Mokiti Okada: diferenças entre revisões

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==== Os próprios passos e a pressão sobre as novas religiões ====
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No período inicial da Era Showa, quando Okada percorria o seu próprio caminho pesquisando sobre o Mundo Espiritual e o estabelecimento do Johrei, o controle sobre as novas religiões aumentou ainda mais. Em 1882, o xintoísmo do Japão passara a abranger dois aspectos: santuários xintoístas e religiões xintoístas. Foram reconhecidas treze religiões, entre as quais a Tenri-Kyo e a Konko-Kyo. Até 1900 os dois aspectos estiveram sob a administração da Secretaria de Santuários do Ministério dos Negócios Internos; mais tarde, quando esta foi dividida em Secretaria de Santuários e Secretaria de Religiões, passaram a ser regulamentados separadamente. As entidades religiosas de linhagem xintoístas criadas depois disso, só eram reconhecidas legalmente se pertencessem a alguma das treze religiões oficiais, mas passavam a ficar sob rigoroso controle da polícia. De qualquer forma, naquela época as atividades religiosas não podiam ser desenvolvidas livremente. Essa tendência foi aumentando cada vez mais com a criação da Polícia Especial (Polícia que possuía grande poder na administração direta do Ministério dos Negócios Internos e fazia pressão sobre os crimes Ideológicos e os movimentos sociais. Em 1945 foi dissolvida pelas tropas de ocupação militar), em 1923, e com a decretação da Lei de Segurança, em 1925. Como resultado, qualquer movimento organizado que tivesse “o objetivo de revolucionar o país ou não reconhecer o sistema de propriedade particular” recebia severa punição. Com a instalação das delegacias de Polícia Especial, em 1928, foi instituído o sistema de total controle sobre as questões ideológicas e especialmente sobre as novas religiões. Entretanto, apesar de todos esses movimentos de segurança por parte das autoridades, havia, entre o povo, uma forte expectativa em relação às novas religiões, pois, as más condições financeiras do início da Era Showa e a grande crise que veio logo a seguir, tornavam difícil a vida da massa popular. Em meio à intranquilidade social decorrente do desemprego, das falências e das controvérsias, o povo procurava um novo apoio para as suas esperanças. Por trás do nascimento ou do crescimento de novas religiões no início da Era Showa, havia uma forte ansiedade popular em relação a elas. A pressão das autoridades era violenta, e uma das religiões mais pressionadas, na época, foi a Tenri Kenkyu-Kai (posteriormente chamada Tenri Hon’miti, e atualmente, Hon’miti). Essa Igreja tornara-se independente separando-se da Tenri-Kyo, que havia optado ser reconhecida pela Nação como religião xintoísta. Devido a sustentar um idealismo radical, as autoridades começaram a pressioná-la. Na primeira pressão, ocorrida em abril de 1928, houve quinhentos presos, dentre os quais cento e oitenta foram acusados de desrespeito à Nação. Nos anos 10 da Era Showa (1935 -1945), a tempestade das pressões ainda não apresentava nenhum indício de acabar. Pelo contrário, tornava-se ainda mais intensa. Em 1935, a Omoto, que já fora pressionada anteriormente, sofreu a segunda pressão. Em 1936, prenderam Tokuharu Miki, fundador da Hito no Miti (atual PL), e em 1937, os diretores dessa Igreja, que foi dissolvida por ordem do Ministério dos Negócios Internos. Entre todas, a Omoto foi a mais pressionada. No dia 8 de dezembro de 1935, trezentos policiais fardados invadiram suas instalações em Ayabe e Kameoka e, além de recolherem os documentos que serviam de prova, detiveram Onissaburo Deguti e todos os diretores. Sob a diretriz do Ministério dos Negócios Internos - “exterminar da face da Terra a Omoto, essa religião infernal” - as instalações da Sede foram destruídas com dinamite, e a entidade foi dissolvida. Temendo sua restauração as autoridades levaram os alicerces das instalações destruídas até o Mar do Japão e os jogaram nas águas. Os presos sofreram atrozes interrogatórios e ficaram detidos por longo tempo. Onissaburo Deguti e sua esposa Sumi a Segunda Líder da Omoto, permaneceram detidos durante seis anos e oito meses, até obterem a liberdade por meio de fiança. Milhares de fiéis também se tornaram alvo de investigações. Foi realmente uma grande pressão, inédita em toda a história moderna das religiões. Mesmo estando-se numa época tão difícil, o desejo de salvar o mundo, que nascera no íntimo de Okada partir da Revelação de 1926, continuava inabalável. A cada dia aumentava o número de pessoas que o procuravam em busca da salvação. Embora