Fonte (jornalismo): diferenças entre revisões
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Em [[Jornalismo]], as '''fontes''' são portadores de informação. Podem ser pessoas, falando por si ou coletivamente, ou documentos escritos ou audiovisuais, por meio dos quais os jornalistas tomam conhecimento de informações, opiniões ou dados, e, também, verificam o rigor dos dados obtidos ou aferem a veracidade dos juízos de valor que lhes foram apresentados anteriormente.
Os jornalistas raramente estão em condições de assistir a um acontecimento em primeira
Existem diferentes patamares pelos quais a informação chega até um jornalista: através de rotinas, rondas telefônicas com fontes oficiais, processo informal, [[press release|releases]] enviados por assessorias de comunicação
* Fontes oficiais: políticos, empresários, líderes religiosos, porta-voz de grandes empresas.
* Fontes não oficiais: ONGs, sindicatos, anónimos
Neste processo de estudo, mais de metade das fontes, 78%, são oficiais. Pessoas desconhecidas raramente aparecem nas notícias a não ser que estejam veiculadas a uma instituição.
== Interpretações ==
=== David Berlo ===
Entre os autores que estudam as relações entre os [[jornalista]]s e as '''fontes de informação''', está
# As suas habilidades comunicacionais: Escrita e palavra (fontes codificadas) e Leitura e audição (fontes descodificadas). Estas 4 criam uma quinta habilidade: o raciocínio.
# As suas atitudes no dia a dia: para consigo, para com o assunto, para com os outros… Positividade é benéfica; a fonte deve dominar o assunto sobre o qual está a falar.
# O seu nível de conhecimento: conhecimento profundo da instituição em que o assessor trabalha, domínio da mensagem que vai transmitir.
# A sua posição dentro do sistema
=== Harvey Molotch e Marilyn Lester ===
Já Molotch e Lester, em “A Fonte como Promotor” (EUA, 1974), identificam 4 tipos de acontecimentos:
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=== Gaye Tuchman ===
A socióloga da comunicação
* Ao tempo – ritmo diário e não-diário
* Espaço
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=== Herbert Gans ===
O americano
* Institucionais
* Oficiais ou estáveis
* Provisórias
O jornalista não se pode dar ao luxo de romper com um assessor sem mais nem menos porque precisa dele.
* Especializados – mais proximidade com as fontes. Cria relação de obrigações recíprocas (jornalista tem acesso
* Não especializados – recorrem a fontes oficiais por falta de tempo e ocupam-se de acontecimentos diferenciados.
Conjunto de
* Incentivos – press, comunicados, conferências, inaugurações
* Poder da fonte – maior poder do assessor de uma câmara
* Capacidade de informação credível – quantidade e qualidade
* Proximidade social e geográfica – de acordo com o enquadramento do meio.
Cinco
* Oportunidade antecipada/revelada
* Produtividade
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=== Philip Schlesinger ===
Para
▲Uma fonte não deve ser classificada como “oficial” e “não – oficial”, pois é simplista. A fonte é vista como factor/elemento que ocupa domínios sociais onde se exercem lutas no acesso dos meios de comunicação social. Fala de desigualdade do valor das fontes e no acesso noticioso. As fontes procuram moldar a informação na óptica da sua utilização pelos jornalistas. Há uma relação directa entre “fontes de informação” e “informação eficaz” (igual). Apresenta uma estratégia interna da fonte de informação:
# Determinar uma mensagem bem definida, articulada segundo os melhores critérios de satisfação dos valores noticiosos
# Determinar os ''media'' mais apropriados
# Reunir o máximo de informação útil quanto possível; sucesso/aceitação
# Prever ou neutralizar as reações dos adversários
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Em "A organização da fonte em situações de rotina de crise" (1984), [[Stephen Hess]] analisa os gabinetes de imprensa e define as suas estratégias: aplicação da informação positiva e prática.
Para Hess, a crítica que os assessores manipulam as notícias é
Um dos requisitos mais importantes é saber gerir e dar respostas aos pedidos de informação – parte do tempo é dedicado à estratégia, como se vai agir, como se vai passar a mensagem. Se conseguir comunicar com o
O princípio da assessoria é responder a todos, mas como gestão de tempo devemos responder primeiro aos mais importantes e assim sucessivamente.
Os gabinetes de imprensa criam a informação ordenada que é diferente de informação controlada, mais uma vez por causa da gestão do tempo e de “espaço” nos ''media''. Deve-se controlar, gerir a informação para conseguir os
=== Justo Villafañe ===
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# Censura (a informação) – apresenta uma abertura aparente, mas procura esconder os aspectos negativos;
# Publicitação (visibilidade através da publicitação positiva)
A fonte procura criar laços de confiança na busca de
=== Michael Gurevich ===
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=== James Curran ===
Fala das pressões na produção jornalística em que as notícias são resultado do trabalho jornalístico nos recursos e políticas de gestão das empresas. Uma simples decisão sobre a locação do pessoal pode afetar a forma como a mensagem é passada. Aponta a pressão que os meios de comunicação social sentem dentro da própria redação (acima de tudo publicitária). Repercussões que o poder exerce sobre os ''media'':
# Restrição à entrada no mercado (barreiras ideológicas dos grupos dominantes);
# Concentração da propriedade dos meios de comunicação social;
# Concentração dos meios e recursos dos jornalistas;
# Pressões do mercado;
# Peso
# Censura à informação que agride as organizações que publicitam;
# Rotinas e valores
# Convenções estéticas que tornam o indivíduo como “centro do mundo”;
# Divisão desigual dos recursos;
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# Spindoctors (carga negativa que está a desaparecer)
# Rotina estratificada (adaptada e apoiada nas novas tecnologias)
# Fragmentação de acontecimentos (vários canais dos ''media'' e donos dos ''media'' que pioram o produto jornalístico porque o fragmentam de mais)
# Concentração dos meios de comunicação social
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=== Mauro Wolf ===
O sociólogo, professor e ensaísta italiano [[Mauro Wolf]], em sua obra Teorias da Comunicação<ref name=":0">{{citar livro|título=Teorias da Comunicação|ultimo=Wolf|primeiro=Mauro|editora=Martins Fontes|ano=2008|local=São Paulo|páginas=|acessodata=}}</ref>, reflete sobre quem são as fontes e como se relacionam com os jornalistas. No capítulo que diz respeito às ''routines'' produtivas, o autor analisa que do ponto de vista do interesse da fonte em ter acesso aos jornalistas (teoria de Herbert Gans), os
Wolf enumera que, "do ponto de vista da oportunidade e da conveniência dos jornalistas em utilizarem uma determinada fonte, a relação centra-se em alguns
O fator "a" refere-se ao fato de que, em ocasiões futuras, fontes que forneceram informações precisas tenham boas chances de continuarem a ser usadas. O "b", diz respeito explica porque os jornalistas preferem as fontes institucionais (já que estas dispensam mais pesquisa para confirmação de dados). O "c", por sua vez, deve-se ao fato de, se credível, uma informação não precisar ser confirmada por outras fontes poupando tempo de rotina jornalística. O item "d" está associado a quando o jornalista confia na fonte a ponto de, assim, atribuir sua total honestidade
Por fim, o item "e" traz as fontes que se afiguram "necessárias dado que, em relação a questões controversas, representam o ponto de vista oficial". <ref name=":0" />
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