Batalhão de Operações Policiais Especiais (PMERJ): diferenças entre revisões

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{{Info/Unidade Militar
|nome_da_unidade = Batalhão de Operações Policiais Especiais
|imagem = [[Imagem:Batalhão de Operações Policiais Especiais COMPLETO.svg|150px]]
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== História ==
=== Origem ===
A ideia de um grupo de policiais que fossem especificamente treinados para atuar em situações de extremo risco surgiu após o trágico desfecho da ocorrência com reféns no Instituto Penal Evaristo de Moraes, em 1974. Na ocasião o diretor do presídio, o Major PM Darcy Bittencourt, que era mantido refém pelos criminosos que tentavam fuga, foi morto juntamente com alguns presos após a intervenção da força policial.<ref name=":0">{{Citar web|titulo = Histórico {{!}} BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais|url = http://www.bopeoficial.com/o-batalhao/historico/|website = www.bopeoficial.com|acessodata = 2016-02-16}}</ref> Foi criado em 19 de janeiro de 1978, pelo Boletim da Polícia Militar n° 014 da mesma data como '''Núcleo da Companhia de Operações Especiais''' (NuCOE), através de um projeto elaborado e apresentado pelo [[capitão]] PM Paulo César de Amendola de Souza, que presenciou a crise, ao então [[Hierarquia na Polícia e Corpo de Bombeiros Militar|comandante-geral da PMERJ]], [[coronel]] Mário José Sotero de Menezes.<ref name="boperj.org" /> O NuCOE foi formado por policiais voluntários, dotados de comprovada integridade moral, e alguns possuíam especialização nas [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]], tais como o Estágio de Operações Especiais, o [[Centro de Instrução de Guerra na Selva|Curso de Guerra na Selva]] (ambos do [[Exército Brasileiro|Exército]]) e o Curso de Contra Guerrilha (CONGUE), dos [[Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais|Comandos Anfíbios]].<ref>{{citar web|url=http://www.defesanet.com.br/mout/noticia/17996/BOPE-completa-37-anos/|titulo=BOPE completa 37 anos|data=19/01/2015|acessodata=08/03/2017|publicado=DefesaNet|ultimo=|primeiro=}}</ref> Funcionava em um acampamento nas dependências CFAP-31 em Sulacap, na zona norte do Rio, e era subordinado operacionalmente ao chefe do Estado-Maior da PMERJ.<ref name="boperj.org">{{Citar web|url=http://www.boperj.org/siteoficial.html|publicado=Boperj.org|título=Site oficial do BOPE|obra=|autor=|data=|acessodata=|língua3=pt|li=sim}}</ref> Eram 12 barracas para cerca de 30 policiais.<ref name=":1">{{Citar web|titulo = Osso duro de roer: veja imagens dos 35 anos do Bope, a elite da PM do Rio - Fotos - UOL Notícias|url = http://noticias.uol.com.br/album/2013/01/19/osso-duro-de-roer-veja-imagens-dos-35-anos-do-bope-a-elite-da-pm-do-rio.htm|website = UOL Notícias|acessodata = 2016-02-17|lingua = pt-BR}}</ref>
 
Em 1980 passou a ter como símbolo a caveira trespassada por um punhal, ornado por duas garruchas cruzadas.
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Pelo [[decreto-lei]] n° 11.094 de 23 de março de 1988, foi criada a '''Companhia Independente de Operações Especiais''' (CIOE), com suas missões próprias em todo o Estado do Rio de Janeiro, que seriam determinadas pelo comandante-geral.<ref name="boperj.org" /> Nesse mesmo ano, ocorreu o seu batismo de fogo para operações em favelas, quando foram chamados para resolver uma guerra para controle de bocas de fumo na Rocinha.<ref name=":10">{{citar web|url=http://super.abril.com.br/historia/policias-de-elite-a-tropa-revelada|titulo=Polícias de elite: a tropa revelada|data=Novembro de 2007|acessodata=21 de maio de 2016|obra=Superinteressante Edição 245.|publicado=Superinteressante|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Finalmente, pelo [[decreto]] n° 16.374 de 1 de março de 1991, deu-se a criação do '''Batalhão de Operações Policiais Especiais''' (BOPE), ficando extinto a CIOE.
 
