Scriabin-Circle.svg|miniaturadaimagem]]
 
Existe também um fator muito forte que explica a composição musical que é diferente de outros compositores modernos contemporâneos de Scriabin, que alcançaram a nova sonoridade e forma de composição através de experimentação e implementação de regras puramente teóricas-musicais. O senso de sinestesia de Scriabin era incrivelmente forte, e foi base de muitas obras em especial Prométhée que inclui uma parte para um instrumento que devia emitir luzes de cores diferentes chamado tastiéra per luce que está presente em todos os compassos do início ao fim do poema sinfônico. Por muito tempo após a morte de Scriabin, esse instrumento era um mistério pois o compositor não especifica quais cores estavam associadas a quais notas (a partitura original só mostra duas vozes numa clave de sol para o que o instrumento devia "tocar").