Revoluções de 1989: diferenças entre revisões

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==== Protestos na Praça da Paz Celestial ====
{{Ver artigosartigo principaisprincipal|[[Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989]]}}
 
Em dezembro de 1986, os manifestantes, que eram estudantes chineses, aproveitando a atmosfera política afrouxando, protestaram contra a lentidão da reforma. Estudantes convocaram eleições no ''[[campus]]'', a oportunidade de estudar no exterior e maior disponibilidade da cultura ''pop'' ocidental. [[Hu Yaobang]], um protegido de Deng Xiaoping e um dos principais defensores da reforma, foi responsabilizado pelos protestos e forçado a demitir-se como secretário-geral do [[Partido Comunista Chinês]] em janeiro de 1987. Na "Campanha de Liberalização Antiburguesa", Hu seria denunciado.
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{{AP|vt=s|Descomunização}}
=== Polônia ===
{{ArtigosVer principaisartigo principal|[[República Popular da Polónia]]}}
 
Em abril de 1989, o Solidariedade foi mais uma vez legalizado e autorizado a participar nas eleições parlamentares de 4 de junho de 1989 (aliás, no dia seguinte à resposta militar contra manifestantes chineses na [[Praça da Paz Celestial]]). A vitória do "Solidariedade" superou todas as previsões. Os candidatos do Solidariedade ocuparam todos os lugares que eles foram autorizados a competir no [[Sejm]], enquanto no Senado, eles capturaram 99 dos 100 assentos disponíveis (com o único assento restante tomado por um candidato independente). Ao mesmo tempo, muitos candidatos proeminentes comunistas não conseguiram ganhar sequer o número mínimo de votos necessários para ter os lugares que estavam reservados para eles. Um novo governo não comunista, o primeiro de seu tipo no [[Bloco Soviético]], foi empossado no cargo em Setembro de 1989.
 
=== Hungria ===
{{Ver artigo principal|[[República Popular da Hungria]]}}
 
Seguindo o exemplo da Polônia, a Hungria foi o próximo a voltar a um governo não comunista. Embora a Hungria tivesse conseguido reformas econômicas duradouras e liberalização política, durante a década de 1980, grandes reformas só ocorreram após a substituição de [[János Kádár]] como Secretário Geral do Partido Comunista em 1988. Nesse mesmo ano, o Parlamento aprovou um "pacote democrático", que incluía sindicatos pluralistas, a liberdade de associação, reunião e imprensa, uma nova lei eleitoral, e uma revisão radical da Constituição, entre outros.
 
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=== Alemanha Oriental ===
{{Ver artigos principais|[[República Democrática Alemã]], [[Die Wende]], [[Muro de Berlim#Queda do Muro|Queda do Muro de Berlim]], [[Reunificação da Alemanha]]}}
{{Artigos principais|[[Die Wende]]}}
 
Depois de uma reforma da abertura da fronteira a partir da Hungria, um número crescente de alemães orientais começaram a emigrar para a [[Alemanha Ocidental]], através das fronteiras da Hungria com a [[Áustria]]. Até ao final de Setembro de 1989, mais de 30 000 alemães orientais tinham fugido para o Ocidente antes de o governo negar viagem para a Hungria, deixando a [[Checoslováquia]] como o único estado vizinho para onde os alemães orientais podiam viajar. Milhares de alemães orientais tentaram alcançar o Ocidente ocupando as instalações diplomáticas da Alemanha Ocidental em outras capitais do Leste Europeu, nomeadamente a Embaixada em Praga, com milhares de pessoas acampadas no jardim enlameado de agosto a novembro. O governo da Alemanha Oriental fechou a fronteira com a Checoslováquia no início de outubro, isolando-se de todos os vizinhos. Tendo sido desligado de sua última chance de escapar, os alemães orientais começaram, na segunda-feira, manifestações na Alemanha Oriental. Centenas de milhares de pessoas em várias cidades - especialmente [[Leipzig]] - eventualmente participaram.
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[[Imagem:Changes in borders post cold war.PNG|thumb|esquerda|400px|Mudanças políticas na [[Europa]] após [[1989]], incluindo a [[Reunificação da Alemanha|reunificação alemã]]]]
 
{{ArtigosVer artigos principais|[[República Socialista da Tchecoslováquia]], [[Revolução de Veludo]] e [[Dissolução da Tchecoslováquia]]}}
 