=== Tragédia e recomeço (2000) ===
Em 12 de junho de 2000, oficiais do BOPE foram comunicados para negociar com [[Sandro Barbosa do Nascimento]], um sequestrador aparentemente drogado que mantinha reféns no Jardim Botânico em um evento conhecido como [[Sequestro do ônibus 174]]. Os policiais passaram a tarde tentando negociar com o criminoso, e se comunicavam usando gestos, uma vez que não tivessem rádio. Coronel José Penteado, o comandante da unidade, estava no local e os atiradores de elite posicionados, mas a ordem para disparar um tiro fatal não veio. Após horas frustradas, o sequestrador deixou o ônibus com a professora Geísa Gonçalves, de 20 anos. Sem ordens, o soldado Marcelo Santos avançou pra alvejar Sandro com uma submetralhadora e errou o tiro, acertando a refém de raspão no queixo. Como resposta, Geísa levou três tiros nas costas disparados do revólver do sequestrador. Dentro do camburão, a caminho da prisão, os policiais asfixiaram Sandro. Santos entrou em depressão por anos e Penteado desapareceu.<ref>{{Citar web|titulo = Ex-capitão: 'Atirador do Bope ficou em depressão durante anos'|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/06/ex-capitao-atirador-do-bope-ficou-em-depressao-durante-anos.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-17|lingua = pt-BR}}</ref><ref name=":5">{{Citar web|titulo = Bope supera traumas, evolui e chega aos 35 anos com nova imagem, de pacificador - Rio de Janeiro - iG|url = http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/2013-01-28/bope-supera-traumas-evolui-e-chega-aos-35-anos-com-nova-imagem-de-pacificador.html|website = Último Segundo|acessodata = 2016-02-17}}</ref><ref>{{Citar web|titulo = Após 10 anos, sequestro do ônibus 174 vive na memória de testemunhas|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/06/apos-10-anos-sequestro-do-onibus-174-vive-na-memoria-de-testemunhas.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-17|lingua = pt-BR}}</ref>
 
