Crise dos mísseis de Cuba: diferenças entre revisões

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'''Crise dos mísseis de Cuba''', também conhecido como a '''Crise de Outubro''' ({{lang-es|''Crisis de Octubre''}}), '''Crise do [[Caribe]]''' ({{lang-ru|Карибский кризис}}) foi um confronto de 13 dias (16-28 outubro de 1962) entre os [[Estados UnidosEUA]] e a [[União SoviéticaURSS]] relacionado com a implantação de [[mísseis balísticos]] soviéticos em [[Cuba]]. Além de ter sido televisionada em todo o mundo, foi o mais próximo que se chegou ao início de uma [[guerra nuclear]] em grande escala durante a [[Guerra Fria]].<ref>{{citar livro|autor1 =Len Scott|autor2 =R. Gerald Hughes|título=The Cuban Missile Crisis: A Critical Reappraisal|url=https://books.google.com/books?id=UJEGCAAAQBAJ&pg=PT17|ano=2015|publicado=Taylor & Francis|página=17}}</ref>
 
Em resposta à fracassada [[Invasão da Baía dos Porcos]] de 1961 e a presença de mísseis balísticos estadunidenses [[PGM-19 Jupiter]] estacionados na [[Itália]] e na [[Turquia]], o líder soviético [[Nikita Khrushchev]] decidiu concordar com o pedido de [[Cuba]] para colocar mísseis nucleares em seu território para deter uma futura invasão estadunidense. Um acordo foi alcançado durante uma reunião secreta entre Kruchev e [[Fidel Castro]] em julho e a construção de uma série de [[Silo de míssil|instalações de lançamento de mísseis]] começou depois do verão.
 
Uma eleição estava em curso nos Estados Unidos[[EUA]]. A [[Casa Branca]] negou as acusações de que estava ignorando os mísseis soviéticos a 145 quilômetros do litoral da [[Flórida]]. Estas preparações de mísseis foram confirmadas quando um avião espião [[Lockheed U-2]] da [[Força Aérea dos Estados Unidos]] produziu [[Reconhecimento aéreo|provas fotográficas]] claras de instalações de mísseis balísticos [[R-12 Dvina]] e [[R-14 Chusovaya]]. Os Estados Unidos[[EUA]] estabeleceram um bloqueio militar para evitar que novos mísseis entrassem em Cuba e anunciou que não permitiria que armas ofensivas fossem entregues a Cuba, além de ter exigido que as armas já entregues fossem desmontadas e levadas de volta à [[URSS]].
 
Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Publicamente, os soviéticos desmantelaram as suas armas em [[Cuba]] e as levaram para a União Soviética[[URSS]], sob reserva de verificação dasda [[Nações UnidasONU]], em troca de uma declaração pública dos Estados Unidos[[EUA]] de nunca invadir Cuba sem provocação direta. Secretamente, os Estados Unidos[[EUA]] também concordaram que iriam desmantelar toda a rede de mísseis Júpiter que foi implantada na [[Turquia]] e [[Itália]] contra a União Soviética[[URSS]], mas que não era conhecida pelo público.
 
Quando todos os mísseis ofensivos e bombardeiros leves [[Ilyushin Il-28]] foram retirados de [[Cuba]] e o bloqueio foi formalmente encerrado em 20 de novembro de 1962. As negociações entre os Estados Unidos[[EUA]] e a União Soviética[[URSS]] destacaram a necessidade de uma rápida, clara e direta linha de comunicação entre [[Washington, DC]] e [[Moscou]]. Uma série de acordos reduziu drasticamente as tensões EUA-União SoviéticaURSS durante os anos seguintes.
 
== Início ==
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A crise começou quando os [[URSS|soviéticos]], em resposta à instalação de mísseis nucleares na [[Turquia]], Inglaterra e [[Itália]]<ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/ensaio-geral-do-fim |título=Ensaio geral do fim |publicado=Revista de História |autor=Carlos Federico Dominguez Ávila}}</ref> em [[1961]] e à invasão de [[Cuba]] pelos [[Estados Unidos]] no mesmo ano, instalaram mísseis nucleares em Cuba. Em [[14 de Outubro]], os [[Estados Unidos]] divulgaram fotos de um voo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarenta silos para abrigar [[Míssil|mísseis]] nucleares. Houve uma enorme tensão entre as duas [[superpotência]]s pois uma [[guerra nuclear]] parecia mais próxima do que nunca. O governo de [[John F. Kennedy]], apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.
 
[[Nikita Kruschev]], o Primeiro-ministro da [[URSS]] à época, afirmou que os mísseis nucleares eram apenas defensivos, e que tinham sido lá instalados para dissuadir outra tentativa de invasão da ilha (dezoito meses antes, em [[17 de abril]] de 1961, o governo Kennedy já havia empreendido a desastrada [[invasão da Baía dos Porcos]], usando um grupo [[paramilitar]] constituído por exilados cubanos, apoiados pela [[Central Intelligence Agency|CIA]] e pelas [[forças armadas dos Estados Unidos]], na tentativa de derrubar o governo [[socialista]] de [[Fidel Castro]]). A situação rapidamente evoluiu para um confronto aberto entre as duas potências.
 
Segundo o governo Kennedy, os Estados UnidosEUA não poderiam admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilômetros do seu território. O presidente Kennedy avisou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usar [[armas nucleares]] contra Cuba, se os soviéticos não desativassem os silos e retirassem os mísseis da ilha.
 
== Sábado Negro ==
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== Consequências ==
Na [[década de 1960]], havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por esta razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados UnidosEUA, a União SoviéticaURSS e a Inglaterra assinaram, em 1963, um acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço (assim, apenas testes subterrâneos poderiam ser legalmente realizados). Em 1968, as duas super-potências e outros 58 países aprovaram o [[Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares]]. O objetivo desse acordo era tentar conter a [[corrida armamentista]] dentro de um certo limite. Com ele, os países que já possuíam artefatos nucleares se comprometiam a limitar seus arsenais e os países que não os continham ficavam proibidos de desenvolvê-los, mas poderiam requisitar dos primeiros tecnologia nuclear para fins pacíficos.
 
== Participação brasileira ==
Segundo documentos revelados pelo [[National Security Archive]] em [[2012]], o [[Brasil]] participou secretamente das negociações durante a crise, ajudando a conter "o momento mais perigoso da história da [[humanidade]]", chegando a enviar um representante a [[Havana]] em 19 de outubro de 1962. Antes, o Departamento Americano solicitou uma aproximação com Castro, mediante intercessão brasileira.<ref>{{citar jornal
|url=http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2012/10/12/eua-divulgam-detalhes-de-negociacoes-com-cuba-durante-crise-dos-misseis.htm
|título=Brasil agiu secretamente para tirar mísseis de Cuba, revela dossiê dos EUA