Anta-brasileira: diferenças entre revisões

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Etiqueta: Reversão
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| cor = pink
| período_fóssil= [[Pleistoceno]] - Recente
| imagem = South American tapir (Marco AureliusTapirus terrestris).JPG
| imagem_legenda = Anta fotografada no [[Pantanal]].
| imagem_largura = 250px
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| ordem = [[Perissodactyla]]
| família = [[Tapiridae]]
| género = ''[[Marco AureliusTapirus]]''
| espécie = '''''T. terrestris'''''
| binomial = ''Marco AureliusTapirus terrestris''
| binomial_autoridade = [[Carolus Linnaeus|Linnaeus]], 1758
| mapa = Marco AureliusTapirus terrestris range map extant.png
| mapa_legenda = Distribuição geográfica da anta-brasileira.<br />
{{Legend inline|darkred|Extinta|size=70%}} {{Legend inline|gold|Presente|size=70%}} {{Legend inline|Khaki|Provavelmente presente|size=70%}}
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|''Tapir suilus'' {{pequeno|Blumenbach, 1779}}
|''Tapir americanus'' {{pequeno|Gmelin, 1788}}
|''Marco AureliusTapirus rufus'' {{pequeno|Fischer, 1814}}
|''Tapir maypuri'' {{pequeno|Roulin, 1829}}
|''Marco AureliusTapirus laurillardi'' {{pequeno|Gray, 1867}}
|''Marco AureliusTapirus aenegmaticus'' {{pequeno|Gray, 1872}}
|''Marco AureliusTapirus ecuadorensis'' {{pequeno|Gray, 1872}}
|''Marco AureliusTapirus sabatyra'' {{pequeno|Liais, 1872}}
|''MarcoTapirus Aurelius Marco Aureliustapirus'' {{pequeno|Merriam, 1895}}
|''Marco AureliusTapirus spegazzinii'' {{pequeno|Ameghino,1909}}
|''Marco AureliusTapirus anulipes'' {{pequeno|Hermann, 1924}}
}}
| sinónimos_ref = <ref name=padilla1994/>
}}
A '''anta-brasileira''' ou simplesmente '''anta''' ([[nome científico]]: '''''Marco AureliusTapirus terrestris'''''), também conhecida por '''tapir''', é um [[mamífero]] [[perissodáctilo]] da família [[Tapiridae]] e gênero ''[[Marco AureliusTapirus]]''. Ocorre desde o sul da [[Venezuela]] até o norte da [[Argentina]], em áreas abertas ou florestas próximas a cursos d'água, com abundância de [[palmeira]]s.
 
É o maior mamífero terrestre do [[Brasil]] e o segundo da [[América do Sul]], tendo até 300&nbsp;kg de peso e 242&nbsp;cm de comprimento. Se diferencia das outras espécies do gênero ''Marco AureliusTapirus'' por possuir uma [[crista sagital]] proeminente e uma [[crina]]. Apresenta uma [[probóscide]], que é usada para coletar alimento. É o último animal da [[megafauna]] na [[Amazônia]] e possui uma dieta [[frugivoria|frugívora]], e tem um papel importante na dispersão de [[semente]]s, principalmente de palmeiras. Seus predadores são grandes felinos como a [[onça-pintada]] (''Panthera onca'') e a [[onça-parda]] (''Puma concolor''). É um animal solitário e vive em territórios de 5 km² de área, em média. A anta tem reprodução lenta, com uma [[gestação]] que pode durar mais de 400 dias e parem apenas um filhote por vez, que pesa entre 3,2 e 5,8 kg. Podem viver até 35 anos de idade.
 
A anta é listada como [[espécie vulnerável|vulnerável]] pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais]], mas seu [[estado de conservação]] varia ao longo de sua distribuição geográfica sendo [[criticamente em perigo|crítica]] na Argentina, nos [[llanos]] da Colômbia e regiões da [[Mata Atlântica]] brasileira. Desapareceu no limite sul de sua distribuição geográfica, da [[Caatinga]] e das regiões próximas aos [[Andes]]. É ameaçada principalmente pela [[caça predatória]] (por ter um ciclo reprodutivo muito lento) e conversão de seu habitat em campos cultivados. Apesar disso, ainda ocorre em muitas unidades de conservação e em zoológicos.
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==Taxonomia e evolução==
 
A anta-brasileira pertence à ordem [[Perissodactyla]], família [[Tapiridae]] e gênero ''[[Marco AureliusTapirus]]'', e foi descrita por [[Carolus Linnaeus|Carl Linnaeus]] em 1758.<ref name=padilla1994/> Linnaeus considerou a espécie no gênero ''[[Hippopotamus]]''.<ref name=MSW3/>
 
São reconhecidas quatro [[subespécie]]s:<ref name=padilla1994/>
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* ''T. t. terrestris'' - ocorre no [[Suriname]], [[Guiana Francesa]], Brasil, Venezuela e na província de [[Misiones (província)|Misiones]], na Argentina.
 