A morte de Geísa serviu de exemplo ao BOPE, que percebeu a falta de treinamento adequado, equipamento e autonomia funcional para decidir uma situação de crise, e se aperfeiçoou especialmente no resgate de reféns.<ref name=":5" /> Em dezembro de 2000, ganhou instalações próprias, localizada no hotel cassino abandonado no alto da favela [[Tavares Bastos (favela)|Tavares Bastos]], no bairro de [[Laranjeiras (bairro do Rio de Janeiro)|Laranjeiras]], na [[Zona Sul (Rio de Janeiro)|Zona Sul da capital fluminense]], que era utilizado como ponto de observação do tráfico na região.<ref name="boperj.org" /><ref name=":0" /><ref name=":1" /> No mesmo mês, em decorrência do sequestro do 174, o BOPE criou a Unidade de Intervenção Tática (UIT), um núcleo para o resgate de reféns.<ref name=":8">Reportagem do [[Fantástico]] em 27 de setembro de 2009 sobre os ''snipers'' do BOPE.</ref>
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Com a aproximação da [[Copa do Mundo FIFA de 2014]], com jogos sediados no [[Rio de Janeiro]], e os [[Jogos Olímpicos de Verão de 2016]], realizados principalmente na capital, o BOPE se preocupou com a preparação de seus agentes e o aumento de seu efetivo e equipamentos. Em 2010, a 18ª edição do COEsp ganhou dois meses adicionais, para estudar sobre grupos terroristas e aprimorar o condicionamento físico dos agentes.<ref name=":11">{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/portal/rio/curso-do-bope-fica-ainda-mais-duro-para-combater-terrorismo-1.227282|titulo=Curso do Bope fica ainda mais duro para combater terrorismo|data=28 de junho de 2010|acessodata=21 de maio de 2016|obra=O Dia|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Foi estudado a criação do Curso de Intervenções Táticas, com cerca de seis semanas de duração, dando mais conteúdo, por exemplo, de negociação e equipamento. A modalidade poderia ser realizada por quem já tivesse feito pelo menos um de seus cursos. Também foi marcado um intercâmbio para treinar em [[Israel]] em técnicas contra o terrorismo, e construído um centro de instrução especializada.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/portal/rio/terrorismo-deixa-o-bope-em-alerta-1.261085|titulo=Terrorismo deixa o Bope em alerta|data=13 de novembro de 2010|acessodata=21 de maio de 2016|obra=O Dia|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Oito membros do Grupo de Retomada e Resgate participaram do [[Urban Shield]] de 2012, instruído pelo [[Exército dos Estados Unidos]] e Departamento de Polícia de Oakland, e realizado durante 48 horas ininterruptas, com 32 simulações de situações catastróficas, como incêndios, desastres naturais, atentados terroristas e outras ameaças externas.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1299662|titulo=Equipe do Bope disputa competição internacional de segurança|data=28-10-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Subsecretaria de Comunicação Social|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/seseg/exibeconteudo?article-id=1303200|titulo=Termina treinamento do BOPE com exército dos Estados Unidos|data=30-10-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Secretaria de Estado de Segurança|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1329442|titulo=Bope comemora bom desempenho em competição nos Estados Unidos|data=12-11-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Medina|primeiro=Esther}}</ref> Em 2 de junho de 2013, foi realizado um treinamento para ambientação operacional em embarcação com a Unidade de Intervenção Tática.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1627114|titulo=Bope realiza ambientação operacional nas Barcas|data=12-06-2013|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Barcellos|primeiro=Clarissa}}</ref>
[[Ficheiro:1 Equipam 06.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O BOPE recebeu R$ 200 milhões designados a equipamentos e treinamento, com foco na Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.]]
O efetivo, de cerca de 400 agentes, foi planejado para dobrar, conseguindo assim atuar tanto nos eventos quanto no resto da cidade e tendo uma atuação mais ampla em ambos os casos. O orçamento planejado para investimentos com o BOPE para os jogos foi de R$ 200 milhões.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1304778|titulo=Comando de Operações Especiais receberá R$ 300 milhões|data=31-10-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Colbert|primeiro=Marcelle}}</ref> Foram designados quatro novos Caveirões em complementação aos anteriores, adquiridos em [[2014]], da linha sul-africana [[Maverick (veículo)|Maverick]], e adquiridas fardas com camuflado [[MARPAT]] Woodland digital, originais do [[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos]] (USMC) pra operações diurnas e em selva. Também obtidos foram as escutas, capazes de ouvir através de uma parede de até 80 cm; um robô com câmera, para realização de varreduras em locais de difícil acesso; o videoscope, um tubo flexível com microcâmera na ponta que transmite suas imagens a um monitor na farda do policial, e uma série de Taser X2 com câmera acoplada para imobilização de sequestradores.<ref>{{citar web|url=http://extra.globo.com/casos-de-policia/bope-recebe-novas-armas-equipamentos-para-copa-as-olimpiadas-6898486.html|titulo=Bope recebe novas armas e equipamentos para a Copa e as Olimpíadas|data=022 de dezembro de 2012|acessodata=21 de maio de 2016|obra=Extra|publicado=|ultimo=Serra|primeiro=Paola}}</ref><ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1376455|titulo=Tropa do Bope contará com novos equipamentos tecnológicos no próximo ano|data=18-12-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Colbert|primeiro=Marcelle}}</ref>
 
