Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense: diferenças entre revisões

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== História ==
No fim dos anos 1950, diversos músicos da [[Rádio Nacional Rio de Janeiro|Rádio Nacional]] estavam à disposição da [[Rádio MEC]], ao receber a relação de cerca de quarenta músicos, o então diretor, o musicólogo [[Mozart de Araújo]] disse a seu acessor musical, o compositor [[Edino Krieger]]: "Bom, o que é que nós vamos fazer, com todos os trompetistas, trombones, tuba e os percurssionistas?"<ref>{{Citar web|url=http://www.soarmec.com.br/edino.htm|titulo=Soarmec - Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC|acessodata=2017-07-04|obra=www.soarmec.com.br}}</ref> (Além de um número bastante razoável de cordas), Edino respondeu:  “Olha, isso poderia ser uma oportunidade para se propôr a formação de uma Orquestra Sinfônica”. <ref>{{Citar web|url=http://www.soarmec.com.br/edino.htm|titulo=Soarmec - Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC|acessodata=2017-07-04|obra=www.soarmec.com.br}}</ref> Após uma serenata oferecida a Juscelino Kubitschek em 1959, a idéia ganha força e dois anos mais tarde, a 12 de janeiro de 1961 o sonho se realizou quando, através da assinatura de JK, nascia a Orquestra Sinfônica Nacional. Composta inicialmente por músicos da orquestra da [[Rádio Nacional Rio de Janeiro|Rádio Nacional]] e alguns dos melhores músicos vindos da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Orquestra Sinfônica Brasileira, que passaram a integrar o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação, outros músicos vieram a integrar os seus naipes, selecionados por concurso público.<ref>[http://www.seer.unirio.br/index.php/simpom/article/viewFile/2557/1886 A Orquestra Sinfônica Nacional por suas cordas: Composição e processo de seleção] ''SIMPOM''.</ref>
[[Ficheiro:OSN_UFF.jpg|miniaturadaimagem|400x400px350x350px|O compositor Edino Krieger, regendo a Orquestra Sinfônica Nacional em seus primeiros anos, na foto ainda pode-se identificar outro grande compositor brasileiro, Francisco Mignone (na época regente titular), além de Mindinha Villa-Lobos]]
Segundo depoimento de [[Edino Krieger]], o nome da orquestra foi sugerido por Mozart de Araújo, que disse: “Essa orquestra tem que ter uma marca de que ela vai ser voltada para a música brasileira e para música contemporânea.”<ref>{{Citar web|url=http://www.soarmec.com.br/edino.htm|titulo=Soarmec - Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC|acessodata=2017-07-04|obra=www.soarmec.com.br}}</ref> E assim foi feito, no decreto de criação da OSN consta que a orquestra "terá como finalidade precípua cultivar e difundir a música sinfônica do país". A crítica da época recebeu a nova orquestra com entusiasmo e otimismo, Renzo Massarani, crítico musical do Jornal do Brasil, no dia do concerto de estréia da OSN, assim saudou o novo conjunto: "Quero, de todo coração, desejar felicidades à recém-nascida Orquestra Sinfônica Nacional, que hoje à noite estreará no Maracanãzinho, desde hoje, pela primeira vez, também o Brasil conta com seu conjunto nacional." Dias após o concerto, o mesmo Massarini, escreveu: "Um público enorme aplaudiu quinta-feira a Orquestra Sinfônica Nacional no Maracanãzinho, esperemos que logo nos próximos dias seja dado a conhecer o programa completo dos concertos da temporada de 1961 da OSN, cuja estréia tão auspiciosa abre dignamente os importantes caminhos nacionais para os quais foi criada". Coincidência ou não, a OSN surgia no momento em que a Rádio MEC, ao comemorar 25 anos de existência, reafirmava sua ideologia e compromisso com a educação, cultura e progresso do país através da ampliação da sua presença nacionalmente. E, para isso, nada melhor do que contar com uma orquestra sinfônica, rigorosamente planejada, tal como descrita pelo diretor Murilo Miranda: (...) "Empenhada em assegurar o melhor nível artístico ao conjunto (OSN), dedicou-se a direção à tarefa de promover a seleção dos melhores profissionais do país, credenciados pela longa prática nos mais importantes conjuntos sinfônicos nacionais e estrangeiros e por sua capacidade técnica e artística sobejamente comprovada."
 
