Estrutura do capital: diferenças entre revisões

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== Visão geral ==
 
Os bens capazes de causar a satisfação das necessidades humanas de maneira direta, tais como bebidas e alimentos preparados e servidos, peças de vestuário prontas para o uso, casas disponíveis para ser habitadas de imediato e outros [[bens de consumo]], foram denominados por Menger como “bens de primeira ordem” <ref>MENGER, C. Principles of Economics. p. 56. Alburn: Ludwig von Mises Institute, 2007. ISBN 978-1-933550-12-1.</ref>. A produção desses bens de primeira ordem, segundo o mesmo autor, advém de um processo de transformação sequencial, causal, daqueles bens que não satisfazem diretamente os indivíduos, tais como os ingredientes crus para o preparo de refeições, os implementos agrícolas empregados na produção desses ingredientes, as matérias primas como aço, madeira e outros, chamados de “bens de ordem superior”: segunda, terceira, quarta ordem e assim por diante, conforme a posição que ocupem na sequência de produção <ref>MENGER, C. Principles of Economics. p. 57. Alburn: Ludwig von Mises Institute, 2007. ISBN 978-1-933550-12-1.</ref>. A partir dessa abordagem pioneira de Menger, o capital pôde ser concebido como uma estrutura no tempo, composta de estágios arranjados sequencialmente desde aqueles de ordem superior, mais antecedentes e temporalmente distantes à da obtenção final de bens de consumo, até os de ordem inferior, mais próximos à produção de bens de primeira ordem <ref>P. LEWIN, Capital in Disequelibrium. The Role of Capital in a Changing World, p.55, London and New York: Routledge, 2003. ISBN 0-203-74894-8</ref>.
 
A partir dessa abordagem pioneira de Menger, o capital pôde ser concebido como uma estrutura no tempo, composta de estágios arranjados sequencialmente desde aqueles de ordem superior, mais antecedentes e temporalmente distantes à da obtenção final de bens de consumo, até os de ordem inferior, mais próximos à produção de bens de primeira ordem <ref>P. LEWIN, Capital in Disequelibrium. The Role of Capital in a Changing World, p.55, London and New York: Routledge, 2003. ISBN 0-203-74894-8</ref>. Böhm-Bawerk representou essa estrutura temporal do capital sob a forma de um diagrama formado por círculos concêntricos, cada um representando uma classe ou estágio de “maturidade” do processo produtivo. O círculo externo compreenderia os bens mais próximos de serem convertidos em bens de primeira ordem, enquanto os círculos internos compreenderiam os bens de ordem superior<ref>BÖHM-BAWERK, E. V. The Positive Theory of Capital. p. 108. New York: G. E. Stechert & Co., 1930.</ref>. Outra notória representação gráfica da estrutura do capital no tempo foi a concebida por Hayek, em que os estágios de produção são dispostos sobre uma linha do tempo e o valor dos bens produzidos em cada estágio, que tem tendência crescente, é representado pela hipotenusa de um triângulo retângulo<ref>F.A. HAYEK, Prices and Production. 2a. ed. p. 39. New York: Augustus M. Kelly, 1935.</ref>.
 
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circulos_concentricos_bohm_bawerk.jpeg|Círculos concêntricos de Böhm-Bawerk </gallery>
 
 
Outra notória representação gráfica da estrutura do capital no tempo foi a concebida por Hayek, em que os estágios de produção são dispostos sobre uma linha do tempo e o valor dos bens produzidos em cada estágio, que tem tendência crescente, é representado pela hipotenusa de um triângulo retângulo<ref>F.A. HAYEK, Prices and Production. 2a. ed. p. 39. New York: Augustus M. Kelly, 1935.</ref>.
 
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Hayekian triangle.jpg|Triângulo de Hayek</gallery>
 
 
== Termos relacionados ==