Nero Cláudio Druso: diferenças entre revisões

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===Campanhas germânicas===
[[Imagem:Druso in Germania-pt.svg|thumb|direita|upright=1.3|Mapa das campanhas de Druso na [[Germânia]].]]
A partir de 14 a.C. Druso passou a construir uma sequência de bases militares ao longo do Reno &mdash; cinquenta segundo [[Floro (historiador)|Floro]] &mdash; e estabeleceu uma aliança com os [[batavos]] antecipando uma campanha militar na ''Germania Libera'' (a [[Germânia]] ainda não controlada pelos romanos){{sfnp|Powell|2011|pages=62-64}}. É provável que Druso estivesse no comando de sete [[legião romana|legiões]] na época{{efn|As legiões eram [[Legio I Germanica|I ''Germanica'']], [[Legio V Alaudae|V ''Alaudae'']], [[Legio XIII Gemina|XIII ''Gemina'']], [[Legio XIV Gemina|XIV ''Gemina'']], [[Legio XVI Gallica|XVI ''Gallica'']], [[Legio XVII|XVII]], [[Legio XVIII|XVIII]] e [[Legio XIX|XIX]] (estas três últimas são as que [[Batalha da Floresta de Teutoburgo|seriam destruídas]] sob o comando de [[Públio Quintílio Varo]])<ref>{{harvp|Powell|2011|page=61}}</ref>.}}. Na primavera de 12 a.C., Druso liderou uma força expedicionária, provavelmente composta pela [[Legio I Germanica|I ''Germanica'']] e a [[Legio V Alaudae|V ''Alaudae'']], de navio, a partir de um local próximo à moderna cidade de [[Nijmegen]], utilizando um ou mais dos canais que ele havia mandado construir para este fim{{sfnp|Powell|2011|pages=64-65, 70}}. Druso navegou até a foz do [[rio Ems]] e invadiu o territórios dos [[caúcos]], na moderna [[Baixa Saxônia]]{{sfnp|Powell|2011|pages=74, 77}}. Os caúcos firmaram um tratado reconhecendo a supremacia romana e permaneceriam aliados de Roma por muitos anos depois disto{{sfnp|Powell|2011|page=78}}. Conforme continuavam a subir pelo curso do Ems, os romanos foram atacados por barcos dos [[brúcteros]]{{sfnp|Powell|2011|pages=78-79}}. As forças de Druso derrotaram os brúcteros, mas, como já avançava a época das campanhas, Druso resolveu voltar para seu acampamento de inverno na Gália aproveitando de sua nova aliança com os [[frísios]] para navegar sem dificuldades pelas difíceis condições do [[mar do Norte]]{{sfnp|Powell|2011|page=79}}. Como recompensa por suas vitórias nesta campanha, Druso foi nomeado [[pretor urbano]] em 11 a.C. quando retornou para invernar em Roma{{sfnp|Powell|2011|page=79}}. Notícias das vitórias de Druso &mdash; navegar pelo [[mar do Norte]], invadir novos territórios com as [[águia romana|águias romanas]] e estabelecer novos tratados para Roma &mdash; provocaram uma considerável excitação em Roma e foram comemoradas em moedas{{sfnp|Powell|2011|page=79}}.
 
Porém, Druso não pretendia permanecer em Roma. Na primavera de seu mandato como pretor urbano ele partiu para a Germânia novamente. Desta vez ele juntou uma força composta por cinco legiões, inteiras ou em parte, e mais [[auxiliares romanos|tropas auxiliares]] e partiu de [[Castra Vetera]], no Reno, subindo pelo curso do [[rio Lippe]]. No caminho os romanos encontraram os [[tencteros]] e os [[usípetes]], que foram derrotados separadamente{{Efn|As legiões desta vez foram a [[Legio I Germanica|I ''Germanica'']], a [[Legio V Alaudae|V ''Alaudae'']], a [[Legio XVII|XVII]], a [[Legio XVIII|XVIII]] e a [[Legio XIX|XIX]]<ref>{{harvp|Powell|2011|page=81}}</ref>.}}. Druso alcançou o [[Werra|vale do Werra]] antes de decidir encerrar a temporada militar por causa da iminente chegada do inverno, do fim de seus suprimentos e de presságios desfavoráveis{{sfnp|Powell|2011|pages=83-84}}. No caminho de volta, quando atravessavam o territórios dos [[queruscos]], os romanos foram emboscados em Arbalo{{sfnp|Powell|2011|page=89}}. Porém, os queruscos não capitalizaram sobre a vantagem inicial da surpresa e os romanos conseguiram romper sua linha, derrotando-os completamente. Druso foi aclamado ''[[imperator]]'' logo depois{{sfnp|Powell|2011|page=89}}. Para demonstrar seu domínio sobre a região, Druso guarneceu diversas posições no interior da Germânia no inverno de 11-10 a.C., incluindo uma guarnição em [[Hesse]]{{sfnp|Powell|2011|page=91}} e outra no território querusco, provavelmente em [[Haltern (acampamento romano)|Haltern]] (perto da moderna [[Haltern am See]]) ou em [[Oberaden (acampamento romano)|Oberaden]] ([[Bergkamen]]){{sfnp|Powell|2011|page=90}}, ambos no moderno estado alemão da [[Renânia do Norte-Vestfália]].
 
Druso voltou para sua esposa e seus dois filhos por um tempo em [[Lugduno]] antes da família retornar para Roma, onde Druso foi se reportar a Augusto{{sfnp|Powell|2011|page=91}}. Por suas vitórias, ele recebeu a honra de uma [[ovação]] e, pela segunda vez, Augusto fechou as portas do [[Templo de Jano (Fórum Romano)|Templo de Jano]], o que significava que todo o mundo romano estava em paz{{sfnp|Powell|2011|page=92}}. No ano seguinte Druso foi nomeado [[procônsul]]. Em 10 a.C., os [[catos]] se juntaram aos [[sicambros]] e atacaram o acampamento de Druso, mas foram repelidos. Druso os perseguiu, marchando do local onde está a moderna cidade de [[Mainz]] e [[Rödgen (acampamento romano)|Rödgen]], onde ele criou uma base de suprimentos, até [[Hedemünden]], onde um poderoso acampamento foi construído{{sfnp|Powell|2011|pages=xxvii, 93}}. Por volta desta época, o ardiloso rei marcomano [[Marobóduo]] respondeu à invasão romana realocando seu povo em massa para [[Boêmia]]{{sfnp|Powell|2011|page=94}}. No verão do mesmo ano, Druso deixou o acampamento e retornou para Lugduno, onde inaugurou o santuário das três províncias gaulesas em Condate em 1 de agosto{{sfnp|Powell|2011|page=97}}. Augusto e Tibério estavam presentes para a ocasião &mdash; e para o nascimento do filho de Druso, [[Cláudio]] &mdash; e depois Druso os acompanhou de volta a Roma{{sfnp|Powell|2011|page=99}}.