Projeto MKULTRA: diferenças entre revisões

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Há pesquisadores que afirmam que o programa provavelmente foi apenas interrompido ou escondido, tendo prosseguido clandestinamente. Como cobaias humanas, MKULTRA realizou testes sem consentimento em estrangeiros. As experiencias ilegais foram realizadas não apenas sem consentimento mas também, na maioria dos casos, com vítimas masoquistas que sabiam que estavam sendo utilizadas como cobaias humanas.
 
<ref>{{citecitar web | url = http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB54/ | title título= Science, Technology and the CIA: A National Security Archive Electronic Briefing Book | lastúltimo = Richelson | firstprimeiro = JT (ed.) | accessdate acessodata= 2009-06-12 | date data= 2001-09-10 | publisher publicado= George Washington University}}</ref><ref>{{citecitar web | url=http://www.hss.energy.gov/healthsafety/ohre/roadmap/achre/chap
3_4.html | title título= Chapter 3, part 4: Supreme Court Dissents Invoke the Nuremberg Code: CIA and DOD Human Subjects Research Scandals |obra= Advisory Committee on Human Radiation Experiments Final Report |acessodata=2005-08-24}}</ref><ref>{{citar web|publicado= United States Congress |título=The Select Committee to Study Governmental Operations with Respect to Intelligence Activities, Foreign and Military Intelligence |obra=
Scandals | work = Advisory Committee on Human Radiation Experiments Final Report |
accessdate=2005-08-24}}</ref><ref>{{cite web | publisher = United States Congress | title = The Select Committee to
Study Governmental Operations with Respect to Intelligence Activities, Foreign and Military Intelligence | work =
Church Committee report, no. 94-755, 94th Cong., 2d Sess.
|location local= [[Washington, D.C.]]. | year ano= 1976 | url = http://www.aarclibrary.org/publib/church/reports/book1/html/Ch urchB1_0200b.htm | pages páginas= 392}}</ref>
 
== Experiências ==
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#Ingestão ou substâncias químicas tóxicas intravenosas para criar dor ou doença, incluindo agentes quimioterápicos;
#Membros superiores e inferiores puxados ou deslocados;
#Aplicação de [[Serpente|serpentesserpente]]s, [[Aranha|araneídeos]], [[Larva|larvaslarva]]s, [[Roedor|roedoresroedor]]es (ex: [[Rato|ratosrato]]s) e outros animais para provocar sentimentos de medo, nojo e repudia;
#Experiências de quase-morte, comumente asfixia por sufocamento ou afogamento, com reanimação imediata;
#Vítimas são forçadas a realizar ou testemunhar abusos, torturas e sacrifícios de pessoas e animais, geralmente com objetos afiados;
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== Experimentos Humanos em [[Universidade Harvard|Harvard]] ==
Do outono de 1959 até a primavera de 1962 , [[Henry Murray]], Diretor da Clínica Psicológica da Harvard na Escola de Artes e Ciências, foi o responsável pelas atividades do projeto [[MKULTRA]] na Harvard .<ref>{{cite bookcitar livro| lastúltimo = Chase| firstprimeiro = Alston | title título= Harvard and the Unabomber The Education of an American Terrorist | publisher publicado= [[W. W. Norton & Company]] | pages páginas= 18–19 | year ano= 2003 | isbn = 0393020029 }}</ref>.
 
Patrocinado pela [[CIA]], o projeto ali executado usou vinte e dois estudantes ​como cobaias.<ref>{{citecitar web | url = http://www.counterpunch.org/ciashrinks.html | title título= CIA Shrinks and LSD | accessdate acessodata= 2008-10-16 | date data= 1999-10-18 | lastúltimo = Cockburn | firstprimeiro = A |author2autor2 =St Clair J | publisher publicado= [[CounterPunch]] }}</ref><ref name = Unabomber>{{cite newscitar jornal| authorautor = Chase A | date data= 2000-06-01 | title título= Harvard and the Making of the Unabomber | publisher publicado= [[The Atlantic Monthly]] | pages páginas= 41–65 | accessdate acessodata= 2008-10-16 | url = http://www.theatlantic.com/issues/2000/06/chase.htm }}</ref> Entre outros fins , as experiências de Murray se concentraram em medir a reação das pessoas sob estresse extremo. Os estudantes, sem seu conhecimento, foram submetidos ao que o próprio Murray chamou de " ataques arrebatadadoramente pessoais e abusivos" , que incluiam ataques aos seus egos, idéias e crenças usados como o veículo para causar altos níveis de estresse e angústia. Entre os estudantes estava o prodígio intelectual de 16 anos de idade e estudante da Harvard [[Ted Kaczynski]] , que mais tarde se tornou conhecido como "O Unabomber".<ref>{{cite bookcitar livro| lastúltimo = Chase| firstprimeiro = Alston | title título= Harvard and the Unabomber The Education of an American Terrorist (Harvard e o Unabomber:A Educação de um terrorista americano) | publisher publicado= [[W. W. Norton & Company]] | pages páginas= 18–19 | year ano= 2003 | isbn = 0393020029 }}</ref>.
 
