Massa crítica: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Partially-reflected-plutonium-sphere.jpeg|thumb|right|350px|Simulação de uma esfera de [[plutónio]] rodeada por blocos
A '''massa crítica''' de um [[material fissionável]] é a quantidade necessária para manter uma [[Reação nuclear|
Uma configuração na qual uma [[
Se uma configuração é menos do que crítica então um fornecimento estável de novos neutrões livres permitirá à
A descoberta de que uma configuração supercrítica não é necessariamente crítica estimulada é atribuída ao físico [[Enrico Fermi]] e tornou possível a construção de [[
== Massa crítica de uma esfera ==
A forma com menor massa crítica é a [[Esfera (geometria)|esfera]]. Esta massa poderá ser ainda mais reduzida com a introdução de um
No caso de uma esfera rodeada por um
As massas críticas (forma esférica) de alguns outros isótopos cujas [[meia-vida]]s excedem 100 anos encontram-se compiladas na tabela seguinte.
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A massa crítica para plutónio de baixa qualidade depende fortemente das percentagens da mistura: com 20% de U-235 (abreviatura de urânio-235) e rodeada por uma camada de [[berílio]]
A massa crítica é inversamente proporcional ao quadrado da densidade: se a densidade é 1% maior e a massa 2% menor, então o volume é 3% menor e o diâmetro 1% menor (aproximadamente). A probabilidade, por cm viajado, de um neutrão atingir um núcleo é proporcional à densidade - 1% mais, portanto -, compensando assim o facto de a distância viajada pelo neutrão antes de abandonar o sistema ser 1% menor. Isto é algo que deverá ser levado em consideração quando se tornam necessárias estimativas mais precisas de massas críticas, para isótopos de plutónio, do que as fornecidas na tabela anterior. Com efeito, o metal plutónio tem um grande número de fases cristalinas distintas, as quais, por sua vez, poderão exibir densidades extremamente variáveis.
De notar que nem todos os neutrões contribuem para a
Dada uma secção
<math>
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Note que, no entanto, esta expressão constitui apenas uma estimativa grosseira.
Em termos de massa total <math> M </math>, massa nuclear <math> m </math>, densidade <math> \rho </math>, e um
<math>
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</math>
onde o
O que foi até aqui referido é aplicado em armas nucleares de tipo implosivo, nas quais uma massa esférica de material fissionável, massa essa substancialmente menor do que uma massa crítica, é tornada supercrítica aumentando <math> \rho </math> muito rápidamente (e, assim, também <math> \Sigma </math>). Com efeito, sofisticados programas de armamento nuclear podem criar um dispositivo perfeitamente funcional a partir de muito menos material do que aquele que programas menos sofisticados requereriam.
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Não levando em conta a matemática, existe uma analogia física simples que facilita a explicação deste resultado. Considere vapores de [[diesel]] resultantes da exaustão de um tubo de escape. Inicialmente, os fumos têm cor negra mas, gradualmente, começamos a conseguir ver através deles. Tal não se deve a um aumento da área eficaz total das partículas em suspensão, mas sim à dispersão destas. Se considerarmos um cubo transparente de [[aresta]] <math> L </math>, cheio de partículas em suspensão, então a [[profundidade óptica]] (que é uma medida de [[Transparência (óptico)|transparência]]) deste meio será inversamente proporcional ao quadrado de <math> L </math> e, por conseguinte, proporcional à densidade areal de partículas em suspensão: torna-se mais fácil de ver através do cubo se aumentarmos as suas dimensões.
Na determinação de valores precisos de massas críticas deparamo-nos com vários problemas, nomeadamente (1) conhecimento detalhado de secções eficazes e (2) cálculo de efeitos geométricos. Este último problema forneceu motivação significativa para o desenvolvimento do [[método de Monte Carlo]], em [[física computacional]], por [[Nicholas Metropolis]] e [[Stanisław Ulam]]. Com efeito, mesmo para uma esfera sólida homogénea, o cálculo
Finalmente, há a referir que para algumas geometrias idealizadas, a massa crítica poderá, formalmente, ser infinita, sendo outros parâmetros usados para descrever a criticidade. Por exemplo, considere uma folha infinita de material fissionável. Para uma espessura finita, a folha terá massa infinita. No entanto, a criticidade apenas é atingida quando a espessura desta folha excede um valor crítico.
== Desenho da arma ==
Até que a detonação seja desejada, a [[arma nuclear]] deverá ser mantida '''subcrítica'''. No caso de uma bomba de urânio, tal pode ser alcançado mantendo o combustível em peças separadas, cada uma abaixo do tamanho crítico tanto devido a serem pequenos demais como terem formatos desfavoráveis. Para provocar a detonação, os vários pedaços de urânio são aproximados uns dos outros
Não foi, até hoje, encontrada forma de criar uma bomba de plutónio a partir de peças separadas. Em vez disso, o plutónio apresenta-se como uma esfera subcrítica, que pode ou não ser ôca. A detonação é produzida explodindo uma carga modelada a toda a volta da esfera por forma a aumentar a densidade desta, produzindo, assim, uma configuração crítica estimulada. Este tipo de arma é conhecido como ''[[Configurações de armas nucleares#Método de implosão|arma de tipo implosivo]]''.
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;Criticidade por via de massa adicional
"Crítica" implica uma
1. É possível uma configuração ser crítica a aproximadamente zero potência. Se a quantidade perfeita de combustível foi adicionada a uma massa ligeiramente crítica para criar uma "massa crítica
2. Se a quantidade perfeita de combustível foi adicionada a uma massa ligeiramente sub-crítica para criar uma "massa marginalmente supercrítica", a temperatura da configuração aumentaria até um máximo inicial (por exemplo, 1 [[Kelvin|K]] acima da vizinhança) e, de seguida, diminuiria até à temperatura ambiente após um período de tempo (o consumo de combustível eventualmente tornará a configuração sub-crítica).
3. Uma massa
;Criticidade por via da geometria
Imaginemos uma quantidade fixa (mas suficiente) de esferas de [[Urânio|urânio-235]], sendo cada esfera perfurada nas
Supõe-se, frequentemente, que uma arma nuclear de tipo implosiva comprime o combustível metálico além de sua densidade natural; normalmente, os sólidos e os líquidos são considerados incompressíveis. Um mecanismo mais
;Parâmetros globais
Os cálculos práticos envolvem dois parâmetros: a massa e o raio da esfera. Começando com massa suficiente, esta é comprimida numa esfera menor com potentes explosivos, dando-se a detonação. De salientar que quanto maior a massa inicial (hoje a obtenção de material em termos produtivos já não é tão crítica como no passado), menor a necessidade de compressão para atingir-se a massa crítica. É também necessário
Não sendo usado um disparador de neutrões para detonar o dispositivo mas, ainda assim, montando-se uma esfera da massa supercritica de U-235, há probabilidade finita de se verificar uma emissão espontânea de neutrão, a qual causaria uma nova emissão em outros neutrões, originando uma [[Reação nuclear|
==Ver também==
*[[Reação nuclear|
*[[Bomba atômica|Arma nuclear]]
*[[Acidente de criticidade]]
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