Vasconcelos Sobrinho: diferenças entre revisões

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'''João de Vasconcelos Sobrinho''' ([[Moreno]], [[1908]] &mdash; [[Recife]],[[1989]] - Recife, 4 de maio de 1989) foi [[professor]], [[engenheiro agrônomo]] e [[ecólogo]] [[brasil]]eiro. É considerado pioneiro na área dos estudos ambientais no Brasil, é considerado uma das maiores autoridades em ecologia da América Latina.<Ref name="Fundaj">{{citar web|url=http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=126&Itemid=1|titulo=Vasconcelos Sobrinho|acessodata=11/11/2017|autor=Lúcia Gaspar - bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco}}</ref>
 
Entre outras realizações, foi um dos fundadores da [[Universidade Federal Rural de Pernambuco]], onde introduziu a disciplina "Ecologia Conservacionista", a primeira do gênero ministrada no Brasil.
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Ele foi um dos fundadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, do Jardim Botânico do Recife, da Estação Ecológica de Tapacurá e da Associação Pernambucana de Defesa do Ambiente. Exerceu cargos importantes, como diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, consultor da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste e vice-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
 
 
O professor Vasconcelos Sobrinho introduziu o estudo da Ecologia como ciência na universidade brasileira, ao criar a disciplina “Ecologia conservacionista”. Ele ministrou centenas de palestras e publicou cerca de trinta livros e uma infinidade de artigos sobre ecologia e conservação dos recursos naturais.
 
 
Da sua obra se destacam os livros “As regiões naturais de Pernambuco, o meio e a civilização”, “As regiões naturais do Nordeste, o meio e a civilização”, “Metodologia para identificação dos processos de desertificação: manual de indicadores” e “Processos de desertificação ocorrentes no Nordeste do Brasil: sua gênese e sua contenção”. Entretanto, Manuel Correia de Andrade destaca “Catecismo da ecologia” na condição de obra precursora dos estudos sobre o meio ambiente no Brasil, ao tratar de assuntos como a mata atlântica e a degradação do Rio São Francisco. Para o historiador e geógrafo, o trabalho de Vasconcelos Sobrinho é tão importante para o meio ambiente quanto o de Josué de Castro em relação à fome.
 
 
Ainda ao final da década de quarenta ele começou a tratar da questão da desertificação e em decorrência disso ganhou prestígio nacional e internacional como engenheiro agrônomo e ecólogo, tendo sido inclusive o primeiro cientista brasileiro a denunciar o problema. Por isso o governo brasileiro o escolheu como principal representante na Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação, que ocorreu no ano de 1977 em Nairóbi, e nos seminários que antecederam a mesma.
 
 
O professor Vasconcelos Sobrinho antecipou a conceituação ampla de meio, ao entendê-lo como a junção de fatores não apenas de ordem biológica, física e química, mas também cultural, econômica e social. Ele foi um dos pioneiros no Brasil a combater o entendimento do ambiente como algo alheio ao ser humano, um paradigma que ainda hoje encontra dificuldades para ser enfrentado.
 
 
Para a formulação da disciplina científica denominada “Desertologia”, por exemplo, o professor Vasconcelos Sobrinho propôs não o estudo dos desertos e sim uma abordagem integrada dos elementos acarretadores da degradação dos solos, da flora e dos recursos hídricos e suas conseqüências, levando em consideração fatores ambientais, culturais e socioeconômicos. Nesse sentido, ele também antecipou a noção de interdisciplinaridade, outro conceito muito importante em matéria de ambiente, ao apregoar que a desertificação deveria ser estudada pelos vários tipos de engenheiros bem como pelos biólogos, ecólogos, economistas, paisagistas, sociólogos etc.
 
 
Também em relação ao estudo da caatinga o professor Vasconcelos Sobrinho se destacou como pioneiro, posto que antes dele esse bioma era considerado sinônimo de miséria e escassez de recursos ambientais. Ele conseguiu provar que, além de ser muito rico, o patrimônio biológico da caatinga único no planeta, a ponto de incluir inúmeras espécies que só podem ser encontradas no nordeste brasileiro.
 
 
É o caso da barriguda, amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro, em se tratando da flora, do sapo-cururu, asa-branca, cotia, preá, veado-catingueiro, tatu-peba, sagüi-do-nordeste e cachorro-do-mato. Em virtude disso, a data de aniversário do professor Vasconcelos Sobrinho foi instituída como o dia nacional da caatinga por meio de decreto presidencial.
 
== Obras ==
“Dicionário de termos técnicos de botânica (2.ed., 1945)”; “As regiões naturais de Pernambuco, o meio e a civilização (1949)”. “As regiões naturais do Nordeste, o meio e a civilização (1970)”; Ciência, religião sem dogmas (2.ed., 1973)”; “Metodologia para identificação dos processos de desertificação: manual de indicadores (1978)”; “Catecismo da ecologia (1979)”; Processos de desertificação ocorrentes no Nordeste do Brasil: sua gênese e sua contenção (1982).<ref>{{citar web|url=http://panoramacultural.com.br/joao-vasconcelos-sobrinho/|titulo=João Vasconcelos Sobrinho|data=18/09/2015|autor=Roseanny Carvalho|acessodata=11/11/2017}}</ref>
 
==10 Mandamentos da Biologia ==
No entanto, mais do que um cientista ou um intelectual o professor Vasconcelos Sobrinho se destacou como alguém que despertou o amor pelo meio e que disseminou práticas efetivas nesse sentido. Algo que serve para ilustrar isso é o belíssimo texto que ele escreveu, chamado de “Os dez mandamentos da Ecologia”:
 
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10. Não cobiçarás objetos e adornos para cuja fabricação é preciso destruir a paisagem: a terra também pertence aos que ainda estão por nascer.
 
{{Referências}}
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[[Categoria:Ecólogos do Brasil]]