== Exposição do Projeto ==
A Pesquisa ilegal da CIA veio a público pela primeira vez em 1975, quando da realização pelo Congresso americano de investigação das atividades da CIA por uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito|comissão de inquérito]] do [[Congresso dos Estados Unidos da América]] e por um Comitê do Senado americano. Foram os inquéritos chamados de [[Church Committee]] e [[Rockefeller Commission]] – Comitê Church e Comissão Parlamentar Rockefeller, em Português.
 
As investigações foram prejudicadas pelo fato de que, em [[1973]],<ref name='Cia'>{{cite newscitar jornal|primeiro first= |último last= | coauthorscoautor= | titletítulo=An Interview with Richard Helms | datedata= | publisherpublicado= | url =https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/kent-csi/docs/v44i4a07p_0021.htm | work obra=[[CIA]] | pages páginas= | accessdate acessodata= 19 de maio de 2008 | language língua= }}</ref> considerando a possibilidade de uma futura investigação, o então diretor do CIA, [[Richard Helms]], ordenou a destruição de todos os dados e arquivos ligados aos experimentos em humanos feitos durante o Projeto MKULTRA.
 
As investigações do Comitê e da Comissão se basearam no testemunho sob juramento de participantes diretos na atividade ilegal e em um relativamente pequeno número de documentos que restaram após a destruição de documentação ordenada por Richard Helms.<ref name=autogenerated3>{{cite newscitar jornal|primeiro first= |último last= | coauthorscoautor= | titletítulo=An Interview with Richard Helms | datedata= 2007-05-08 | url=https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligen ce/kent-csi/docs/v44i4a07p_0021.htm | publisher publicado= [[CIA]] | pages páginas= | accessdate acessodata= 2008-03-16 | language língua= }}</ref>
 
A CIA afirma que tais experiências foram abandonadas mas [[Victor Marchetti]], um veterano agente da CIA por 14 anos, tem atestado em várias entrevistas que a CIA jamais interrompeu suas pesquisas em controle da mente humana, tampouco o uso de drogas, mas realiza continuamente sofisticadas campanhas de desinformação seja lançando ela mesma, através dos meios de comunicação, falsas teorias e teorias de conspiração que podem ser ridicularizadas e desacreditadas, o que faz com que o foco de atenção não se volte para a CIA e suas pesquisas clandestinas ou que, caso haja qualquer aparente possibilidade de que suas pesquisas sejam expostas, qualquer revelação possa ser imediatamente desacreditada e/ou ridicularizada.
 
Victor Marchetti, em uma entrevista em 1977, especificamente afirmou que as declarações feitas de que a CIA teria abandonado as atividades ilegais do MKULTRA após os inquéritos, são em si mais uma maneira de encobrir os projetos secretos e clandestinos que a CIA continua a operar, sendo a próprias revelações do MK-ULTRA e subsequentes declarações de abandono do projeto seriam em si mais um artifício para deslocar a atenção de outras atividades e operações clandestinas não reveladas pelos Comites.
<ref>{{citecitar web | url=http://www.skepticfiles.org/socialis/marcheti.htm | accessdateacessodata= 2009-08-22| title título= Interview with Victor Marchetti}}</ref><ref>{{citar periódico|primeiro = M |último = Cannon |título= Mind Control and the American Government |periódico= Lobster Magazine | volume = 23 |ano= 1992 }}</ref>
Marchetti}}</ref><ref>{{cite journal | first = M | last = Cannon | title = Mind Control and the American Government | journal = Lobster Magazine | volume = 23 | year = 1992 }}</ref>
[[Ficheiro:Mkultra-lsd-doc.jpg|thumb|right|150px|Documento do MKULTRA .]]
Em 1977, o Senador Americano [[Ted Kennedy]], disse no Senado:
 
