António Cândido Gonçalves Crespo: diferenças entre revisões

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'''António Cândido Gonçalves Crespo''' ([[Rio de Janeiro]], [[11 de Março]] de [[1846]] &mdash; [[Lisboa]], [[11 de Junho]] de [[1883]]) foi um jurista e poeta de influência [[parnasiana]], membro das tertúlias intelectuais portuguesas do último quartel do [[século XIX]]. Nascido nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, filho de mãe escrava, fixou-se em Lisboa aos 10 anos de idade e estudou Direito na [[Universidade de Coimbra]]. Dedicou-se essencialmente à poesia<ref>''Library of the World's Best Literature, Ancient and Modern''. Vol. XLII, p. 124.</ref> e ao jornalismo. Faleceu em Lisboa com apenas 37 anos de idade.
 
== Biografia ==
Nasceu nos arredores da cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], no [[Brasil]], filho de um comerciante português, António José Gonçalves Crespo, que era à data casado com Teodora Maria Ferreira, e de Francisca Rosa da Conceição, uma brasileira mestiça escravae à data do seu nascimentoescrava. Aos 10 anos de idade mudou-se para Portugal.
 
Depois de estudos preparatórios em [[Lisboa]], matriculou-se em [[Direito]] na [[Universidade de Coimbra]], onde se formou em [[1877]].
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Fixou-se em Lisboa, onde apesar de ter adquirido a nacionalidade portuguesa, ao tempo requisito para o exercício da advocacia, pouco exerceu aquela profissão, optando antes pelo [[jornalismo]]. Foi colaborador de diversos periódicos, entre os quais ''[[O Occidente: Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro|O Occidente]]'' (1878-1915) e a ''Folha'', o jornal de [[Coimbra]] em que era director [[João Penha]], o poeta que introduziu o [[parnasianismo]] em [[Portugal]], tendo colaborado igualmente na revista literária ''[[República das Letras (periódico)|República das Letras]]'' <ref >{{Citar web |autor=Helena Roldão |data=22-01-2015 |título=Ficha histórica:A republica das letras : periodico mensal de litteratura (1875) |url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/ARepublicadasLetras.pdf |formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=07 de março de 2015}}</ref> (1875), dirigida pelo mesmo, de que saíram três números. Colaborou também nas revistas ''[[Renascença (1878)|Renascença]]'' <ref >{{Citar web |autor=Helena Roldão |data=03 de outubro de 2013 |título=Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna |url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/ARenascenca.pdf|formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=31 de março de 2015}}</ref> (1878-1879?), ''[[A Mulher (1879) |A Mulher]]'' <ref >{{Citar web |autor=Helena Roldão |data=06-03-2013 |título=Ficha histórica: A Mulher (1879). |url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/AMulher.pdf|formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=12 de Janeiro de 2015}}</ref> (1879), ''Jornal do domingo''<ref>[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/JornalDomingo/JornalDomingo.htm Jornal do domingo : revista universal (1881-1888) [cópia digital, Hemeroteca Digital<nowiki>]</nowiki>]</ref> (1881-1888), ''A Leitura''<ref>[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ALeitura/ALeitura.htm A Leitura: magazine litterario (1894-1896) [cópia digital, Hemeroteca Digital<nowiki>]</nowiki>]</ref> ((1894-1896), ''Branco e Negro''<ref>[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/BrancoeNegro/BrancoeNegro.htm Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898) [cópia digital, Hemeroteca Digital<nowiki>]</nowiki>]</ref> (1896-1898), ''[[Serões (revista)|Serões]]''<ref >{{Citar web |autor=Rita Correia |data=24 de Abril de 2012 |título=Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911). |url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/Seroes.pdf |formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |data=24 de Abril de 2012 |acessodata=23 de Setembro de 2014}}</ref> (1901-1911) e na ''[[Revista de Turismo (1916)|Revista de turismo]]'' <ref >{{Citar web |autor=Jorge Mangorrinha |data=16 de janeiro de 2012 |título=Ficha histórica:Revista de Turismo: publicação quinzenal de turismo, propaganda, viagens, navegação, arte e literatura (1916-1924) |url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/RevistadeTurismo.pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=13 de Maio de 2015}}</ref> iniciada em 1916. Como poeta estreou-se com a colectânea ''Miniaturas'', publicada em 1870.<ref>[http://purl.pt/6278/4/l-29669-p_PDF/l-29669-p_PDF_01-B-R0150/l-29669-p_0000_capa-capa_t01-B-R0150.pdf Maria Amália Vaz de Carvalho, ''Alguns homens do meu tempo'', p. 4. Lisboa, 1888].</ref> Também se dedicou à tradução, publicando versões em português de poemas de [[Heinrich Heine]].
 
Em [[12 de Março de 1874]], ainda estudante, casou com a poetisa e escritora [[Maria Amália Vaz de Carvalho]], ingressando, graças a ela e ao seu círculo de amigos, no mundo das tertúlias intelectuais de Lisboa. Nesses círculos a avançou na sua carreira como poeta e publicista, ganhando grande nomeada. Influenciado pela escola parnasiana, nas suas obras poéticas abandonou a [[Romantismo|estética romântica]], afirmando-se como poeta de grande qualidade,<ref>[http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/bulhao07.htm António Crespo, por Bulhão Pato.]</ref> particularmente após a publicação póstuma da sua obra completa (1887). A sua colectânea ''Nocturnos'' conheceu várias edições (1882, 1888, 1897, 1923, 1942). Em colaboração com a esposa publicou o livro ''Contos para os Nossos Filhos'' (1886).
 
Foi também atraído para o mundo da política e em [[1879]] foi eleito deputado às [[Cortes]] pelo círculo do [[Estado da Índia]]. Faleceu em [[1883]]Lisboa, vítima da [[tuberculose]], com apenas 37 anos de idade, na Travessa de Santa Catarina, número 11, pelas 18 horas e 30 minutos de 11 de Junho de 1883. Foi sepultado no [[Cemitério dos Prazeres]], em jazigo, deixando dois filhos menores, Luís e Maria Cristina. O terceiro filho, nascido em 17 de Julho do mesmo ano, morreu à nascença e foi-lhe dado o nome do pai.
 
A sua afirmação como poeta foi reforçada em [[1887]], quando foram publicadas as suas ''Obras Completas'', com [[prefácio]] de [[Teixeira de Queirós]] e de [[Maria Amália Vaz de Carvalho]].
 
== Referências ==
{{Referências|Notas}}