soubesse perfeitamente que aquela era uma ocasião extremamente inoportuna para se criar uma nova religião, ao pensar nas pessoas que agonizavam em sofrimento surgia-lhe o desejo de salvar a humanidade. Sobre isso, Mokiti escreveu que "Era um desejo semelhante a uma oração que afluía do fundo d'alma de forma totalmente irreprimível, por mais preocupado que estivesse com o meu próprio físico e as dificuldades da vida". Apesar disso, no dia 1º de maio de 1934, o Fundador deixou a esposa e os seis filhos no Shofu-So, sua residência em Omori, e alugou uma casa no bairro de Hiraga, quadra 1, nº 2-4, no Distrito de Koji, à qual deu o nome de Ojin-do, ali iniciando o que chamou de "atividades de salvação". O Ojin-do era uma casa assobradada em estilo japonês, com uma área de 66 m² e cinco cômodos. Na entrada, o Fundador colocou uma placa com os seguintes dizeres: “Ojin-do - Tratamento Espiritual de [[Digitopuntura]] no Estilo Okada - Sede”, utilizando o andar de cima como local para as atividades da Obra Divina. A casa ficava perto do Ministério do Exército, num lugar de fácil acesso, entre Yotsuya e o Palácio Imperial. Nas proximidades, estava o Parque Shimizudani; era, portanto,um local tranqüilo, apesar de situado no centro da cidade. Koji é, de fato, o ponto central do Japão, próximo ao Palácio Imperial e abrangendo o Congresso Nacional. Há muito tempo que Mokiti pensava estabelecer-se ali. No Ojin-do, ele iniciou o tratamento religioso denominado “Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo Okada” (pressão com os dedos). Através das pesquisas sobre o Espírito Divino e a realidade dos mundos Divinos, Espiritual e Material, e também das pesquisas que fez sobre a doença e a saúde, Okada adquiriu a certeza de que a cura por meio do Espírito Divino é o método vital para a concretização de um mundo sem doenças. A respeito da salvação através do Johrei, ele diz: “Ante a iminência do Fim do Mundo, recebi a grande missão de ser o dirigente supremo da obra de salvação de toda a humanidade e construir o Paraíso Terrestre, isento de doença, pobreza e conflito, de acordo com o Plano de Deus. Por isso, Ele me atribuiu absoluto poder de salvação, poder que consiste no conhecimento e na força para solucionar o problema da doença, que é o ponto vital para a eliminação da pobreza e do conflito. O conhecimento diz respeito à Ciência dos erros da Medicina e das teorias sobre a doença; a força refere-se ao poder de cura por meio do Johrei.“ Na inauguração do Ojin-do, Mokiti fez uma ampla distribuição de folhetos de propaganda. Neles, explicava o caminho que percorrera, desde a Revelação Divina, com o desejo de salvar o mundo, e falava também sobre o poder do Johrei. No folheto dizia: “O Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo Okada, iniciado por mim, é uma decorrência da sensibilidade espiritual que repentinamente me foi atribuída há oito anos por Kannon, o qual me deu um grande poder para curar todo e qualquer tipo de doença. Objetivando cumprir atarefa de corrigir os erros do mundo e salvá-lo, durante estes anos vim aplicando esse poder nos mais variados tipos de doentes, em número superior a mil. Os resultados alcançados foram verdadeiramente surpreendentes: as enfermidades mais sérias, os casos mais graves, como milagres de Deus, foram completamente curados. (...). Instalei um centro terapêutico em Koji, no centro da cidade imperial, e almejo alcançar o meu objetivo de salvar o mundo.". Na época em que iniciou a ministração do Johrei, Okada já recebia doentes todos os dias, mas, graças aos milagres ocorridos, umas pessoas foram chamando outras. Graças, também, aos folhetos de propaganda, o número daqueles que o procuravam foi aumentando gradativamente, e o local começou a ficar pequeno. Então, três ou quatro meses mais tarde, mudou as instalações do Ojin-do para a filial de Koji, que ficava perto. Entretanto, os folhetos de propaganda logo deram motivo a problemas com as autoridades, e Okada foi chamado à Polícia. Sobre isso Okada registrou em seu diário: “De manhã cedo, fui à delegacia E me fizeram entregar O relatório sobre os folhetos.” Provavelmente fora um chamado decorrente de denúncia anônima. Presume-se que ele compareceu à delegacia de Koji, foi inquirido, e o caso ficou encerrado com a entrega do relatório. Desde que se mudou para o Ojin-do, o Fundador passou a ser servido por Teruyo e Hiromi, respectivamente mãe e irmã de seu discípulo Issai Nakajima; seu secretário era Motokiti Inoue. Vez por outra, ele chamava para lá a esposa e os filhos ou então ia para Omori, mas levava uma vida diária muito atarefada, dedicada ao Johrei.