Em 2011, o BOPE, o BAC e o BPChoque finalizaram um treinamento de dois anos com a [[Polícia Nacional (França)|Polícia Nacional Francesa]] para aprender a desmobilizar manifestantes agressivos e agilizar o atendimento médico de emergência às vítimas e policiais nos tumultos.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=710183|titulo=Polícia Militar se prepara para os grandes eventos do Rio de Janeiro|data=09-12-2011|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Colbert|primeiro=Marcelle}}</ref> Ainda em 2012 foi realizada a primeira simulação com vítimas: o BOPE e outros esquadrões do COE simularam, em agosto, um caso em que três sequestradores tinham 70 reféns em mãos.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1042587|titulo=PM realiza simulação preventiva para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos|data=11-08-2012|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Porto|primeiro=Daniel Azevedo}}</ref> Em abril de 2013, realizaram ambientação operacional no [[Corcovado]].<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1520556|titulo=Agentes do Comando de Operações Especiais da PM treinam no Corcovado|data=06-04-2013|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Kopschitz|primeiro=Isabel}}</ref> Nos dias 13 e 15 de janeiro de 2015, simularam um resgate de reféns no metrô.<ref>{{citar web|url=http://rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=2308651|titulo=Bope simula resgate no metrô para as Olimpíadas|data=15-01-2015|acessodata=29-05-2016|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Constancio|primeiro=Thaise}}</ref> Um mês depois, em 11 de fevereiro, foi simulado um sequestro em ônibus BRT, no Golfe Olimpíco.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/02/pm-simula-sequestro-onibus-brt-como-treino-para-olimpiadas-no-rio.html|titulo=PM simula sequestro a ônibus BRT como treino para Olimpíadas no Rio|data=11 de fevereiro de 2015|acessodata=21 de maio de 2016|obra=|publicado=G1 Rio|ultimo=Brito|primeiro=Guilherme}}</ref> Em julho, por uma semana, o [[Groupe d'Intervention de la Gendarmerie Nationale]] (GIGN), grupo de intervenção [[França|francês]], fez intercâmbio com o BOPE, ensinando-lhes técnicas novas sobre resgate de reféns e terrorismo.<ref>{{citar web|url=http://riodejaneiro.ambafrance-br.org/Seguranca-nos-JO-2016-intercambio-entre-o-GIGN-e-o-BOPE|titulo=Segurança nos JO 2016: intercambio entre o GIGN e o BOPE|data=24 de julho de 2015|acessodata=21 de maio de 2016|obra=Consulado-Geral da França no Rio de Janeiro|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em 29 de abril de [[2016]], o BOPE participou de um treinamento com os [[Navy SEALs]] norte-americanos nas Barcas, ao lado de agentes da [[Força Nacional de Segurança Pública]] formados em operações especiais e soldados do [[Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais|Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (COMANF)]].<ref>{{citar web|url=http://www.grupoccr.com.br/barcas/Noticias/NewsDetails?title=treinamento-especial-na-ccr-barcas&id=2345|titulo=Treinamento Especial na CCR Barcas|data=29/04/2016|acessodata=12/06/2016|obra=CCR Barcas|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.assuntosmilitares.jor.br/2016/05/seals-e-bope-fazem-treinamento-especial.html|titulo=SEALs e BOPE fazem treinamento especial na CCR Barcas|data=01/05/2016|acessodata=12/06/2016|obra=Assuntos Militares|publicado=|ultimo=Pereira|primeiro=Ricardo}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.militarnewsbrasil.com.br/navy-seals-comanf-e-bope-fazem-treinamento-antiterrorista-em-barcas-no-rj/|titulo=NAVY SEALS, COMANF e BOPE fazem treinamento antiterrorista em barcas no RJ|data=01/05/2016|acessodata=12/06/2016|obra=Militar News Brasil|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Entre 09 e 13 de maio, em [[Goiânia]], agentes do BOPE participaram do Exercício Conjunto e Interagências com enfoque em simulações de atentados terroristas ao lado de times táticos de Operações Especiais das [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]], da [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]], da [[Força Nacional de Segurança Pública]] e de Polícias Militares e Civis de diversos estados brasileiros.<ref>{{citar web|url=http://www.pmerj.rj.gov.br/?p=29701|titulo=BOPE participa de treinamento anti-terrorismo para as Olimpíadas|data=13 de maio de 2016|acessodata=21 de maio de 2016|obra=PMERJ|publicado=Imprensa Oficial do Governo do Estado do Rio de Janeiro|ultimo=Assunção|primeiro=Fernanda Pereira de}}</ref> Em 10 de junho, o COE realizou com o COMANF uma simulação no MetrôRio, em que era feita a retomada do lugar, ocupado por terroristas que invadiram a cabine de comando e o terceiro vagão.<ref>{{citar web|url=http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=2850793|titulo=Comando de Operações Especiais realiza simulação|data=10/06/2016|acessodata=12/06/2012|obra=Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro|publicado=Subsecretaria de Comunicação Social|ultimo=Brusco|primeiro=Beth}}</ref><gallery mode="traditional">
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|}
 
