Estação Ferroviária de Estremoz: diferenças entre revisões

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==Descrição==
Em Janeiro de 2011, possuía 3 vias de circulação, todas com 327 m de comprimento; as plataformas tinham 76 a 100 m de extensão, e 40 a 45 cm de altura.<ref>{{citar jornal|paginas pagina=70-85|título=Quadro resumo das características da infra-estrutura|jornal=Directório da Rede 2012|data=6 de Janeiro de 2011|editora=Rede Ferroviária Nacional}}</ref>
 
[[File:Horario Caminho de Ferro do Sueste 1876.jpg|thumb|left|Horários de 1876, onde Estremoz aparece como a estação terminal da Linha de Évora.]]
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Durante o planeamento da Linha de Évora, na Década de 1860, um dos principais objectivos para aquele caminho de ferro era abrir uma ligação entre a rede ferroviária a Sul com a [[Linha do Leste]], tendo-se desde logo considerado essencial que a linha servisse a vila de Estremoz.<ref name=Gazeta1719/> Em 1864, a [[Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste]] foi contratada para continuar a Linha de Évora até à [[Estação de Crato]], na Linha do Leste<ref name=Gazeta364/>, tendo aquela empresa apresentado em 1865 um projecto para o troço de [[Estação de Évora|Évora]] até à zona de Estremoz.<ref name=Gazeta1719/> Este projecto preconizava que a linha seguiria directamente para Norte, na direcção do Crato, sem passar directamente por Estremoz, que em vez disso seria servida por um ramal.<ref name=Gazeta1719/> Este ramal iniciar-se-ia no quilómetro 50,860, perto do local onde a linha passaria a estrada de Lisboa a Estremoz, no quilómetro 51, e teria uma extensão de cerca de 3600 m.<ref name=Gazeta1719/> No final do ramal seria construída a estação ferroviária de Estremoz, que assim ficaria a uma distância de cerca de 1 Km da vila.<ref name=Gazeta1719/> Num parecer de 19 de Outubro daquele ano sobre o projecto, o Conselho Superior de Obras Públicas criticou o traçado escolhido, pelo que o engenheiro fiscal propôs uma alteração ao projecto, com a construção de uma estação a servir Estremoz, que ficaria no quilómetro 53.<ref name=Gazeta1719/> Embora uma gare ferroviária naquele local servisse pior a vila, uma vez que assim ficaria a 3 km de distância, a estação contaria ainda com bons acessos devido à presença da estrada até Lisboa.<ref name=Gazeta1719/> Por outro lado, previa-se que a estação teria pouco movimento de passageiros e mercadorias, e que este viria quase totalmente da região em redor, não se justificavam os elevados custos com a construção do ramal.<ref name=Gazeta1719/>
 
Apesar do ramal para Estremoz ter sido retirado do projecto, o consenso a que se chegou era que não devia ser totalmente eliminado, mas que a sua construção deveria ser adiada até se ver se a estação de Estremoz teria movimento suficiente para o justificar.<ref name=Gazeta1719/> Com efeito, o parecer referiu que «''pensa o conselho que se ganha tão pouco em trazer a um quilómetro, em vez de ficar a 3.600 quilómetros, a estação daquela vila...''».<ref name=Gazeta1719>{{Citar jornal|autor=[[Frederico de Quadros Abragão|ABRAGÃO, Frederico de Quadros]]|titulo=No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história| paginaspagina=286-289| numero=1719| volume=72|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|data=1 de Agosto de 1959|acessodata=11 de Junho de 2013|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1959/N1719/N1719_master/GazetaCFN1719.pdf}}</ref>
 
Assim, a primeira interface ferroviária de Estremoz foi construída a cerca de 3 Km da vila, no ponto quilométrico 168,584 da Linha de Évora, junto à localidade de [[São Bento do Ameixial]].<ref name=Gazeta1719/><ref name=Maquetren8/> Foi inaugurada em 22 de Dezembro de 1873.<ref name=Gazeta1683/>
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Entretanto, uma lei de 14 de Julho de 1898 criou os [[Caminhos de Ferro do Estado]], que concentrava a gestão das redes ferroviárias do governo.<ref name=Gazeta1683/>
 
Em 16 de Fevereiro de 1903, a Gazeta dos Caminhos de Ferro analisou o projecto até Vila Viçosa, que já tinha sido concluído, e que determinava que a via férrea sairia da estação já existente, e passaria junto das muralhas de Estremoz, onde seria construída a nova gare ferroviária da vila, seguindo depois para Vila Viçosa.<ref name=Gazeta364/> A nova gare ficaria no quilómetro 6.997,73 da linha, sendo as três estações orçadas em 48.433$346 réis.<ref name=Gazeta364>{{citar jornal|paginaspagina=53|titulo=De Estremoz a Villa Viçosa|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro| volume=16|numero=364|data=16 de Fevereiro de 1903|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1903/N364/N364_master/GazetaCFN364.pdf|acessodata=16 de Março de 2017}}</ref>
 
