Carlos V de França: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 25:
 
==Biografia==
Carlos V nasceu no [[Castelo de Vincennes]], [[Vincennes]], filho do rei [[João II de França|João II]] e de Bona do Luxemburgo. Os seus irmãos mais novos foram [[Luís I, Duque de Anjou|Luís de Anjou]], [[João, Duque de Berry|João de Berry]] e [[Filipe II, Duque da Borgonha|Filipe da Borgonha]]. Em Abril de 1350, casou com a sua prima JoannaJoana, filha de [[Pedro I, Duque de Bourbon]]. Carlos V foi o primeiro herdeiro do trono francês a usar o título de [[Delfim de França]].
 
Foi chamado à governação do seu país ainda em vida do seu pai, que tinha sido feito prisioneiro pelos ingleses na [[batalha de Poitiers (1356)]]. Com apenas dezoito anos, assumiu a regência de França e enfrentou gravíssimos problemas sociais, como a insurreição de Paris comandada por [[Étienne Marcel]] ou a revolta popular da [[Jacquerie]]. Para além destes distúrbios, ficou a braços com um país à beira da catástrofe financeira e a responsabilidade de negociar o resgate de João II. Apesar de todas as dificuldades, e talvez por causa delas, Carlos conseguiu manter a serenidade e lidou com os problemas à medida que foram aparecendo. A sua capacidade de organização valeu-lhe o cognome de ''o Sábio'' (''le Sage'').
Linha 31:
Em 1364 Carlos tornou-se rei de França, pela morte do pai no cativeiro em [[Londres]] (para o qual tinha regressado voluntariamente após a sua libertação na sequência do [[Tratado de Brétigny]]), e foi coroado na [[catedral]] de [[Reims]].
 
O resto do seu reinado foi marcado pelos problemas resultantes da Guerra dos Cem Anos. Carlos V insistiu numa política de toca e foge face às invasões [[Inglaterra|inglesas]] e conseguiu evitar outra derrota tão pesada como Poitiers. A estratégia revelou-se eficaz e, apesar dos danos causados pelas tropas estrangeiras e as companhias livres ao seu país, unificou a sua causa. Com os seus [[condestável de França|condestáveis]] [[Bertrand Du Guesclin|Bertrand du Guesclin]] e [[Olivier de Clisson]], conseguiu recuperar a grande maioria dos territórios cedidos a Inglaterra no Tratado de Brétigny.
 
Carlos V foi um patrono das artes e criou a primeira biblioteca real de França. Teve por astróloga a famosa [[Cristina de Pisano]] ou Pizan.
Linha 39:
[[Imagem:Guesclin retrato.JPG|thumb|Carlos V nomeia [[Bertrand Du Guesclin]], [[condestável da França]].]]
 
Entretanto, quando não as ocupavam as guerras, se livravam a extorsões, correrias e pilhagens às custas dos camponeses. Carlos V pediu assim a Du Guesclin levar tais mercenários para a Espanha, onde o rei de Castela enfrentava a rebelião de seu meio-irmão bastardo, Henrique de Trastamara. Enquanto du Guesclin tomou o partido de Henrique, Pedro ''o Cruel'' apelou para os serviços do herdeiro inglês, o [[Eduardo, o Príncipe Negro]], o principal inimigo do rei de França. Du Guesclin de início foi vencido e preso mas depois de sua libertação contra resgate, assegurou em Montiel a vitória definitiva de Henrique que assumiu o trono de Castela como [[Henrique II de Castela|Henrique II]] - depois de assassinar Pedro. Com sua tarefa executada, Du Guesclin retornou à França e recebeu o título de condestável.
 
Carlos V morreu no castelo de Beauté-sur-Marne, na atual comuna de Nogent-sur-Marne, bem no momento em que começava o [[cisma do Ocidente]], no qual tomou o partido de [[Antipapa Clemente VII|Clemente VII]] contra [[Papa Urbano VI|Urbano VI]]. Foi ainda em seu reinado que as armas de França mudaram, passando a constituir-se de três flores de lis em ouro, sobre o fundo azul.