Junção PN: diferenças entre revisões
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Uma '''junção P-N''' é produzida quando dois [[semicondutor]]es do [[Dopagem eletrônica|tipo P]] e do [[Dopagem eletrônica|tipo N]] são ligados de forma que se mantenha a continuidade do reticulado [[cristal|cristalino]]. Ou seja, não basta apenas colocar em contato íntimo os tipos de semicondutores, pois além da presença de impurezas e defeitos nas superfícies, existem também [[Filme fino|filmes]] de [[óxidos]] que cobrem essas superfícies, mudando totalmente a interface dos semicondutores.<ref name="Pierce" /><ref name="Poliakov " />
O [[diodo]] de junção é um elemento básico para quase todos os dispositivos semicondutores que usam uma junção P-N.<ref name="Pierce" />
== Barreira interna de potencial ==▼
A maioria dos dispositivos semicondutores usados em componentes eletrônicos modernos utiliza junções P-N como sua estrutura fundamental.<ref name="Poliakov" />
Existem vários processos que garantem a continuidade cristalina entre os lados P e N de uma junção, pode-se citar dois principais: <ref name="Poliakov" />
*Processo de liga: neste método um metal trivalente como o [[índio]] é colocado sobre uma pastilha de semicondutor ([[germânio]]) do tipo N e aquecido até 600 °C. Nesta temperatura o índio funde-se e dissolve-se no germânio. Quando um resfriamento lento é feito, o germânio contendo impurezas de índio começa a se [[Precipitação (química)|precipitar]], cristalizando-se na mesma orientação do cristal do substrato. Porém, diferentemente do substrato (que era do tipo N), a nova região formada é do tipo P (em função do índio). Na interface entre o substrato não dissolvido e o a região recentemente cristalizada surge uma junção P-N muito bem definida ou abrupta.
*Processo de difusão: neste método a junção é formada pela [[difusão]] de uma impureza (por exemplo [[Dopagem eletrônica#Aceitadoras e doadoras|aceitadora]]) na forma gasosa ou líquida para dentro de um substrato semicondutor (por exemplo [[Dopagem eletrônica#Aceitadoras e doadoras|doador]] do tipo N). Quando os átomos da impureza aceitadora penetram o interior do semicondutor, forma-se primeiramente uma região chamada de intrínsica (onde há uma compensação das impurezas doadoras do substrato). A medida que as impurezas vão se acumulando, esta parte do semicondutor vai se tornando do tipo P. A profundidade desta região depende do tempo e da temperatura na qual ocorre a difusão. A interface entre a parte do semicondutor tornada P e a parte N do substrato que permaneceu não contaminada, forma a junção P-N, que é do tipo gradual.
▲== Barreira interna de potencial ==
[[Ficheiro:Junção P-N difusão e barreira de potencial.svg|miniaturadaimagem|Junção P-N onde nota-se a formação da barreira de potencial após a difusão das cargas. ]]
Quando a junção é formada, manifesta-se uma difusão de [[Elétron|elétrons]] do cristal tipo N ao P e dos [[Buraco (semicondutores)|buracos]] (ou lacunas) do cristal tipo P ao N. Portanto, o material do tipo N que era inicialmente neutro, começa a ficar com uma deficiência de elétrons e consequentemente com carga positiva. O mesmo raciocínio vale para o lado P da junção, que começa a ficar com carga negativa. À medida que progride o processo de difusão, a zona de carga espacial vai aumentando sua largura aprofundando-se nos cristais em ambos os lados da junção. A acumulação de íons positivos na zona N e de íons negativos na zona P, cria um campo elétrico (E) que atuará sobre os elétrons livres da zona N e sobre os buracos da zona P com uma determinada força que se oporá à corrente de difusão até que um equilíbrio seja atingido.
A região que contém esse átomos ionizados e portanto desprovida ou "depletada" de cargas livres é chamada de [[região de depleção]].
▲== Polarização direta da junção P-N ==
A [[tensão]] associada a esse campo é chamada de barreira de potencial.<ref name="Pierce" />
Para que um diodo esteja polarizado diretamente, temos que conectar o polo positivo da bateria ao anodo (zona P) do diodo e o polo negativo ao catodo (zona N). Nestas condições podemos observar que:▼
Essa diferença de potencial está em torno de 0,6 V no caso do silício e 0,3 V se os cristais são de germânio.<ref name="Cipelli" />
{{Sem-fontes|Esta secção|data=setembro de 2017}}
== Polarização direta da junção P-N ==
[[Ficheiro:Diodo pn- Polarización directa.PNG|miniaturadaimagem|Polarização direta da junção P-N.]]
▲Para que um diodo esteja polarizado diretamente, temos que conectar o polo positivo da bateria ao [[anodo]] (zona P) do diodo e o polo negativo ao [[catodo]] (zona N). Nestas condições podemos observar que:
* O polo negativo da bateria repele os elétrons livres do cristal N, de maneira que estes elétrons se dirigem à junção P-N.
* O polo positivo da bateria atrai os elétrons de valência do cristal P, isto é equivalente a dizer que empurra as lacunas para a junção P-N.
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Neste caso, a bateria diminui a barreira de potencial da zona de carga espacial (cedendo elétrons livres à zona N e atraindo elétrons de valência da zona P), permitindo a passagem da corrente de elétrons através da junção; isto é, o diodo polarizado diretamente conduz a eletricidade.
{{Sem-fontes|Esta secção|data=setembro de 2017}}
== Polarização inversa da junção P-N ==
[[Ficheiro:Diodo pn- Polarización inversa.png|miniaturadaimagem|Polarização inversa da junção P-N.]]
Neste caso o polo negativo da bateria é conectado à zona P e o polo positivo à zona N, o que faz aumentar a zona de carga espacial, e a tensão nesta zona até que se alcança o valor da tensão da bateria.
* O polo positivo da bateria atrai os
* O polo negativo da bateria cede
* Este processo se repete e de novo até que a zona de carga espacial adquire o mesmo potencial
Nesta situação, o
== Ver também ==
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* [[Isolante]]
<ref name="Pierce">{{Citar livro|autores=Pierce J. F.|título=Dispositivos de junção semicondutores|local=São Paulo|editora=Edgard Blücher|ano=1972|capítulo=Capítulo 1: O diodo de junção P-N}}</ref>
<ref name="Poliakov">{{Citar livro|autor=Poliakov A. M.|título=Semiconductors made simple|local=Moscou|editora=Mir Publishers|ano=1985|capítulo=Capítulo 4: Contact phenomena|coleção=Science for everyone|notas=Tradutora: Deineko N.|língua=Inglês}}</ref>
<ref name="Cipelli">{{Citar livro|autores=Cipelli A. M. V., Sandrini W. J.|título=Teoria e desenvolvimento de projetos de circuitos eletrônicos|edição=12|local=São Paulo|editora=Livros Érica|ano=1982|capítulo=Capítulo 1}}</ref>
}}
▲{{referências}}
▲[[Categoria:Semicondutores|Junção PN]]
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