Gilles Deleuze: diferenças entre revisões

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Na Universidade de Vincennes, onde ensinou até [[1987]], Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, [[Fanny Deleuze]], uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas <ref>[http://www.webdeleuze.com/ Webdeleuze]</ref>.
 
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (''O que é a filosofia?''), coisa da qual nunca se privou ("[[máquinas- desejantes]]", "[[corpo- sem- órgãos]]", "desterritorialização", "[[Rizoma (filosofia)|rizoma]]", "ritornelo" etc.), mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao [[complexo de édipo]] (ver ''[[O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia]]'', escrito com Félix Guattari), à falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à [[esquizofrenia]]. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo- sem- órgãos". Seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades, ao máximo. Em ''[[Mil Platôs]]'', Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação, para que não se prendam a qualquer preceito moral. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações, que inicialmente poderiam ser positivas, mas que depois são regulamentadas por uma moral subjetiva: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" <ref>''Diálogos'', p.&nbsp;167</ref> .
 
Desde 1992, seus pulmões, afetados por um [[câncer de pulmão|câncer]], funcionavam com um terço da capacidade. Em 1995, só respirava com a ajuda de aparelhos. Sem poder realizar seu trabalho, Deleuze atirou-se pela janela do seu apartamento em Paris, em 4 de novembro de 1995. Seus seguidores consideraram seu [[suicídio]] coerente com sua vida e obra: "Para ele, o trabalho do homem era pensar e produzir novas formas de vida".<ref name="Livro do Ano 1996" />