Além disso, o BOPE também conta com 30 [[Arma de eletrochoque|armas de eletrochoque]] [[Taser X2|X2]] produzidos pela marca [[Taser International]] para serem usados em resgate de reféns. O X2 é característico e eficiente por registrar todas as informações de uso, a possibilidade de acoplar câmeras no armamento para a filmagem das operações e trazer a possibilidade de dois disparos.<ref>{{Citar web|url=http://oglobo.globo.com/rio/bope-ganha-30-armas-de-eletrochoque-para-uso-em-operacoes-de-resgate-de-refens-16198345|titulo=Bope ganha 30 armas de eletrochoque para uso em operações de resgate de reféns|acessodata=2016-03-05|website=O Globo|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://revistasecurity.com.br/blog/taser-equipa-bope-com-sua-mais-nova-arma-nao-letal/|titulo=Taser equipa BOPE com sua mais nova arma não letal|acessodata=2016-03-05|website=Revista Security|lingua=pt-BR}}</ref>
== Canção do BOPE ==
[[Letra (música)|Letra]]: Major PM Paulo Cesar Amêndola de Souza
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Suas aulas teóricas incluem, desde 2010, entender as aspirações políticas dos grupos terroristas, suas maneiras de agir e como identificar seus integrantes e instrumentos de ataque e estudar a origem e história destes.<ref name=":11" />
 
Cada aspirante ao BOPE dá uma média de 2500 tiros no curso preparatório, aprende-se a usar 12 tipos diferentes de armas e seus atiradores de elite são capazes de acertar uma moeda de 5 centavos a uma distância de 100 metros.<ref name=":7">''[[Veja|]]''Veja'']]: Edição n.º 2030, de [[17 de outubro]] de [[2007]]</ref> Uma pesquisa acadêmica revelou que, com o COEsp, os soldados da tropa ganham a capacidade de exercer diversas funções simultâneas, diferente de outras pessoas, desenvolvendo, entre outras coisas, percepção, raciocínio rápido, e capacidade de tomar decisões em situações extremas. Tudo sem perder o controle emocional.<ref>{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rio-cientistas-estudam-cerebro-de-policiais-do-bope,85aa292573d2b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html|titulo=Rio: cientistas estudam o cérebro do Bope|data=31 de julho de 2010|acessodata=21 de maio de 2016|obra=O Dia|publicado=Terra|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Suas primeiras instruções são sobre direitos humanos, comunicação com o público e linguagem corporal, incluindo protocolos da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) sobre como tratar a população civil e palestras de profissionais das áreas de [[direito]], [[sociologia]] e [[psicologia]].<ref name=":15" />
Linha 363:
 
=== Preparo ===
O policial do BOPE tem uma carga diária de mais de três horas de preparo físico, além de fazer treinamentos específicos de três dias (como ações na montanha ou em helicópteros) uma vez por mês.<ref>''[[Veja|]]''Veja'']]: Edição n.º 2190, de [[10 de novembro]] de [[2010]]</ref>
 
