Cneu Otávio (cônsul em 87 a.C.): diferenças entre revisões

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== Carreira ==
Apesar de ter fracassado em algum momento de sua carreira numa eleição para [[edil]], por volta de 90 a.C., Otávio foi eleito [[pretor]] e, no ano seguinte, recebeu o comando [[propretor]]ial de alguma [[província romana|província]] oriental<ref>Broughton, pg. 26; Smith, pg. 8</ref> In 88 a.C., estava de volta em Roma e foi nomeado cônsul seguinte, sob a condição de jurar, junto com seu colega, o senador ''[[populares|popular]]'' [[Lúcio Cornélio Cina]], que iria manter as alterações instituídas pelo cônsul [[Sula]] e nem iria tentar retirar-lhe o comando da [[Primeira Guerra Mitridática]].<ref>Broughton, pgs. 39-40</ref>. Extremamente religioso, Otávio manteve sua promessa.<ref>Keaveney , pg. 73</ref>.
 
Otávio não era, originalmente, um aliado de Sula; ele não gostou nada de sua marcha sobre Roma e nem de sua vingança pessoal contra [[Caio Mário]] que resultou em seu exílio. Porém, ele era um ''[[optimate]]'' no [[Senado Romano]] e não confiava no programa popular de Cina.<ref>Keaveney, pg. 72</ref>. Estas diferenças políticas garantiram que os dois cônsules começassem a discutir logo no início de 87 a.C. sobre as políticas governamentais, especialmente por conta da determinação de Cina em conceder a [[cidadania romana]] a todos os povos da [[Itália romana]] e de espalhar os novos cidadãos e libertos entre todas as [[tribo (Roma Antiga)|tribos romanas]]. Ele também propôs chamar de volta a Roma Mário e seus aliados.<ref>Broughton, pg. 46; Lovano, pg. 32</ref>. Esta nova inclusão eleitoral foi duramente criticada por Otávio, que, eloquente e energeticamente, discursava contra ela no Senado.
 
== Guerra contra Cina ==
O assunto chegou a um limite quando os [[tribunos da plebe]] que apoiavam Otávio vetaram uma lei na [[Assembleia do povo]]. Cina e seus aliados começaram a usar a violência para intimidar estes mesmos tribunos para que retirassem seu veto, resultando numa revolta aberta no [[Fórum Romano]].<ref>Lovano, pg. 33</ref>. Otávio rapidamente juntou um grupo armado de ''optimates'' e atacou Cina, que foi obrigado a fugir da cidade. Durante o confronto, os aliados de Otávio assassinaram abertamente um grande número de aliados recém-incorporados, abusando da prerrogativa de Otávio de, como cônsul, poder justificar os assassinatos.<ref>Lovano, pgs. 33-34</ref>.
 
Otávio então retirou, ilegalmente, de Cina o seu consulado e sua cidadania e fez eleger em seu lugar [[Lúcio Cornélio Mérula (cônsul em 87 a.C.)|Lúcio Cornélio Mérula]].<ref>Broughton, pg. 46</ref>. Ao saber que Cina havia conseguido o apoio do exército de [[Ápio Cláudio Pulcro (cônsul em 79 a.C.)|Ápio Cláudio Pulcro]], em [[Nola]], Otávio e o Senado começaram a preparar Roma para suportar um [[cerco]], enquanto, em paralelo, eram enviados apelos aos vários [[promagistrado]]s nas colônias para que viessem apoiar o Senado. [[Pompeu Estrabão]] relutava, inicialmente, em ajudar Otávio, mas acabou levando suas tropas para perto de Roma, acampando perto da [[Porta Colina]].<ref>Lovano, pg. 39</ref>.
 
Quando Cina e Mário começaram seu cerco de Roma, Otávio tentou separar os dois ao oferecer à todos os aliados itálicos que estavam apoiando Cina a cidadania se eles se rendessem até o final do ano. Estrabão, enquanto isso, jogando um jogo-duplo tanto com Otávio quanto com Cina, tentou convencer Otávio a tentar negociações com este.<ref>Lovano, pgs. 39-40</ref>. Um ataque das forças marianas tomou o [[Janículo]], mas foram repelidas por Otávio e Estrabão, apesar de Otávio ter sofrido grandes perdas.<ref>Broughton, pgs. 48-49; Lovano, pg. 41</ref>. Suas perdas e a morte repentina de Estrabão logo depois baixaram demasiadamente o moral de suas tropas. Otávio perdeu mais de {{fmtn|6000}} homenes nesta batalha (Estrabão fala em {{fmtn|11000}}, ambos os generais retratados como lutando num combate contra uma praga que voava em torno de seu exército.
 
== Morte e reeducação==
Embora Otávio tenta tentado resistir ao golpe de Cina, ele foi incapaz de evitar que o Senado chegasse a um acordo com Cina, que entrou em Roma já como novo cônsul.<ref>Lovano, pg. 45</ref>. Embora Cina tenha feito uma vaga promessa de que Otávio não correria perigo, este foi convencido por um grupo de colegas a abandonar o fórum e para se estabelecer no [[Janículo]] com uma minúscula de força de proteção. Ele se recusou a escapar quando [[Caio Márcio Censorino]] e uma pequena força de cavalaria atacou o Janículo, capturando-o. Otávio foi então decapitado por Censorino, que levou sua cabeça até Cina, que pregou-a, com muitas outras, na [[Rostra]], no [[Fórum Romano]].<ref>Lovano, pg. 47</ref>.
 
Acredita-se que Otávio tenha defendido princípios muito fortes em sua política e era conhecido por sua honestidade. [[Plutarco]], que o discute em seus capítulos sobre as vidas de Mário e Sula, descreve Otávio como sendo "de boa reputação". Infelizmente, ele era também lento para agira, o que contribuiu para seu fracasso final contra Cina.<ref>Smith, pg. 8</ref>.
 
== Ver também ==
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|ant2=[[Quinto Pompeu Rufo]]
|con1=[[Lúcio Cornélio Cina (cônsul em 87 a.C.)|Lúcio Cornélio Cina]] I
|con2=[['''Cneu Otávio (cônsul em 87 a.C.)|Cneu Otávio]]'''
|con3=[[Lúcio Cornélio Mérula (cônsul em 87 a.C.)|Lúcio Cornélio Mérula]] (suf.)
|ano=87 a.C.