Este projecto foi autorizado por uma lei de 11 de Julho de 1903, tendo começado a ser construído no ano seguinte, e sido inaugurado em 1 de Agosto de 1905.<ref name=Gazeta1683/> Neste troço, foi instalada a nova estação de Estremoz, junto às Portas de Santa Catarina, passando a interface antiga a denominar-se de [[Estação de Ameixial|Ameixial]].<ref>{{citar jornal|titulo=Linhas Portuguezas|paginaspagina=234-235|jornal= Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=18|numero=423| data=1 de Agosto de 1905|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1905/N423/N423_master/GazetaCFN423.pdf|acessodata=11 de Junho de 2013}}</ref><ref name=Gazeta1719/> Ambos os troços foram construídos pelo estado português, sendo parte da divisão do Sul e Sueste.<ref name=Gazeta1683>{{Citar jornal| paginaspagina=75-78|titulo=A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário|autor=[[Carlos Manitto Torres|TORRES, Carlos Manitto]]| volume=70|jornal= Gazeta dos Caminhos de Ferro|numero=1683|data=1 de Fevereiro de 1958|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1958/N1683/N1683_master/GazetaCFN1683.pdf|acessodata=11 de Junho de 2013}}</ref>
 
[[File:Mapa da Rede no Sul de Portugal - GazetaCF 1141 1935.jpg|thumb|left|Rede ferroviária na região Sul. Vê-se a via férrea já construída até Sousel, faltando construir o resto da linha até Portalegre. Também está representado parte do projecto para continuar a linha até [[Estação de Castelo de Vide|Castelo de Vide]], no [[Ramal de Cáceres]].]]
===Ligação a Sousel===
A continuação da linha além de Estremoz até [[Estação de Castelo de Vide|Castelo de Vide]] por [[Portalegre]] foi proposta, mas não classificada, no Plano da Rede ao Sul do Tejo, publicado por um decreto de 27 de Novembro de 1902; em 1903, já se considerou mais conveniente a sua inserção no plano, o que foi realizado por um decreto de 7 de Maio de 1903.<ref name=Gazeta1179/> Após vários problemas, a concessão deste troço foi oferecida ao industrial José Pedro de Matos, tendo, por um decreto de 27 de Junho de 1907, conseguido autorização para construir a linha em via larga, ao contrário do que tinha sido originalmente projectado.<ref name=Gazeta1179/> Ainda foram construídos alguns quilómetros de via entre Estremoz e [[Estação de Sousel|Sousel]], mas, devido a problemas financeiros, não conseguiu continuar as obras; este troço só foi concluído em 23 de Agosto de 1925, sob a gestão directa do estado.<ref name=Gazeta1179>{{Citar jornal|paginaspagina= 75-77|autor=[[José Fernando de Sousa|SOUSA, José Fernando de]]|titulo= Abertura do novo troço da Linha de Portalegre|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro| volume=49|numero=1179|data=1 de Fevereiro de 1937|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1937/N1179/N1179_master/GazetaCFN1179.pdf |acessadoem=11 de Junho de 2013}}</ref> A ligação a Portalegre só seriafoi concluída em 1949.<ref>REIS ''et al'', p. 98</ref>
 
===Décadas de 1920 e 1930===
Em 1927, os [[Caminhos de Ferro do Estado]] foram integrados na [[Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses]], que passou a explorar as antigas redes do estado, do Sul e Sueste e do Minho e Douro, em 11 de Maio daquele ano.<ref>REIS ''et al'', p. 63</ref>
 
Em 1933, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro aprovou a instalação de uma báscula na estação de Estremoz.<ref>{{Citar jornal| titulo= Direcção Geral de Caminhos de Ferro|paginaspagina=601-602|data=16 de Novembro de 1933|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=46|numero=1102|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1933/N1102/N1102_master/GazetaCFN1102.pdf|acessadoem=11 de Junho de 2013}}</ref>
 
===Década de 1970===
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===Encerramento===
Em 1 de Janeiro de 1990, deixaram de ser prestados serviços de passageiros entre Évora, Estremoz e Vila Viçosa, e já tinham sido terminados os comboios deste tipo no Ramal de Portalegre, ficando apenas serviços de mercadorias nestes três caminhos de ferro.<ref name=Maquetren8>{{Citar jornal|autor=BLÁZQUEZ, José Luís Torres|paginaspagina=13|titulo= El Museo de Ferrocarril de Estremoz|ano=1992|jornal= Maquetren|volume=2|numero=8|editora=Resistor, S. A.|local=Madrid|idioma= Espanhol}}</ref> Em 2009, o troço entre Estremoz e Évora deixou de ter exploração, tendo sido oficialmente desclassificado em 2011.<ref>{{Citar jornal|paginaspagina= 24|titulo=Transporte Ferroviário-Relatório Anual de Segurança de 2011|publicado=Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres| local=Lisboa|data=14 de Setembro de 2012|url= http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/IMTT/relatoriosectoriais/Documents/RelatorioAnualSegurancaTranspFerroviario2011.pdf| acessodata= 11 de Junho de 2013|datali=16 de Março de 2017}}</ref>
 
== Ver também ==