=== Curso de Guerra na Selva ===
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== Controvérsias ==
O BOPE gerou notoriedade graças ao seu papel na violenta guerra contra o narcotráfico nas [[favelas]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e têm sido referidos internacionalmente como "Dead Squad" por muitos jornais.<ref>{{Citar web|titulo = Police 'Death Squad' BOPE Called in to Calm Brazilian Slums|url = http://www.ibtimes.co.uk/police-death-squad-bope-called-calm-brazilian-slums-1440534|website = International Business Times UK|acessodata = 2016-02-17}}</ref><ref name=":2">{{Citar periódico|titulo = A Violent Police Unit, on Film and in Rio’s Streets|url = http://www.nytimes.com/2007/10/14/world/americas/14tropa.html|jornal = The New York Times|data = 2007-10-14|issn = 0362-4331|primeiro = Alexei|ultimo = Barrionuevo}}</ref><ref>{{Citar web|titulo = Elite Squad: the movie that shook Brazil|url = http://www.telegraph.co.uk/culture/film/3556607/Elite-Squad-the-movie-that-shook-Brazil.html|website = Telegraph.co.uk|acessodata = 2016-02-17}}</ref> Um aspecto que fora notado é o seu símbolo, que carrega uma faca em um crânio sobre [[Garrucha|garruchasgarrucha]]s cruzadas.<ref name=":2" /> De acordo com o site do BOPE, a faca no crânio simboliza a "vitória sobre a morte" e as pistolas são o símbolo da Polícia Militar.<ref>{{Citar web|titulo = Símbolo {{!}} BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais|url = http://www.bopeoficial.com/valores/simbolo/|website = www.bopeoficial.com|acessodata = 2016-02-17}}</ref>
 
A [[Amnesty International|Anistia Internacional]] declarou que "as forças policiais brasileiras adotam métodos violentos e repreensivos. Isso causa violações dos direitos fundamentais de grande parte da população em uma base regular",<ref>{{Citar web|titulo = Document|url = https://www.amnesty.org/en/documents/AMR19/025/2005/pt/|website = www.amnesty.org|acessodata = 2016-02-17}}</ref> e atribui um certo número de civis assassinados ao BOPE em particular. Em Março de 2006, a Anestia Internacional condenou especificamente a utilização de vans blindadas, como o [[Caveirão]]. Ela afirmou que implantar agressivamente e indiscriminadamente o veículo visando comunidades inteiras destacou a ineficácia do uso excessivo da força.<ref>{{Citar web|titulo = Brazil: Caveirão -- Rio’s real “bogeyman” {{!}} Scoop News|url = http://www.scoop.co.nz/stories/WO0603/S00279/brazil-caveirao-rios-real-bogeyman.htm|website = www.scoop.co.nz|acessodata = 2016-02-17}}</ref>
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Um relatório de 2005 sobre execuções sumárias pela Universidade de Direito de Nova York indicou que o BOPE estava envolvido na morte de quatro adolescentes sob o pretexto de que eles eram traficantes de drogas que haviam resistido à prisão: "oficiais do BOPE falsificaram a cena do crime, a fim de incriminar as vítimas. Esperando que essa maneira faça-lhes parecer ser membros de gangues. Nenhuma arma foi encontrada em nenhuma das vítimas. Nenhum deles tinha qualquer histórico prévio de atividade criminal".<ref>http://www.extrajudicialexecutions.org/application/media/E_CN_4_2005_7_Add_1%202005.pdf</ref>
 
