Mamude II: diferenças entre revisões

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A luta entre as facções não arrefeceu e um novo levante dos janizaros verificou-se em novembro de 1808, quando cerca de mil janízaros atacaram a casa de Alemdar Mustafa Paxá. Percebendo que não sobreviveria ao assalto, o vizir ateou fogo às reservas de pólvora colocadas no porão de sua casa, matando a si e à aproximadamente 400 janízaros, na explosão que se seguiu.
 
Mahmud II ordenou então a execução de seu meio-irmão, o sultão deposto Mustafá IV e reprimiu a rebelião; concentrando-se a seguir no andamento da guerra em curso contra o Império Russo; e na recuperação de territórios sob domínio de rebeldes nos [[Bálcãs|Balcãs]] e na [[Península arábica|Península Arábica]].
==[[Guerra Russo-Turca (1806–1812)|Guerra Russo-Turca 1806-1812]]==
Apesar do sucesso inicial de sua campanha naval os russos não tiraram proveito dos conflitos internos do Império Otomano, que resultaram na deposição e morte de Selim III e Mustafá IV. O esforço de guerra russo havia sido debilitado pelas guerras napoleônicas na Europa, de modo que a frente de batalha da guerra contra os otomanos se mantivera estável ao longo dos anos de 1807 e 1808.
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Pressionado pela [[Campanha da Rússia (1812)|invasão francesa de 1812]], o Império Russo retirou seu apoio aos rebeldes sérvios. O [[Império Otomano]] explorou essa circunstância e reconquistou a [[Sérvia]] em 1813; retomando [[Belgrado]] e reprimindo cruelmente os rebeldes e apoiadores civis, ocasionando uma fuga em massa de refugiados sérvios que cruzaram a fronteira com o [[Império Austríaco]], incluindo [[Karađorđe Petrović]], líder da rebelião.
 
As tensões persistiram até 1814 quando o veterano [[Hadži Prodan]] liderou sem sucesso outra revolta. As autoridades otomanas massacraram a população local e [[Empalamento|empalaram]] publicamente 200 presos em Belgrado.

A segunda revolta sérvia de 1815, liderada por [[Miloš Obrenović|Milos Obrenovic]]; conseguiu garantir a autonomia parcial do país, convertido num principado otomano. Um edito de 1830 ratificou esse status de estado autônomo e permitiu o estabelecimento de um parlamento sérvio a partir de 1835.
== Guerra Otomano-Wahhabi (1811-1818) e o Segundo Estado Saudita==
A tarefa de enfraquecer o domínio da [[Casa de Saud]] foi dada por Mahmud II ao poderoso [[quediva]] do Egito [[Mehmet Ali|Mehmet Ali Paxá]], que enviou um exército liderado por seu filho [[Ibraim Paxá|Ibrahim Paxá]], o qual retomou as cidades sagradas de Medina (1812) e Meca (1813) do [[Primeiro Estado Saudita]].
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Mahmud II ordenou um contra-ataque sob o comando de Ibrahim Paxá, filho do líder egípcio [[Mehmet Ali]], o qual invadiu a Grécia, desembarcando em [[Methoni]] e capturando a cidade de [[Calamata]]. Mahmud II também ordenou a deposição do Paxá de Janina, que acabou assassinado em janeiro de 1822 por agentes turcos, sendo sua cabeça cortada e remetida à Constantinopla.
 
A guerra continuou indecisa até outubro de 1827, quando as esquadras britânica, russa e francesa destruíram a marinha otomana na [[Batalha de Navarino]]. Em outubro de 1828, os gregos se reagruparam e formaram um novo governo liderado por [[Ioánnis Kapodístrias]] e uma força expedicionária francesa foi enviada para apoiar os gregos.
 
[[Atenas]] e [[Tebas (Grécia)|Tebas]] foram tomadas pelos patriotas gregos, antes que os poderes ocidentais impusessem um cessar-fogo. O último grande embate da guerra foi a [[Batalha de Petra]], travada no norte da [[Ática]], onde as forças gregas regulares comandadas por [[Dimítrios Ipsilantis]] venceram o exército otomano.
 
Após longas negociações diplomáticas um protocolo foi assinado em maio de 1832, tornando a Grécia um reino independente, cabendo ao Império Otomano uma compensação financeira. Representantes das grandes potências concluíram o [[Tratado de Constantinopla (1832)|Tratado de Constantinopla]] em 21 de Julho de 1832, estabelecendo as fronteiras do novo Estado.
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Parte da pequena nobreza da [[Bósnia (região)|Bósnia]] liderada por [[Husein Gradaščević]], insurgiu-se contra o Império Otomano. O casus belli foi uma reforma implementada pelo Sultão para abolir o sistema de nomeação dos ayans.
 
Apesar de alcançar vitórias notáveis, os rebeldes foram derrotados numa batalha perto de [[Sarajevo]] em 1832. A discórdia interna contribuiu para o fracasso da rebelião, pois Gradaščević não era apoiado por grande parte da nobreza [[herzegovina]].
 
Afim de compensar a fidelidade da nobreza local, Mahmud II criou um novo Eyalet, separando a Herzegovina da Bósnia, após o término da insurreição.
==[[Guerra Egípcio-Otomana (1831-1833)]]==
 
O conflito militar interno foi provocado pela demanda do [[quediva]] [[Mehmet Ali|Mehmet Ali Paxá]] pelo controle da [[Síria]], como recompensa por sua assistência à Mahmud II durante a Guerra de Independência da Grécia e da campanha contra o Estado Saudita.
 
MohamedMehmet Ali enviou seu exército à Síria sob o comando de seu filho [[Ibraim Paxá|Ibrahim Paxa]] e sua marinha, sob comando de [[Ibrahim Yakan]]. Os egípcios desembarcaram em [[Jafa|Jaffa]] e ocuparam rapidamente [[Jerusalém]] e as regiões costeiras da [[Palestina]] e do [[Líbano]]. Seguiu-se uma batalha próxima a [[Homs]], onde derrotaram uma força otomana de quinze mil soldados sob comando de [[Oman Paxá]].
 
Mohamed Ali enviou seu exército à Síria sob o comando de seu filho Ibrahim Paxa e sua marinha, sob comando de Ibrahim Yakan. Os egípcios desembarcaram em Jaffa e ocuparam rapidamente Jerusalém e as regiões costeiras da Palestina e do Líbano. Seguiu-se uma batalha próxima a Homs, onde derrotaram uma força otomana de quinze mil soldados sob comando de Oman Paxá.
O rápido progresso militar egípcio alarmou as potências europeias. França e Inglaterra embora fossem apoiadoras do quediva pressionaram por um cessar fogo; temendo que o eventual colapso do Império Otomano favoreceria às pretensões territoriais russas.
 
O conflito terminou em maio de 1833 mediante a [[Convenção de Kutahya]]; pela qual o Egito obteve o controle da Síria e de parte da Arábia; tendo Ibrahim Paxá como governador-geral das duas províncias.
 
==Campanha do Iraque (1831)==
A existência do regime autônomo no [[Iraque]] fora uma longa fonte de inquietude em Constantinopla, e tornou-se ainda mais ameaçadora para a [[Sublime Porta]] quando Mehmet Ali Paxá do Egito começou a reivindicar o governo da Síria.
 
Em 1830, o Mahmud II havia decretado a demissão de [[Daud Paxá]], o que levou a insurreição dos [[Mamelucos|mamelucos de Bagdá]].