São Miguel das Missões: diferenças entre revisões

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São Miguel das Missões pertence à [[Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense]] e à [[Microrregião de Santo Ângelo]].
[[Ficheiro:Ruinas-saomiguel11.jpg|thumb|left|Estátua de [[Santo Antônio de Pádua]] feita no tempo da redução]]
 
== História ==
 
O povoado de São Miguel Arcanjo, ou das Missões, teve origem uma [Reduções no Paraguai e adjacências|redução jesuítica], que foi um dos [[Sete Povos das Missões]].
 
Em 1632, os jesuítas [[Cristóbal de Mendoza Orellana]] e Paulo Benevides fundaram uma [[Reduções no Paraguai e adjacências|redução]] em [[Itaiacecó]], na margem direita do [[Rio Ibicui]], aos pés da [[Serra de São Pedro]].
 
A partir de 1637, os ataques dos bandeirantes contra os nativos na região forçaram o deslocamento da redução para as proximidades de [[Concepción]].
 
Em 1687, ocorreu um novo deslocamento e os habitantes fixaram-se no local onde atualmente fica a cidade de São Miguel das Missões, às margens do [[Rio Piratini]].
 
Na época dessa nova fundação, a redução contava com cerca de 4.000 habitantes. As condições econômicas da redução melhoraram neste novo local devido à qualidade do pasto e da terra para a agricultura.
 
A redução foi construída em uma colina, o que favorecia o escoamento das águas pluviais abundantes no verão. No centro da redução e em frente à igreja foi construída uma praça quadrangular que media aproximadamente 130 mestros de lado. O colégio, a igreja e o cemitério ocupavam o lado norte e nos outros três lados restantes se erguiam as casas dos nativos, das quais restam apenas as ruínas das fundações construídas em blocos com telhados de quatro águas e rodeadas por alpendres. Na parte detrás, os padres tinham uma quinta, cercada por um muro de pedras com jardim, pomar e horta.
 
A construção da Igreja de São Miguel, concluída em 1745, no final do período [[barroco]], durou dez anos e seu projeto foi inspirado na [[Igreja de Gesú]] em Roma, sede da Companhia de Jesus. O requinte dessa concepção arquitetônica pode ser evidenciado pelas ondulações côncavas da fachada principal e a leve inclinação dos planos externos que, por meio da correção da perspectiva, tinha o propósito de enfatizar o caráter monumental da obra. Erguido com pedra de cantaria, branqueada com um tipo de argila chamada tabatinga, o edifício possuía características diferentes das demais construções missioneiras da época: a estrutura era definida por paredes de pedra, ao invés dos comuns esqueletos de madeira. Na falta da cal, não disponível na região, o barro era o material ligante das alvenarias.
 
Seguindo a tradição da época, a Igreja de São Miguel apresentava uma rica e colorida ornamentação interna, formada por entalhes, pinturas e esculturas com motivos sacros. Algumas imagens, feitas em arenito, compõem o acervo do Museu das Missões.
 
Em 1828, O monumento foi depredado durante os saques que ocorreram durante a [[Guerra da Cisplatina]]. Além disso, foi vítima da ação dos aventureiros que buscavam o tesouro dos jesuítas e da retirada de muitos materiais para uso em outras construções.
 
Em 1886, a os telhados ruíram e o pórtico desabou. O longo período de abandono levou ao crescimento de grandes árvores no interior da nave<ref>[http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/39 Missões Jesuíticas Guaranis - no Brasil, ruínas de São Miguel das Missões (RS)], acesso em 21 de outubro de 2017.</ref>.
 
==Cultura==