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== Causas da disputa ==
=== África e os mercados globais ===
A [[África subsariana]], uma das últimas regiões do mundo ainda não afetada pelo ''"Imperialismo Formal''" e a ''"[[civilização]]''" tornou-se uma região atrativa para as potências europeias por razões econômicas e raciais. Durante uma época em que a [[Balanço de pagamentos|balança comercial]] da [[Grã-Bretanha]] mostrava um déficit em seu crescimento, com os mercados continentais se encolhendo e, cada vez mais [[Protecionismo|protecionistas]] devido a ''Grande Depressão'', entre os anos de 1815/ e 1817, a [[África]] oferecia ao [[Reino Unido]], [[Alemanha]], [[França|espanha ,]]

[[França]], entre outros países, um mercado aberto no qual se aproveitava o grande excedente de produção e um mercado que [[Importação|importa]] mais da [[metrópole]] do que [[Exportação|exporta]].
 
[[Imagem:Suez Canal drawing 1881.jpg|thumb|230px|esquerda|Esboço do [[Canal de Suez]] realizado em 1881. O Canal era uma das grandes ambições europeias para ampliar seus mercados à nível global.]]
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[[Imagem:Alfred von Tirpitz.jpg|thumb|direita|200px|Almirante [[Alfred von Tirpitz]].]]
Enquanto eu dormia ele acordava que a África tropical não era uma região de grandes investimentos, o vasto interior entre a [[África do Sul]], rica em [[ouro]] e [[diamante]]s, e o [[Egito]] tinham, contudo, um alto valor estratégico, importante para assegurar o fluxo do comércio exterior. O [[Reino Unido]] estava sob uma intensa pressão política, especialmente devido aos partidários do [[Partido Conservador do Reino Unido|Partido Conservador]] para proteger os mercados lucrativos na [[Índia britânica]], [[Dinastia Qing]] ([[China]]) e [[América Latina]] dos rivais usurpadores. Desta forma, proteger a importante via marítima entre o leste e oeste - O [[Canal de Suez]] - era crucial. A rivalidade entre o Reino Unido, [[França]], [[Alemanha]], entre outras potências europeias esteve presente na maior parte do período da colonização.<ref name="Campos"/>
 
Desse modo, enquanto a [[Alemanha]], que havia sido unificada sob o domínio da [[Prússia]] após a [[Batalha de Sadowa]] em [[1886]] e a [[Guerra franco-prussiana]] em [[1870]], dificilmente seria uma potência colonial antes do período do [[Neoimperialismo]] e, participaria das disputas. Tornou-se uma [[Revolução Industrial|potência industrial em crescimento]] que incomodava o [[Reino Unido]], porém não havia tido a oportunidade de controlar territórios extracontinentais, principalmente devido ao fato de ter a sua unificação tardia, uma fragmentação em vários estados e uma falta de experiência na [[Navegação marítima|Navegação]] moderna. Fator que mudaria sob a liderança de [[Otto Von Bismarck]], quem implementou a "''[[Weltpolitik]]''" (política mundial) e, após de coordenar as bases de isolamento da [[França]] com a aliança entre a Alemanha e o [[Áustria-Hungria|Império Austro-Húngaro]] e mais tarde com a [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]] com [[Itália]] exigiu a [[Conferência de Berlim]], a qual fixou as regras para um maior controle efetivo dos territórios estrangeiros. O [[expansionismo]] alemão conduziria ao [[Plano Tirpitz]], implementado pelo [[Alfred von Tirpitz|Almirante von Tirpitz]], quem também defendeu os decretos de flota em [[1898]], atrativo numa [[Guerra|luta armada]] com o Reino Unido. Em [[1914]], os decretos haviam dado à Alemanha a segunda maior força naval do mundo, aproximadamente 40% menor que a frota da [[Marinha Real Britânica]]. De acordo com Tirpitz, essa agressiva política naval estava respaldada mais pelo [[Partido Nacional Liberal (Alemanha)|Partido Nacional Liberal da Alemanha]] do que pelos conservadores, demonstrando que as principais sustentações do [[imperialismo]] das nações europeias eram a [[burguesia]].