<blockquote>"O Vice-Diretor da CIA revelou que mais de trinta (30) Universidades e Instituições participaram em "testes e experimentos " em um programa que incluiu a aplicação de drogas em seres humanos sem o conhecimento ou o consentimento destas pessoas, tanto americanos como estrangeiros. Muitos destes testes incluíram a administração de [[LSD]] a indivíduos em situações sociais que não tinham conhecimento de que estavam sendo drogados e posteriormente a aplicação do LSD sem o consentimento destas pessoas, elas não sabiam que estavam sob o efeito da droga. No mínimo uma morte, a de [[Frank Olson|Dr. Olson]], ocorreu como resultado destas atividades. A própria CIA diz reconhecer que tais experimentos faziam pouco sentido científico. Os agentes da CIA que monitoravam tais testes com drogas não eram sequer qualificados como cientistas especializados à observação de experiências"<ref>{{citecitar web | url=http://www.druglibrary.org/schaffer/history/e1950/mkultra/Hearing01.htm | title título= Opening Remarks by Senator Ted Kennedy | date data= 1977-08-03 | work obra= U.S. Senate Select Committee On Intelligence, and Subcommittee On Health And Scientific Research of the Committee On Human Resources}}</ref></blockquote>
 
Até o presente, a grande maioria de informação mais específica sobre o Projeto MKULTRA continua classificada como secreta.
 
== Ação Judicial contra a CIA ==
[[Velma Orlikow]] era uma paciente no [[Instituto Allan Memorial|Allan Memorial Institute]] em [[Montreal]] quando a [[CIA]] dos [[Estados Unidos da América]] estava conduzindo os notórios experimentos de [[Lavagem cerebral|lavagem cerebral]] do MKULTRA no Hospital de Montreal afiliado à [[Universidade McGill|McGuill University]], o [[Instituto Allan Memorial|Allan Memorial Institute]]. Ela era casada com o membro do Congresso Canadense [[David Orlikow]]. Velma foi involuntariamente drogada com doses altas de [[LSD]] e submetida a fitas gravadas de lavagem cerebral. Juntamente com outros oito pacientes de [[Ewen Cameron]], ela moveu uma ação contra a CIA na Justiça e ganhou.<ref name=autogenerated2 />
 
Em 1979, Orlokow contactou o escritório de advogacia de Joseph Rauh e [[Jim Turner]] após ler uma notícia publicada no Jornal [[New York Times]] sobre o envolvimento do médico [[Ewen Cameron]] do [[Instituto Allan Memorial|Memorial Hospital]] nos experimentos. O artigo publicado em 2 de Agosto de 1977, escrito por [[Nicholas Horrock]], intitulava-se "Instituições Privadas Utilizadas pela CIA em Pesquisas de Lavagem Cerebral." O artigo de Horrock se referia ao trabalho de [[John Marks]] que coletou documentos das atividades da CIA através de [[Freedom of Information Act|FOIA]] (em português - Lei da Livre Informação). O artigo foi então utilizado para mover a ação que tomou o nome de [[Orlikow, et al. v. United States case]].<ref name=autogenerated1 /> Mais vítimas canadenses se juntaram a causa e ela passou a incluir Jean-Charles Page, Robert Logie, Rita Zimmerman, Louis Weinstein, Janine Huard, Lyvia Stadler, Mary Morrow, e Florence Langleben. A CIA fez um acordo em 1988. Velma faleceu em 1990.
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=== Filmes ===
*Documentário [[Tortura Made in USA|'''[[Tortura Made in USA]]''']] - 2009 - de [[Marie-Monique Robin]].<ref>[https://archive.org/details/TortureMadeInUsa - Internet Archives - Torture Made in USA (2009)- em francês - Dirigido por Marie-Monique Robin] acesso 14 de maio de 2014</ref>
 
*Documentário "'''Escadrons de la mort, l'école française'''" de 2003 (original em francês com legendas em espanhol) . Em portugues:[[Os Esquadrões da morte: A escola francesa]]- O documentário trata da transferência das tecnicas francesas de tortura pelo Serviço secreto francês para os sistemas de tortura de outros paises, incluindo os paises latinos - da documentarista francesa [[Marie-Monique Robin]].<ref>[http://www.algeria-watch.org/fr/article/div/livres/escadrons_mort_conclusion.htm - Escadrons de la mort, l'école française - em francês] acesso 14 de maio de 2014</ref>