Literatura comparada: diferenças entre revisões

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A Literatura Comparada, doravante LC, é uma abordagem multidisciplinar que consiste nos estudos comparativos das literaturas de diferentes áreas linguísticas, mas também de diferentes mídias e tipos de arte. O comparatista pode se interessar pelas literaturas nacionais, assim como pela música, pela pintura e pelo cinema, por exemplo. A prática dessa disciplina exige o domínio de muitas linguagens e conhecimentos em mais de um domínio de pesquisa. Por sua natureza pluralista, a LC encoraja o intercâmbio entre as disciplinas e os lugares de pesquisa.
 
 
"'Surgimento'"
A expressão “Literatura Comparada” surge no século XIX e usa-se da comparação de estruturas com finalidade de extrair leis gerais da literatura. Consagrada academicamente na França, tem sua primeira cátedra em Lyon, em 1887, seguida por Sorbonne, 1910. Mas apenas nos primeiros decênios do século XX, ela ganha estatura de disciplina reconhecida, tornando-se objeto de ensino regular nas grandes universidades européias e norte-americanas e dotando-se de bibliografia específica e público especializados.
Suas grandes representações foram a Escola Francesa (criada nos princípios de fonte e influência), a Escola Americana (despojada de inflexões nacionalistas, grande ecletismo, fácil absorção de noções teóricas), Escola Soviética (compreensão da literatura como produto da sociedade).
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A atitude comparativa foi central, por exemplo, para que a literatura e a cultura latinas se pensassem nas suas relações e especificidades face à literatura e cultura gregas; ou na forma como a Idade-Média integrou e reformulou essa herança clássica, diversificando-a através das específicas direções que viriam a constituir as várias literaturas nacionais.
 
Não deveremos confundir a área dos estudos de recepção com o “velho” estudo de fontes e influências: não só porque a tônica não é já a da produção (o autor), mas sim a da recepção (o leitor e suas diversas configurações), mas, sobretudo, porque se passa a insistir quer no caráter dinâmico da história literária quer nas relações culturais que o literário pressupõe.
 
"'Crise'"
René Wellek, em 1958, no 2º Congresso da recém-criada Association Internationale de Littérature Comparée, polemicamente intitula a sua conferência “The crisis of comparative literature” (Wellek, 1959). A “crise” diagnosticada e analisada por Wellek, e que ele faz radicar na fundamentação historicista e positivista do modelo comparatista tradicional, levará a que, progressivamente, se assista a uma clara renovação dos objetos e métodos da disciplina, protagonizada pela crescente importância da Teoria Literária nos estudos literários em geral e na Literatura Comparada em particular.