Durante a década de 1960, seguindo o exemplo das orquestras europeias, como a da BBC de Londres e a Bayerische Rundfunk de Munique, atuou no Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa para divulgar a música brasileira e música contemporânea, ambas minoritárias na programação das demais orquestras do país na época. O primeiro maestro a reger a OSN, na ocasião da sua criação havia sido um grande nome da composição brasileira: [[Francisco Mignone]], outro grande nome da composição brasileira, [[César Guerra-Peixe]] foi violinista da OSN de 1962 até sua aposentadoria. Em sua primeira década de existência, a OSN foi marcada por intensa atividade, os concertos se notabilizaram por projetar artistas e compositores que, ao longo do século XX, vieram a consolidar sua importância e grandeza. Integraram a orquestra, nomes como o violinista Oscar Borguerth e o violoncelista Iberê Gomes Grosso. [[Alceo Bocchino]] foi um dos fundadores da OSN e regente titular por treze anos. [[Edino Krieger]], regente assistente. Krieger afirmou que com a vinda dos melhores músicos de orquestras diversas para formar a OSN, formou-se talvez a me­lhor orquestra que o Rio de Janeiro já teve: <nowiki>''</nowiki>A OSN, foi tranqüilamente uma orquestra de padrão inter­nacional<nowiki>''</nowiki>, disse o compositor.<ref>{{Citar web|url=http://www.soarmec.com.br/edino.htm|titulo=Soarmec - Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC|acessodata=2017-07-04|obra=www.soarmec.com.br}}</ref>
[[File:Guerra - violino.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|400x400px350x350px|Guerra-Peixe foi violinista da OSN, orquestra onde estreou, gravou e regeu muitas de suas obras]]
 
A OSN atingiu um público diversificado e de todas as classes sociais, gravando obras de [[Villa-Lobos]], [[César Guerra-Peixe|Guerra-Peixe]], Francisco Mignone, [[Radamés Gnatalli]], [[Cláudio Santoro]], [[Carlos Gomes]] e muitos outros mestres brasileiros, beneficiando também o público presente nas salas de concertos, como a [[Sala Cecília Meireles]] e o [[Theatro Municipal do Rio de Janeiro]]. A orquestra legou extensa produção de registros fonográficos, que chegam a 2.270 obras de autores eruditos estrangeiros e brasileiros. Entre as gravações da OSN, existem registros de 101 obras de autores brasileiros, com a participação de importantes solistas como [[Nelson Freire]], Arnaldo Estrella, Mariuccia Iacovino, [[Jean-Pierre Rampal]], entre outros, no período de 1961 a 1972.<ref>[http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/poster_musicologia/poster_musicol_GLHOCosta.pdf Orquestra Sinfônica Nacional, Patrimônio Musical]. Orquestra Sinfônica Nacional, Patrimônio Musical</ref> Assim, a Sinfônica Nacional assumia o papel de difusora da música e cultura brasileiras para toda a população, e até a década de 1980 viria a realizar mais de 2.000 concertos públicos,<ref>Linha do tempo: A História da OSN, Capítulo 3. Jornal Virtual da OSN N°3, Primeira quinzena de Maio de 2009, pág. 3</ref> com apresentações semanais, aos domingos, registradas e transmitidas pela rede de televisão [[TVE Brasil]] (Cultura), que continuavam ano após ano, atendendo à missão institucional original da orquestra, prestigiando seus artistas e compositores.<ref>Linha do tempo: A História da OSN, Capítulo 5. Jornal Virtual da OSN N°5, Junho de 2009, pág. 2</ref>