Tágides: diferenças entre revisões

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Suma da introdução "D'os Lusiadas", Página 15, Editora Asa
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{{Quote box|<center>Invocação às ''Tágides'', no [[Os Lusíadas#Canto I|Canto I]],<br /><center>estrofes 4 e 5, de ''Os Lusíadas'':<br /><br /><center>4<br />''E vós, '''Tágides''' minhas, pois criado<br />Tendes em mim um novo engenho ardente,<br />Se sempre em verso humilde celebrado<br />Foi de mim vosso rio alegremente,<br />Dai-me agora um som alto e sublimado,<br />Um estilo grandíloquo e corrente,<br />Porque de vossas águas, Febo ordene<br />Que não tenham inveja às de Hipocrene.<br /><center>5<br />'''Dai-me uma fúria''' grande e sonorosa,<br />E não de agreste avena ou frauta ruda,<br />Mas '''de tuba canora''' e belicosa,<br />Que o peito acende e a cor ao gesto muda;<br />Dai-me igual canto aos feitos da famosa<br />Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;<br />Que se espalhe e se cante no universo,<br />Se tão sublime preço cabe em verso.''}}
 
As '''tágides''' são as [[ninfas]] do [[rio Tejo]] (em latim, ''Tagus'') a quem [[Luís Vaz de Camões|Camões]] pede inspiração para compor a sua obra ''[[Os Lusíadas]]''<ref name="CMV">Luís de Camões, ''Os Lusíadas'', Leitura, Prefácio e Notas de Álvaro J. Costa Pimpão, Apresentação de Aníbal Pinto de Castro, 4.a ed. - Lisboa: Ministério dos Negócios Estrangeiros. Instituto Camões, 2000, LIX, 560 p., ISBN 972-566-187-7. Nota 4.1 pags. 31-32</ref><ref name="baretti.p.76">[[Giuseppe Marc' Antonio Baretti]], ''A dissertation upon the Italian poetry'', p.76 [http://books.google.com.br/books?id=WRVcAAAAQAAJ&pg=PA73&f=false <nowiki>[google books]</nowiki>]</ref>. São uma adaptação das [[nereidas]] da [[mitologia greco-romana]], as ninfas que vivem nos [[mar|mares]] e nos [[rio|rios]]. (e na obra, estas eram as musas que inspiravam o autor para relatar os feitos grandiosos "nunca antes vistos", ou seja, os feitos dos "filhos dos lusitanos" (referindo-se assim aos feitos dos portugueses)). Estas habitam no rio Tejo que desagua em [[Lisboa]], [[Portugal]]. A palavra foi criada por [[André de Resende]], numa anotação ao seu poema ''Vicentius'' (1545).<ref name="alvarenga.lusiadas.1">''Site'' '''www.alvarenga.net''', ''Os Lusiadas'', ''Canto I'' [http://www.alvarenga.net/canto1.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref> O poema sobre a morte de D. Beatriz de Sabóia, em que André de Resende teria usado pela primeira vez o vocábulo ''Tágides'', perdeu-se ou desconhece-se o seu paradeiro.<ref name="CMV"/>
 
No seu poema épico ''Os Lusíadas'', Camões roga-lhes que, como [[musas]], o inspirem e que o ajudem a cantar ('''''Dai-me uma fúria grande e sonorosa... de tuba canora''''') os feitos do [[portugueses|povo português]]. Podemos observá-lo no Canto I, nas [[estrofe|estrofes]] 4 e 5 (no quadro ao lado) apelidadas de ''[[Os Lusíadas#Estrutura|Invocação]]''.<ref name="camoes.1.4">[[Camões]], ''Os Lusíadas'', Canto 1, estrofe 4 [http://www.tabacaria.com.pt/lusiadas/04.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref>