F. W. Murnau: diferenças entre revisões

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|ocupação = [[Cineasta]]
|principais_trabalhos=
*[[Sunrise|Aurora]]
*[[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu]]
*[[Tabu (filme de 1931)|Tabu]]
*[[Der letzte Mann|A Última Gargalhada]]
*[[Phantom|Fantasma]]
}}
'''Friedrich Wilhelm Murnau''', ou simplesmente '''F. W. Murnau''', nascido '''Friedrich Wilhelm Plumpe''' ([[Bielefeld]], [[28 de dezembro]] de [[1888]] {{mdash}} [[Santa Bárbara (Califórnia)|Santa Bárbara]], [[11 de março]] de [[1931]]), foi um dos mais importantes realizadores do cinema mudo, do cinema [[expressionismo|expressionista]] alemão e do movimento [[Kammerspiel]].
 
Nascido em [[Bielefeld]], seu nome de batismo é Friedrich Wilhelm Plumpe. Antes de ser cineasta, Murnau estudou [[filosofia]], [[literatura]], [[música]], e história das [[Artes]] nas universidades de [[Heidelberg]] e [[Berlim]]. Frequentou a escola de arte dramática de Max Reinhhardt, que exerceu grande influência em seu estilo cinematográfico.<ref>{{citecitar web|url=http://www.e-biografias.net/f_w_murnau/|titulo = F.W. Murnau - E-Biografias |data = 29 de julho de 2015|acessodata = 29 de julho de 2015}}</ref>
 
Iniciou a carreira no cinema em [[1919]]. Em [[1920]], realizou uma versão do ''[[Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde|O Médico e o Monstro]]'' de [[Robert L. Stevenson]], ''Der Januskopf''. Em [[1922]], filmou ''[[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu]]'', um dos clássicos do [[expressionismo]] no [[cinema]]. Em [[1924]], realizou o filme “O último Homem” e ''[[Fausto]]'', baseado na obra do escritor [[Goethe]], em [[1926]]. A obra-prima de Murnau foi o filme ''[[Aurora]]'', em [[1927]], considerado um dos pontos altos do cinema ocidentaldo.
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==Primeiros anos==
===Infância e juventude===
Friedrich Wilhelm Plumpe nasceu em [[Bielefeld]], província de [[Vestfália]], em [[28 de dezembro]] de [[1889]], e depois foi viver em Kassel a partir dos sete anos. Ele tinha dois irmãos, Bernhard e Robert, e duas irmãs, Ida e Anna. A Mãe, Otilie Volbracht, foi a segunda esposa de seu pai Heinrich Plumpe, proprietário de uma fábrica de roupas na parte noroeste da [[Alemanha]]. Sua casa muitas vezes se transformou em um palco para pequenas peças dirigidas por ele, que leu livros de [[Schopenhauer]], [[Nietzsche]], [[Shakespeare]] e peças de Ibsen quando tinha 12 anos. Ele tomou o nome de “Murnau” de Murnau am Staffelsee, cidade da [[Baviera]], a cerca de 70&nbsp;km ao sul de [[Munique]]. Abertamente homossexual, Murnau nunca se casou, dedicando-se somente aos filmes. Estudou Filologia e, posteriormente, [[História da Arte]] e [[Literatura]] nas universidades de [[Heidelberg]] e [[Berlim]].<ref name="fecha">>{{citecitar web|url=https://assimerahollywood.wordpress.com/2013/01/21/grandes-diretores-f-w-murnau/|titulo= Grandes Diretores: F.W. Murnau | Assim Era Hollywood|data=18 de janeiro de 2016|acessodata=18 de janeiro de 2016}}</ref>
 
===1ª Guerra Mundial===
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==Carreira==
===Primeiros trabalhos===
De volta ao seu país de origem, Murnau logo estabeleceu seu próprio estúdio com o ator [[Conrad Veidt]], e seu primeiro filme foi “O garoto vestido de azul” ([[Der Knabe in Blau]]), um [[drama]] com cerca de uma hora de duração inspirado em uma pintura famosa de [[Thomas Gainsborough]], lançado em [[1919]]. O filme seguinte, “Satanás”, foi produzido por [[Robert Wiene]], baseado em roteiro de sua autoria, mas também está considerado como perdido – somente se conhece um fragmento do filme, de posse da Cinémathèque Française.
[[File:O garoto vestido de azul 2.jpg|thumb|left|Cena do filme ''[[Der Knabe in Blau]]'', de Murnau. ([[1919]])]]No mesmo ano, Murnau lançou seu terceiro filme, “Der Bucklige und die Tänzerin”, com roteiro de Carl Mayer, também considerado perdido, e “Der Janus-Kopf” (“The Head of Janus”), estrelado por [[Conrad Veidt]] e [[Bela Lugosi]], no qual Murnau explorou o tema da dupla personalidade, inspirando-se em “The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde”, de [[Robert Louis Stevenson]]. O filme era uma versão não-autorizada da obra de Stevenson, mas escapou aos olhos da mídia da época, no mesmo ano em que a [[Paramount Pictures]] filmou uma versão do [[romance]] chamada “[[Dr. Jekyll and Mr. Hyde]]”, estrelada por [[John Barrymore]]. Produzido por Erich Pommer, este é considerado mais um dos filmes perdidos de Murnau. O roteiro foi escrito por Hans Janowitz, que colaborou com Carl Meyer no roteiro de “[[O Gabinete do Dr. Caligari]]”, de [[1919]].<ref name="fecha"/>
 
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[[Ficheiro:Graffiti Rosario - Nosferatu.jpg|thumb|left|Um [[grafite]] feito em homenagem ao personagem Conde Orlock do longa ''[[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu]]'', localizado em [[Rosário (Argentina)|Rosário]] na [[Argentina]].]]
 
O primeiro filme importante de Murnau foi ''[[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu]]'' ([[1922]]), que incorpora inovações técnicas e efeitos especiais, como a imagem em [[negativo]] de árvores brancas sobre o céu negro e rompe com os modelos cenográficos da época no estilo “[[O Gabinete do Dr. Caligari]]”, outra obra marcante do [[expressionismo]]. Murnau prefere filmar toda ação em cenários naturais, nesta adaptação não oficial do “[[Dracula]]” de [[Bram Stoker]], com a viúva do autor chegando inclusive a processar Murnau e a justiça exigindo a destruição dos negativos. Murnau conseguiu salvar algumas cópias, e por isso o filme sobreviveu até os dias de hoje. A origem do título consta do romance de Stoker, onde é usada pelos romenos para se referirem ao Conde Drácula e, presumivelmente, aos não-mortos.
[[Ficheiro:Max Schreck 1922.jpg|thumb|Retrato do ator [[Max Schreck]] que interpretou o Conde Orlock no longa ''[[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu]]''.]]“Nosferatu” é um filme que ainda hoje permanece admirável, talvez o mais belo do expressionismo alemão, com seu castelo assombrado, o porto onde desembarca o navio infestado de ratos, a cidadezinha de Wisborg e o próprio Conde Orlock, interpretado por [[Max Schreck]] com seu crânio careca e seus dentes salientes.<ref name="fecha"/>
 
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Fundaram então a ''Flaherty-Murnau Production''. Inicialmente, Flaherty escreveu um roteiro intitulado Turia, uma docuficção sobre o romance entre uma nativa e um coletador de pérolas. Os escritos iniciais tiveram de ser alterados para evitar processos decorrentes da rescisão de contrato com a Colorat, empresa que iria patrocinar o filme. As alterações foram feitas por Murnau, que mudou o nome do roteiro para [[Tabu]] e nele introduziu, de maneira bem trabalhada, valores ocidentais na tragédia da cultura polinésia, resultando num drama universal em um lugar exótico e distante. Flaherty iniciou as filmagens com as sequências de pescaria e quedas d’água, quando sua câmera Akeley apresentou problemas. Floyd Crosby, cinematografista que já havia trabalhado com Flaherty no [[Novo México]], acabou sendo chamado. Crosby assumiu daí por diante as filmagens e a direção de fotografia enquanto Murnau se tornou o único responsável pela direção, restando a Flaherty fazer os arranjos com os nativos e supervisionar a revelação dos filmes.
 
A première de Tabu ocorreu no Central Park Theatre, [[Nova Iorque]], no dia [[18 de março]] de [[1931]], uma semana após o falecimento de F. W. Murnau. O filme foi selecionado, em [[1994]], para preservação na Biblioteca do Congresso dos [[Estados Unidos]] com a classificação de significância cultural, histórica e estética.<ref>{{citecitar web|url= http://redetvdigital.com/tabu-1931-completo-e-legendado-f-w-murnau-a-story-of-the-south-seas-ptbr/
|titulo= Tabu 1931 (Completo e Legendado) F. W. Murnau - A Story of the ...|data=19 de janeiro de 2016|acessodata= 19 de janeiro de 2016}}</ref>
==Morte==
[[FileImagem:Suedwestkirchhof08.jpg|thumb|left|Túmulo e busto de Murnau no Cemitério de Stahnsdorf.]]
Murnau morreu em 1931 num acidente automobilístico em [[Santa Barbara]], [[Califórnia]] (EUA). O carro estava sendo dirigido por um jovem filipino de 14 anos, amante de Murnau. Quando os restos mortais de Murnau chegaram ao cemitério de Stanhsdorf, apenas um pequeno grupo de pessoas presenciou a cerimônia, entre eles [[Fritz Lang]], o diretor de [[Metrópolis]], [[Robert Flaherty|Robert J. Flaherty]], [[Emil Jannings]] e [[Greta Garbo]].<ref>{{citecitar web|url= http://brasil.elpais.com/m/brasil/2015/07/15/cultura/1436950966_283494.html
|titulo= Friedrich Wilhelm Murnau: Ritual oculto pode ter motivado roubo de ..|data= 19 de janeiro de 2016|acessodata= 19 de janeiro de 2016}}</ref>