A "[[Revolução de Veludo]]" foi uma revolução não-violenta na Tchecoslováquia, que viu a queda do governo comunista. Em 17 de novembro de 1989 (sexta-feira), a polícia reprimiu uma manifestação pacífica de estudantes em Praga. Este acontecimento provocou uma série de manifestações populares de 19 de novembro até dezembro. Em 20 de novembro, o número de manifestantes pacíficos reunidos em Praga havia aumentado de 200 000 no dia anterior para um número estimado de meio milhão. Uma greve geral de duas horas, envolvendo todos os cidadãos da Tchecoslováquia, foi realizada com sucesso em 27 de novembro.
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=== Bulgária ===
{{ArtigosVer artigos principais|[[República Popular da Bulgária]]}}
 
Os turcos na Bulgária, que tinha sofrido sob o comunismo, começaram a escapar no verão de 1989. Cerca de um quarto de milhão de turcos búlgaros fugiu para a Turquia, onde grandes campos de refugiados foram formados.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/in_depth/8257323.stm Audio slideshow: The exodus of Bulgaria's Turks]</ref>
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=== Romênia ===
{{ArtigosVer artigos principais|[[RevoluçãoRepública RomenaSocialista deda 1989Romênia]] e [[RomêniaRevolução socialistaRomena de 1989]]}}
 
Diferentemente de outros países do Leste Europeu, a Romênia nunca tinha sofrido um processo de [[desestalinização]] e não tinha independência em relação à União Soviética desde a [[década de 1960]]. Em novembro de 1989, [[Nicolae Ceauşescu|Ceauşescu]], aos 71 anos, foi reeleito por mais cinco anos como líder do [[Partido Comunista Romeno]], sinalizando que ele pretendia sufocar os levantes anticomunista que varriam o resto do Leste da Europa. Como [[Nicolae Ceauşescu|Ceauşescu]] estava preparado para ir em uma visita de Estado ao [[Irã]], sua [[Securitate]] ordenou a prisão e o exílio de um ministro [[calvinista]] falante da língua húngara, [[László Tőkés]], em 16 de Dezembro, para sermões ofensivos ao regime. Tőkés foi preso, mas, após isso, graves distúrbios eclodiram. [[Timişoara]] foi a primeira cidade a reagir, em 16 de Dezembro, e manteve tumultos durante 5 dias.
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== Albânia e Iugoslávia ==
{{Ver artigos principais|[[República Popular Socialista da Albânia]], [[República Socialista Federativa da Iugoslávia]] e [[Desintegração da Iugoslávia]]}}
{{Artigo principal|Dissolução da Iugoslávia}}
 
Na [[História da Albânia|República Popular da Albânia]], [[Enver Hoxha]], que governara a Albânia por quatro décadas com mão de ferro, morreu em 11 de abril de 1985. Em 1989, a revolta começou na cidade de [[Escodra]] e disseminou-se para outras cidades. Em 1990, o regime introduziu algumas liberalizações, incluindo medidas que garantiam a liberdade de viajar para o estrangeiro. Os esforços foram iniciados para melhorar as relações com o mundo exterior. Em março de 1991, as eleições deixaram os ex-comunistas no poder, mas uma greve geral e da oposição nas cidades levaram à formação de um [[governo de coalizão]] incluindo os não comunistas. Os ex-comunistas da Albânia foram derrotados nas eleições de Março de 1992, em meio a um colapso econômico e agitação social.
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== Colapso da União Soviética ==
{{Artigos principais|[[DieDissolução Wendeda União Soviética]]}}
 
Em 1 de julho de 1991, o [[Pacto de Varsóvia]] foi oficialmente dissolvido em uma reunião em Praga. Em uma cúpula mais tarde naquele mesmo mês, Gorbachev e Bush declararam uma parceria estratégica entre a União Soviética, marcando decisivamente o fim da Guerra Fria. O presidente Bush declarou que a cooperação entre a União Soviética durante a [[Guerra do Golfo]](1990-1991) havia estabelecido as bases para uma parceria na resolução dos problemas bilaterais e mundiais.
 