Entre [[agosto]] e [[dezembro]] de [[2012]], o terceiro-sargento Arlen Santos da Silva, de 43 anos, forneceu instruções de uso de armas, fardas e acessórios (colete e coturno) do BOPE a membros da quadrilha do [[Terceiro Comando Puro]] do [[Complexo da Maré]], em troca de propina. Além disso, ele dava orientações ao bando pra escapar de flagrantes, deixando armamentos pra trás.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-07-07/ex-sargento-do-bope-treinou-bando-da-mare-sobre-como-usar-armas.html|titulo=Ex-sargento do Bope treinou bando da Maré sobre como usar armas|data=[[7 de julho]] de [[2015]]|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=Adriana Cruz e Maria Inez Magalhães|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[6 de dezembro]] de [[2014]], um sargento em atividade há pelo menos 14 anos antes do ocorrido foi acusado de desacatar militares da [[Unidade de Polícia Pacificadora|UPP]] da [[Vila Cruzeiro]] por um membro não ter trocado o pneu de seu carro.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-12-08/corregedoria-vai-apurar-conduta-de-sargento-do-bope-acusado-de-desacato.html|titulo=Corregedoria vai apurar conduta de sargento do Bope acusado de desacato|data=8 de dezembro de 2014|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=|ultimo=Cunha|primeiro=Vania}}</ref> Em [[julho]] de [[2015]], foi relatado que policiais teriam apreendido R$ 1,8 milhão de traficantes em uma operação no [[Morro da Covanca]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/07/seis-pms-sao-expulsos-do-bope-suspeitos-de-roubar-traficantes-no-rio.html|titulo=Seis PMs são expulsos do Bope suspeitos de roubar traficantes no Rio|data=13 de julho de 2015|acessodata=18 de março de 2016|obra=G1|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[30 de dezembro]] de [[2015]], uma mulher de 28 anos da [[Rocinha|Favela da Rocinha]] reportou que, ao voltar de uma festa, encontrou quatro policiais e um cadáver, foi pedida que entrasse no Beco do Seu Miro e, então, agarrada pelo cabelo por dois PMs do BOPE e estuprada.<ref>{{citar web|url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-12-30/policiais-do-bope-sao-acusados-de-estupro-na-favela-da-rocinha.html|titulo=Policiais do Bope são acusados de estupro na Favela da Rocinha|data=30 de dezembro de 2015|acessodata=11 de março de 2016|obra=O Dia - iG|publicado=Wilson Aquino|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Em [[2010]], durante a [[Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010|ocupação do Complexo do Alemão]], foram denunciados diversos abusos policiais supostamente do BOPE por moradores da comunidade. Houve um boato de que traficantes teriam fugido dentro de um blindado do BOPE.<ref name=":15" />
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==== Operação Black Evil ====
Na manhã do dia 11 de dezembro de [[2015]], quatro policiais do BOPE foram presos suspeitos de receber propina de traficantes. Na casa de um quinto policial, Rodrigo Meleipe Vermelho Reis, preso três dias depois de deflagrada a operação, foram encontrados R$ 70 mil em dinheiro.<ref>{{Citar web|titulo = Polícia encontra R$ 70 mil na casa de PM do Bope que está foragido|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/12/policia-encontra-r-70-mil-na-casa-de-pm-do-bope-que-esta-foragido.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-21|lingua = pt-BR}}</ref> Ele estava fora do país. Os suspeitos, além de Rodrigo, eram Maicon Ricardo Alves da Costa, André Silva de Oliveira, Raphael Canthé dos Santos e Silvestre André da Silva Felizardo. Felizardo havia saído do BOPE em dezembro de [[2014]], mas arregimentou policiais para participar do esquema criminoso.<ref>{{Citar web|titulo = PM divulga resultado da Operação Black Evil|url = http://www.pmerj.rj.gov.br/pm-divulga-resultado-da-operacao-black-evil/|website = PMERJ|acessodata = 2016-02-21}}</ref>
 
Segundo a denúncia do [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]], os policiais investigados, que atuaram entre agosto e dezembro daquele ano, recebiam propina semanal de uma facção criminosa, o [[Comando Vermelho]], em troca de informações realizadas pelo BOPE nas comunidades Faz quem Quer, Covanca, Jordão, Barão, Antares, Vila Ideal, Lixão, Conjunto de Favelas do Lins e Conjunto de Favelas do Chapadão. O grupo ainda negociava com traficantes armas apreendidas em outras ações para uso da quadrilha e até fardas da tropa.
 
A investigação começou depois que, em uma operação no morro do Faz-quem-Quer, num sábado à noite, os policiais encontraram a favela vazia. Eles diziam bom dia, boa noite e pediam desculpas se algo desse errado no vazamento de informações.<ref name=":3">{{Citar web|titulo = Após escândalo no Bope, PM do RJ anuncia mudanças na tropa de elite|url = http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/12/apos-escandalo-no-bope-pm-do-rj-anuncia-mudancas-na-tropa-de-elite.html|website = Rio de Janeiro|acessodata = 2016-02-21|lingua = pt-BR}}</ref>
 
{{Citação2
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|Tenente-coronel Carlos Eduardo Sarmento, comandante do BOPE, sobre a investigação}}
 
A propina variava entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade. Segundo o MP, cada policial fazia parte de um grupo diferente, dos quatro do BOPE.
 
A operação, batizada "Black Evil", foi feita pela PM do Rio de Janeiro por meio do comando do BOPE, da Corregedoria Interna e da Coordenadoria de Inteligência, com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSINTE) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público.