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== Religião ==
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A [[religião]] ocupou, em Esparta, um lugar mais importante do que em outras cidades. O grande número de [[templo]]s e santuários é disso revelador: quarenta e três templos[[templo]]s dedicados a divindades, vinte e dois templos de heróis[[herói]]s, uma quinzena de estátuas de deuses e quatro altares. A esta lista, é necessário juntar os numerosos [[Mausoléu|monumentos funerários]], dado que, em Esparta, os mortos eram enterrados no interior das muralhas, sendo que alguns destes monumentos funcionaram como locais de [[culto]].
 
=== Divindades ===
As divindades femininas desempenharam, em Esparta, um papel bastante importante: dos cinquenta templos mencionados por [[Pausânias (geógrafo)|Pausânias]], trinta e quatro estão dedicados a deusas. A deusa [[Atena]] era a mais adorada de todas. O deus [[Apolo]] tinha poucos templos, mas a sua importância era crucial: desempenhava um papel em todas as festas espartanas e o monumento mais importante na Lacónia era o trono de Apolo em Amyclai.
 
Outro traço distintivo era o culto aos heróis da [[guerra de Troia]]. Segundo [[Anaxágoras de Clazômenas|Anaxágoras]], [[Aquiles]] era, aqui, adorado como um deus e Esparta tinha dois santuários dedicados a ele. Outras personagens de Troia honradas por Esparta foram [[Agamemnon]], [[Cassandra]], [[Clitemnestra]], [[Menelau]] e [[Helena (mitologia)|Helena]].
 
Esparta prestava também culto a [[Castor e Pólux]]. A [[tradição]] afirmava mesmo que teriam nascido na cidade. A dualidade das personagens faz lembrar a existência de dois reis em Esparta. Vários milagres[[milagre]]s foram-lhes atribuídos, sobretudo relacionados com a defesa dos exércitos espartanos (representações dos gémeos em [[ânfora]]s eram levadas para o campo de batalha ao lado dos reis).
 
Por último, [[Héracles]] era, em Esparta, uma espécie de "[[herói nacional]]". Segundo a tradição, o herói teria ajudado [[Tíndaro]] a reconquistar o seu trono. O tema dos "[[Os doze trabalhos de Hércules|"Doze Trabalhos"]] foi largamente explorado pela [[iconografia]] espartana.
 
=== Sacrifícios e sinais divinos ===
Como consequência do exposto, os sacerdotes[[sacerdote]]s desempenhavam um papel importante em Esparta. Os dois reis tinham, eles próprios, um [[Estatuto social|estatuto]] de sacerdotes: estavam encarregados de realizar os sacrifícios públicos, que eram bastante valorizados, sobretudo em tempos de guerra. Antes da partida de uma expedição militar, efetuava-se um sacrifício a [[Zeus]]; no momento em que se passavam as fronteiras[[fronteira]]s, realizava-se a Zeus e [[Atena]] e, antes da batalha, a [[Ares Enyalios]]. Várias anedotas[[anedota]]s mostram o respeito dos espartanos pelas [[Festividades religiosas|festas]] e sinais divinos, ao ponto de abandonarem o campo de batalha perante augúrios[[augúrio]]s desfavoráveis, como quando [[Cleômbroto (regente)|Cleômbroto]] abandonou a defesa do [[istmo de Corinto]] por causa de um [[eclipse]].<ref name="herodoto.9.10">{{citar heródoto|9|10}}</ref>
 
== Espartanos clássicos ==