Escravo Fiel e Discreto: diferenças entre revisões

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== Fundamento bíblico da expressão ==
Ao falar sobre a sua segunda vinda e do consequente [[Escatologia das Testemunhas de Jeová|fim do mundo ou do sistema social de coisas]] que o compõe, Jesus Cristo apresentou uma pequena parábola ou ilustração que é de significado especial para as Testemunhas de Jeová. Segundo o relato do Evangelho de Lucas, Jesus explicou:
* Lucas 12:32-40
:''"Os vossos lombos estejam cingidos e as vossas lâmpadas acesas; e vós mesmos sede como homens que esperam pelo seu amo, ao voltar ele do casamento, para que, ao chegar e bater, possam imediatamente abrir-lhe. Felizes são aqueles escravos, cujo amo, ao chegar, os achar vigiando! Deveras, eu vos digo: Ele se cingirá e os fará recostar-se à mesa, e chegando-se, ministrar-lhes-á. E, se chegar na segunda vigília, ou mesmo na terceira, e os achar assim, felizes são! Mas, sabei isto, que, se o dono de casa tivesse sabido em que hora viria o ladrão, teria ficado vigiando e não teria deixado que se arrombasse a sua casa. Vós também, mantende-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora que não achais provável.'' ('''[http://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/Genesis/1 NM]''' - [[Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas|Tradução do Novo Mundo]])
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:''"Disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parábola a nós, ou também a todos?"'' ('''[http://www.biblias.com.br/leiturabiblica.php ACF]''' – [[Almeida Corrigida Fiel]])
 
Para as Testemunhas de Jeová afiguraconfigura-se lógico que o que Jesus disse em resposta seria considerado como parábola, retratando ou ilustrando certas realidades a ocorrerem no futuro, na antecipação do seu regresso ou advento. A resposta aplicar-se-ia a um "mordomo" como classe coletiva, o que se infere pela expressão "nós", ou seja, os doze apóstolos, ou a todos os que então, ou com o passar dos anos, representassem a Jesus. Os Evangelhos registam a resposta de Jesus à pergunta de Pedro da seguinte forma:
* Lucas 12:42-44
:''"O Senhor replicou: Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens."'' ('''[http://www.bibliacatolica.com.br BAM]''' – [[Bíblia Ave Maria]])
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=== Instituição da classe do Escravo ===
As Testemunhas de Jeová acreditavam que o "escravo fiel e prudene" surgira no dia de [[Pentecostes]] de 33 EC, cinquenta dias após a ressurreição de Jesus. Durante aquela festividade, no dia 6 de [[sivã]] conforme o [[calendário judaico]], o espírito santo foi derramado sobre uns 120 dos discípulos de Jesus, num quarto de andar superior em 6[[Jerusalém]]. Naquele instante nasceu uma nova nação de homens e mulheres ungidos com espírito santo. A partir desse dia, os seus membros começaram a falar com destemor aos habitantes de Jerusalém sobre "as coisas magníficas de Deus" (Atos 2:11). Para as Testemunhas, aquela nova nação, uma espiritual, tornou-se o "servo ou escravo" que divulgaria às nações a mensagem de Jeová e do Seu Filho, Jesus Cristo, e proveria alimento ou orientação no tempo devido a todos os crentes (1 Pedro 2:9). Esta nação passou a ser chamada apropriadamente de "Israel de Deus" (Gálatas 6:16), em contraste com o Israel natural que havia sido rejeitado devido à sua deslealdade para com Deus e para com o Seu Filho.
 
Segundo o actual entendimento das Testemunhas, este "escravo fiel e prudente" não poderia ser uma só pessoa, porque o escravo começou a servir alimento espiritual após a primeira vinda de Jesus e, segundo Ele, continuaria ativo quando o Amo voltasse. As Testemunhas de Jeová crêem que Jesus já está presente e assumiu a sua posição celestial como Rei em 1914. Além disso, crêem que em breve se dará a segunda vinda de Jesus, de forma invisível, para julgar a humanidade. Isso significa que o escravo teria de realizar cerca de dois milénios de serviço fiel que, naturalmente, não poderia ser prestado por uma única pessoa. Portanto, para elas, a única conclusão razoável é que Jesus se referiu a um grupo de cristãos que coletivamente seriam "o escravo fiel e discreto". Citam até um precedente bíblico para a designação no singular de um grupo colectivo. Referem-se à nação que precedeu o Israel de Deus, ou seja, os israelitas naturais. Mencionando a Bíblia, lembram que Jeová é citado como se referindo à inteira nação de Israel, 700 anos antes da vinda de Jesus, como "minhas testemunhas", considerando-os logo em seguida como um singular "servo a quem escolhi". (Isaías 43:10) ([[Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas|NM]])