Pré-socráticos: diferenças entre revisões

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== ''Doxografias'', a obra de Diels-Kranz e os fragmentos ==
Na atualidade não é conservada nenhuma obra completa de filósofos pré-socráticos. [[Platão]] e [[Aristóteles]] tinham acesso a várias delas e talvez alguma chegou à [[Biblioteca de Alexandria]]. Na Escola de Alexandria circulavam compilações conhecidas posteriormente como "doxografias", do grego δόξα (doxa) = opinião + γραϕή (grafé) = escrito, ou "conversações" (gr.: ἀρέσκοντα, lat.: placita). Em particular, era atribuída a [[Teofrasto]] uma doxografia com o nome ''Opiniões dos físicos'', (grego: Φυσικῶν δοχῶν), que seria uma compilação e comentários de fragmentos de pré-socráticos.<ref>Ver [[#kirk-raven-presocratic|KIRK RAVEN (1977)]], p. 3−4, [[#guthrie1962presocraticspythagoreans|GUTHRIE (1962)]], p. XIII e [[#barnes2005presocratic|BARNES (2005)]], p. 10 e nota 14 na p. 473.</ref>. [[Hermann Diels]] realizou uma edição dessas fontes com o nome [[#Diels1879doxographigraeci|Doxographi Graeci]] (tr. "Doxografia Grega"). Por serem as doxografias um conhecimento de segunda mão, surge a questão: até que ponto podemos confiar nas doxografias? A resposta de Barnes é que as doxografias não são dignas de confiança e que devemos nos fundar nas ''mesmíssimas palavras'' dos pré-socráticos.<ref>ver [[Pré-socráticos#barnes2005presocratic|BARNES (2005)]], p. 10.</ref>.
 
Diels continuou o seu trabalho no final do [[século XIX]] com uma compilação de testemunhos e fragmentos dos pré-socráticos espalhados por diversas obras antigas, publicando esse material com o nome ''Die Fragmente der Vorsokratiker'' (tr. ''Os fragmentos dos pré-socráticos'')<ref>[[#Diels-Kranz1960FragmenteDerVorsokratiker|Ver DIELS KRANZ (1960)]].</ref> que se transformou na obra de referência sobre o tema. Posteriormente, [[Walther Kranz]] organizou novas edições dessa obra, que passou a ser conhecida como ''Diels-Kranz''. No meio acadêmico é comum utilizar a [[Hermann Diels#Citação padronizada de Diels-Kranz|citação padronizada de Diels-Kranz]] para os pré-socráticos. Por exemplo, '''DK22B53''' é o fragmento ('''B''') 53 de Heráclito (capítulo '''22'''), no qual expressa que "a guerra é o pai de todas as coisas".
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Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas naturais.
 
=== [[Empédocles|Empédocles]] DK31 ===
Ele achava que os dois estavam certos:
* 1. A água não poderia, evidentemente, transformar um peixe em uma borboleta. Com efeito, a água não pode mudar. Água pura irá continuar sendo água pura. Por isso, Parmênides estava certo ao sustentar que “nada muda”.
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== Escolas Italianas ==
=== [[Pitágoras|Pitágoras]] de Samos ===
Representada pela mestre de Pitágoras, [[Temistocléia (filósofa)|Temistocléia]] e seus seguidores: [[Teano (filósofa)|Teano]], [[Damo]], [[Arquitas de Tarento]], [[Arignote]], [[Equécrates]], [[Melissa (filósofa)|Melissa]], [[Myia]], [[Fíntis de Esparta]], [[Filolau de Crotona]]. A maioria dos discípulos desenvolvia conhecimentos em [[matemática]].
 
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== Segunda Fase do pensamento pré-socrático ==
=== Escola atomista ===
[[Leucipo|Leucipo]] e [[Demócrito de Abdera]] são os maiores expoentes.
 
=== [[Anaxágoras|Anaxágoras de Clazômena]] ===
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* Escreveu um tratado aparentemente pequeno intitulado "Sobre a natureza", em que tentava conciliar a existência do múltiplo frente à crítica de [[Parmênides de Eleia]] e sua escola. Afirmava que o universo se constitui pela ação do ''[[Nous]]'' ('''νοῦς'''), conceito que geralmente é traduzido por ''espírito'', ''mente'' ou ''inteligência''. Segundo o filósofo, o ''Nous'' atua sobre uma mistura inicial formada de sementes que contém uma porção de cada coisa. Assim, o ''Nous'', que é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre estas sementes ordenando-as e constituindo o mundo sensível. Os fragmentos preservados versam sobre: [[cosmologia]], [[biologia]] e [[percepção]]. Esta noção de ''[[causa inteligente]]'', que estabelece uma finalidade na evolução universal, irá repercutir em filósofos posteriores, como Platão e [[Aristóteles]].
 
Anaxágoras aparece ao lado de [[Pitágoras|Pitágoras]] no quadro da "Escola de Atenas" do pintor [[Rafael Sanzio|Rafael]], segurando a tableta com o número triangular 1+2+3+4, a sagrada ''[[tetraktys]]'' dos Pitagóricos.
 
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