Carlos XII da Suécia: diferenças entre revisões

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Em 29 de novembro o jovem príncipe herdeiro dissolveu o parlamento. A coroação realizou-se a 14 de dezembro de 1697 na Catedral de São Nicolau de Estocolmo.  Carlos XII rompeu duas importantes tradições nesse dia. A primeira foi por evitar o juramento de fidelidade mútua entre o rei e seus vassalos, e a segunda foi por coroar-se a si mesmo, sem intervenção de terceiros. Estas duas manifestações deixaram claro ante todos, que se considerava um monarca absoluto, tornando-se o único rei da Suécia a reinar como tal.
 
O jovem monarca herdava um império edificado a partir das conquistas militares iniciadas por [[Gustavo II Adolfo|Gustavo II Adolfo]], na [[Guerra dos Trinta Anos]] e confirmadas pelo [[Paz de Vestfália|Tratado de Paz de Vestfália]]; as quais seguiram-se aquelas obtidas por seu avô [[Carlos X Gustavo da Suécia|Carlos X Gustavo]], pelo [[Tratado de Roskilde]] e por seu pai [[Carlos XI da Suécia|Carlos XI]] na [[Guerra da Escânia]]. Basicamente a política externa da Suécia no século XVII direcionava-se a obtenção do pleno controle das costas do [[Mar Báltico]], amparada no poderio de um exército moderno e bem organizado, dotado de grandes efetivos.
 
==A Grande Guerra do Norte==
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Carlos XII lançou-se primeiramente contra a Dinamarca, contando com o auxílio naval anglo-holandês (nações favoráveis à independência do ducado de Holstein-Gottorp). Desembarcando próximo a Copenhague, forçou [[Frederico IV da Dinamarca|Frederico IV]] a se retirar do conflito, assinando o Tratado de Traventhal, em 8 de agosto de 1700.
 
Em novembro de 1700, Carlos XII dirigiu-se à Íngria com um exército de oito mil homens, dispostos a levantar o cerco do exército russo à cidade de [[Batalha de Narva|Narva]]. Durante uma tempestade de neve, atacou de surpresa e rompeu as linhas de defesa russas comandadas pelo general [[Carlos Eugênio de Croy]], infringindo uma esmagadora derrota às forças adversárias que lhe eram três vezes superiores em número.
 
Entretanto Carlos XII não soube tirar vantagem desta vitória, direcionou seus exércitos para um ataque à Polônia acreditando que a venceria rapidamente. Apenas em 1704, conseguiu depor Augusto II do trono da Polônia, obtendo a eleição de [[Estanislau I Leszczyński da Polônia|Estanislau Leszczyński]]. Porém sua luta contra Augusto, que manteve o Eleitorado da Saxônia, se estendeu até 1706. 
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Carlos XII invadiu a Rússia em 1708; a frente de um grande exército; porém os russos evitaram a princípio um confronto direto, adotando a tática de recuar seus exércitos, destruindo tudo que pudesse servir de abrigo ou alimento ao invasor, forçando os suecos a se dirigirem ao sul, para Ucrânia, onde buscavam obter mantimentos, valendo-se do apoio do hetman cossaco Ivan Mazeppa que havia se aliado a eles.
 
O primeiro embate se deu a 9 de outubro de 1708 na [[Batalha de Lesnaia]], onde as forças russas comandadas pelos príncipes [[Anikita Ivanovitch Repnin|Repnin]] e Menchikov atacaram uma coluna sob o comando do general [[Adam Ludwig Lewenhaupt|Lewenhaupt]], cortando as linhas de suprimento do exército sueco.
 
O corpo principal do exército sueco estava a 130 km ao sul, prosseguiu em direção à Ucrânia empreendendo o sítio da fortaleza russa de [[Poltava]] em junho de 1709, onde acabou envolvido por uma linha de defesa dupla, confinado entre as muralhas da fortaleza e as forças russas envolventes comandadas pelo próprio Pedro I. Nesta ocasião Carlos XII foi ferido no pé por um tiro desferido por um franco-atirador, enquanto inspecionava as tropas.
 
A [[Batalha de Poltava]] se deu a 8 de julho. Quando Carlos XII tentou romper o cerco russo e escapar em direção ao norte. Após uma vantagem inicial dos suecos, os russos desferiram um contra-ataque liderado pelo general [[Alexandre Danilovich Menchikov|Alexandre Menchikov]], apoiado pela cavalaria do general Adolfo[[Chistian Felix Bauer]], e fizeram valer sua superioridade numérica.
 
Percebendo que a derrota era inevitável, Carlos XII ordenou a retirada por volta do meio-dia, reunindo o restante de suas tropas e equipagens dirigiu-se às margens do Rio Dnieper, acossado pelas tropas russas que lhe foram em perseguição. Em 11 de julho de 1709, o exército sueco rendeu-se em Perevolochna. Carlos XII logrou escapar atravessando o Rio Prut, junto com sua guarda pessoal, alguns altos oficiais e o Hetman Ivan Mazeppa, dirigindo-se à Bender no [[Império Otomano]] (atual Tighina, na Romênia), onde encontrou refúgio sob a proteção do sultão [[Ahmed III]], lá permanecendo até 1714.
 
Tomou parte num conflito militar entre Império Otomano e o Império Russo, que resultou no [[Tratado de Adrianopla]] em 1713, pelo qual os russos derrotados tiveram de restituir a costa do [[Mar de Azov]] aos Otomanos e assegurar um salvo-conduto para o retorno de Carlos XII à Suécia.
 
Durante a permanência de Carlos XII na Moldávia, Frederico IV da Dinamarca voltou a atacar a Suécia, onde suas tropas foram sucessivamente derrotadas em 1710 na batalha de Helsingborg e 1712 na Batalha de Gadebuschem, pelo governador geral da Scania, conde Magno Stenbock. Os dinamarqueses conseguiram porém tomar o principado de Bremen e a cidade Wismar, o que lhes permitiu o controle do norte da [[Pomerânia sueca|Pomerânia]].
 
Em novembro de 1714, após cruzar a Europa Oriental por 14 dias, Carlos XII chegou ao sul Pomerânia, que permanecia em poder da Suécia, onde foi recebido pelo conde Jorge Henrique von Görtz, a quem fez primeiro-ministro em 1716, enquanto dedicava-se a reorganização do exército e a continuidade de sua política militar.
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==Legado==
Sua morte encerrou o período de expansão da Suécia, abrindo caminho para a ascensão do Império Russo como potência europeia. Ao término do conflito, a Suécia cedeu ao Império Russo as províncias da [[Carélia]], [[Livônia]], [[Estónia|Estônia]] e [[Íngria]] (na qual os russos fundaram a cidade de São Petersburgo).
 
Após os dezoito anos de guerra, o reino sueco estava economicamente arruinado e sem herdeiros diretamente ligados à tradição militar do pais, o que por um lado abriu caminho para um período de grande liberdade política e civil, com a redução de poder da monarquia e desenvolvimento do parlamentarismo.