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== Outros eventos ==
=== Países que se autodeclaravam socialistas ===
* [[República Democrática do Afeganistão|Afeganistão]] - A [[Guerra do Afeganistão (1979-1989)|ocupação soviética]] e o regime comunista acabaram em 1992.
* [[República Popular de Angola|Angola]] - abandonou o marxismo-leninismo em 1991.
* [[República Popular do Benim|Benim]] - O regime de [[Mathieu Kérékou]] foi pressionado a abandonar o marxismo-leninismo em 1990.
* [[RepúblicaVia Socialistabirmanesa dapara União dao socialismo|Birmânia]] - A [[Revolta 8888]], em 1988, desafiou o [[Programa Partido Socialista da Birmânia]], mas não conseguiu conquistar a democracia, embora o marxismo tenha sido abandonado.
* [[República Popular do Kampuchea|Camboja]] - o [[Khmer Vermelho]] e a [[República Popular do Vietnã]] perdem o poder após as eleições em 1993.
* [[República Popular da China]] - O [[Partido Comunista da China]] tem implementado as reformas económicas na República Popular da China desde 1978.
* [[Cuba]] - O fim dos subsídios soviéticos levaram a um Período Especial. Um grande protesto, mas sem sucesso, foi realizado em 1994.
* [[República Popular do Congo|Congo-Brazzaville]] - O regime de [[Denis Sassou Nguesso]] foi pressionado a abandonar o marxismo-leninismo em 1991. O país teve eleições em 1992.
* [[Coreia do Norte]] - o "Grande Líder" [[Kim Il-sung]] morreu em 1994, passando o poder a seu filho: o "Querido Líder" [[Kim Jong-il]]. As [[Inundação|inundações]] sem precedentes e ao colapso da União Soviética levaram a fome à Coreia do Norte. Cerca de 2,5 a 3 milhões de norte-coreanos morreram de 1995 a março de 1998.
* [[República Democrática Popular da Etiópia|Etiópia]] - Após a retirada do apoio soviético e cubano, a junta militar comunista [[Derg]] perdeu para os rebeldes e fugiu em 1991.
* [[Laos]] - o Laos foi forçado a pedir ajuda de emergência à [[França]], [[Japão]], [[Banco Mundial]] e [[Banco Asiático de Desenvolvimento]]. Finalmente, em 1989, Kaisôn visitou [[Pequim]] para confirmar a restauração das relações de amizade entre os dois países e para garantir ajuda chinesa.
* [[Índia]] - A liberalização econômica foi lançada em 1991.
* [[Iraque Baathista|Iraque]] - [[Invasão do Kuwait]] liderada por [[Saddam Hussein]] em agosto de 1990. Civis [[curdos]] iraquianos se rebelaram contra Saddam Hussein em 1991. Saddam conseguiu reprimir as rebeliões com força maciça e indiscriminada e manteve o poder.
* [[República Democrática de Madagáscar|Madagáscar]] - O presidente socialista [[Didier Ratsiraka]] foi expulso.
* [[Mali]] - [[Moussa Traoré]] foi demitido, o Mali adotou uma nova Constituição e realizar eleições multipartidárias.
* [[República Popular da Mongólia|Mongólia]] - A Revolução de 1990 foi uma revolução democrática que começou com uma [[greve de fome]] para derrubar a [[República Popular da Mongólia]], posteriormente, evoluindo para a adoção de um regime democrático e a redação de uma nova [[Constituição da Mongólia]]. Ela terminou com a demissão do governo comunista sem derramamento de sangue.
* [[República Popular de Moçambique|Moçambique]] - Abandonou o marxismo-leninismo em 1991.
* [[Nicarágua]] - O regime de [[Daniel Ortega]] foi pressionado a realizar eleições multipartidárias em 1990, perdendo então para [[Violeta Chamorro]].
* [[República Democrática da Somália|Somália]] - Somalis derrubaram a [[junta militar]] comunista de [[Siad Barre]].
* [[IêmenIémen do Sul]] - Abandonado o [[marxismo-leninismo]] em 1990, reunificou-se com a capitalista [[República Árabe do Iémen do Norte|Iêmen do Norte]] naquele ano.
* [[Síria]] - A Síria participou na [[Conferência de Madri de 1991]].
* [[Tanzânia]] - A ideologia socialista foi abandonada e os doadores estrangeiros pressionaram o governo a permitir eleições multipartidárias em 1995.
* [[Vietnã]] - O [[Partido Comunista do Vietnã]] comprometeu-se a uma nova política de [[Doi Moi]] (renovação) desde 1986. O Vietnã ainda é um Estado de partido único comunista.
* [[ZimbábueZimbabwe]] - [[Robert Mugabe]] sofreu de escassez de divisas. Em junho de 1991, Mugabe aprovou a remoção de todas as referências marxistas-leninistas da Constituição, de modo a se tornar mais fácil obter dinheiro de doadores estrangeiros.
 
=== Os países não socialistas ===