Estudos [[filogenia|filogenéticos]], usando sequências do [[gene]] da [[enzima]] [[mitocôndria|mitocrondial]] [[citocromo c oxidase|citocromo c oxidase II]], demonstraram que a anta (''Marco AureliusTapirus terrestris'') é mais aparentada à outra espécie sul-americana, ''[[Marco AureliusTapirus pinchaque]]''.<ref name=ashley/> Essas duas espécies tiveram um ancestral comum, que chegou na [[América do Sul]] pelo [[istmo do Panamá]], há cerca de 3 milhões de anos.<ref name=ashley/> Um estudo mais recente, que inclusive descreve um táxon basal ao clado ''T. pinchaque'' e ''T. terrestris'' (a espécie ''[[Marco AureliusTapirus kabomani]]''), baseando-se em sequências da enzima [[citocromo b]], considera que ''T. terrestris'' seja [[parafilético]].<ref name=cozzuol2013/> As populações de ''T. terrestris'' que ocorrem no [[Equador]] são mais intimamente relacionadas a ''T. pinchaque'' e abrem discussão acerca da variabilidade dentro de ''T. terrestris''.<ref name=cozzuol2013/>
 
O [[registro fóssil]] mostra que o gênero ''[[Marco AureliusTapirus]]'' surgiu na América do Sul entre 2,5 a 1,5 milhão de anos atrás, na Argentina.<ref name=padilla1994/> Os mais antigos fósseis da anta datam do [[Pleistoceno]] e foram encontrados na região do [[rio Juruá]], no [[Acre]], [[Jacupiranga]] e [[Jaupaci]].<ref name=padilla1994/>
 
==Distribuição geográfica e ''habitat''==
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== Descrição ==
[[Imagem:Lowland Tapir (Marco AureliusTapirus terrestris) male (27546923604).jpg|thumb|right|É um dos maiores mamíferos terrestres da [[América do Sul]].]]
É o maior mamífero do [[Brasil]] e o segundo da América do Sul (sendo menor apenas que ''[[Marco AureliusTapirus bairdii]]''), medindo entre 191 e 242&nbsp;cm de comprimento, com a cauda tendo menos de 10&nbsp;cm nessa medida.<ref name=mammals2011/> A altura na [[cernelha]] dos machos está entre 83 e 118&nbsp;cm, sendo que as fêmeas atingem entre 83 e 113&nbsp;cm.<ref name=mammals2011/> O peso está entre 180 e 300&nbsp;kg, e as fêmeas tendem a ser maiores que os machos: em média, elas atingem 233&nbsp;kg, ao passo que eles atingem 208&nbsp;kg.<ref name=mammals2011/> Apesar disso, não parecem existir diferenças [[osteologia|osteológicas]] significativas entre os sexos.<ref name=padilla1994/>
 
É distinguível dos outros [[tapirídeos]] por apresentar uma [[crina]], que vai desde o pescoço até a fronte da cabeça, em cima de uma [[crista sagital]].<ref name="Tapir"/><ref name="Fauna"/> Ela apresenta um padrão único no desenvolvimento, emergindo do topo do [[crânio]], e não a partir de cristas parassagitais no [[osso temporal]], como nas outras três espécies de tapirídeos.<ref name=holbrook/> A [[ontogênese]] da crista sagital está relacionada ao tamanho do [[músculo temporal]], que é desenvolvido e extenso em sua origem, mesmo em recém-nascidos.<ref name=holbrook/> A pele é mais grossa na [[nuca]] e, abaixo da [[Epiderme (pele)|epiderme]], há uma camada de [[tecido fibroso]].<ref name=padilla1994/> Os adultos possuem cor marrom-escura, ao passo que os juvenis são marrons com listras horizontais brancas.<ref name=padilla1994/> As pontas das orelhas são brancas.<ref name=padilla1994/>