Tribuno da plebe: diferenças entre revisões

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Os ex-tribunos foram novamente admitidos como candidatos a partir de 75 a.C. e a autoridade tribunícia foi totalmente restaurada pelos cônsules [[Pompeu]] e [[Crasso]] em 70 a.C., mas o precedente já estava posto<ref name="OCD"/>. A dignidade do cargo foi novamente atacada quando, em 59 a.C., o patrício [[Públio Clódio Pulcro]], que aspirava o poder dos tribunos, [[Adoção na Roma Antiga|se fez adotar]] por uma jovem plebeia e renunciou ao seu status patrício para ser eleito tribuno da plebe no ano seguinte. Embora ilegal e absurdo, foi permitido que o esquema de Clódio fosse adiante e ele, uma vez eleito, embarcou num programa legislativo cujo objetivo era botar na ilegalidade seus adversários políticos e confiscar suas propriedades, com grande ganho pessoal para si próprio<ref>[[Cícero]], ''Pro Domo Sua'' 13; ''[[De Haruspicum Responsis]]'' 27.</ref><ref>[[Plutarco]], ''[[Vidas Paralelas (Plutarco)|Vidas Paralelas]]'', "[[Vida de Cícero]]"</ref><ref>H.J. Haskell, ''This was Cicero'' (1924), pp. 200–201.</ref>.
 
Em 48 a.C., o Senado investiu o "'''poder tribunício"''' (''"tribunicia potestas"'') no ditador [[Júlio César|Caio Júlio César]], que, sendo patrício, não podia ser eleito tribuno. Quando dois dos tribunos eleitos tentaram vetar este ato, César os impediu e, levando-os até o Senado, retirou-lhes o poder. César nunca mais enfrentou oposição dos tribunos e manteve o poder até [[assassinato de Júlio César|seu assassinato]] em 44 a.C.<ref>Frank Frost Abbott, ''A History and Description of Roman Political Institutions'', Ginn & Co., 1901, p. 135</ref>.
 
Em 23 a.C., o Senado investiu o poder tribunício num sobrinho de César e seu filho adotivo, [[Otaviano]], que passou a se auto-denominar "Augusto". A partir daí, o poder tribunício se tornou um dos pré-requisitos dos [[imperador romano|imperadores romanos]], com a maioria deles recebendo-o do Senado ao chegarem ao trono, embora alguns o tenham recebido durante o mandato de seus predecessores, uma forma de designar um membro da corte imperial como um [[herdeiro aparente]]. Este foi o caso de [[Marco Vipsânio Agripa|Agripa]], [[Druso, o Jovem]], [[Tibério]], [[Tito (imperador)|Tito]], [[Trajano]] e [[Marco Aurélio]]. Com a fusão poder tribunício com o próprio poder imperial, a antiga autoridade dos tribunos desapareceu<ref>[[Michael Grant (author)|Michael Grant]], ''The Roman Emperors'' (1985), pp. 13, 20, 56.</ref>.