Batalha de La Lys: diferenças entre revisões

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Nesta batalha a 2.ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado ''Milhões''.
 
De seu verdadeiro nome Aníbal Augusto Milhais, natural de [[Valongo de Milhais|Valongo]], em [[Murça]], viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua ''menina'', uma metralhadora ''Lewis'', conhecida entre os combatentes lusos como a ''Luísa''. Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o soldado ''Milhões'' continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
 
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "''Tu és Milhais, mas vales Milhões!''". Foi o único soldado raso português da Primeira Guerra a ser condecorado com o Colar da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]], a mais alta condecoração existente no país.