Lêdo Ivo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Linha 23:
| influências = [[Fernando Pessoa]]
}}
'''Lêdo Ivo'''<ref>[http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=763&sid=150 | Biografia completa de Lêdo Ivo na Academia Brasileira de Letras. Acesso em: 6 de Agosto, 2011.]</ref> ([[Maceió]], [[18 de fevereiro]] de [[1924]] {{mdash}} [[Sevilha]], [[23 de dezembro]] de [[2012]]) foi um [[jornalista]], [[poeta]], [[Romance|romancista]], [[Conto|contista]], [[Crônica (gênero)|cronista]] e [[ensaísta]] [[brasil]]eiro.<ref name="ABL">{{citar web|url=http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=763&sid=150 |titulo=Biografia|autor=Academia Brasileira de Letras|acessodata=6 de Agosto de 2011.|arquivourl=archive.is/AsQ0 |arquivodata=17/07/2012}}</ref>
 
Seu primeiro livro foi ''As Imaginações''. Fez [[jornalismo]] e [[tradução]]. Da sua vasta obra, destacam-se títulos como ''Ninho de Cobras'', ''A Noite Misteriosa'', ''As Alianças, Ode ao Crepúsculo'', ''A Ética da Aventura'' ou ''Confissões de um Poeta''.
 
Era membro da [[Academia Brasileira de Letras]], eleito em 13 de novembro de 1986 para a cadeira 10, sucedendo a [[Orígenes Lessa]].<ref name="ABL"/> Foi casado com Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), com quem teve três filhos: Patrícia, Maria da Graça e Gonçalo.<ref name="ABL"/>
 
== Biografia ==
Lêdo Ivo nasceu no dia 18 de fevereiro de 1924, na cidade de Maceió, estado de Alagoas, Brasil,.<ref ename="ABL"/> faleceu aos 88 anos, no dia 23 de dezembro de 2012, em Sevilha, Espanha. 
{{Sem-fontes|data=janeiro de 2018}}
Lêdo Ivo nasceu no dia 18 de fevereiro de 1924, na cidade de Maceió, estado de Alagoas, Brasil, e faleceu aos 88 anos, no dia 23 de dezembro de 2012, em Sevilha, Espanha. 
 
Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal. Em 1940, transferiu-se para o Recife. Embora curto, esse período de residência no Recife foi sempre referido pelo escritor como fundamental para sua trajetória literária, pois ali travou contato com o grupo reunido em torno do pintor e escritor Vicente do Rego Monteiro e do ensaísta Willy Levin, que instruíam os então jovens poetas − como Lêdo Ivo e João Cabral de Melo Neto − sobre as vanguardas europeias, com ênfase para o Surrealismo (cf. “Os jardins enfurecidos”, ensaio da obra “O ajudante de Mentiroso").
 
EmNo ano de 1941, Lêdo Ivo participou do I Congresso de Poesia do Recife. Em 1943 transferiuMudou-se para o Rio de Janeiro eem 1943m onde se matriculou na [[Faculdade Nacional de Direito]] da Universidade do Brasil, instituição pela qual se formou.<ref name="ABL"/> Passou então a colaborar em suplementos literários e a trabalhar na imprensa carioca, como jornalista.<ref profissional.name="ABL"/>
 
No ano de Em 1944, estreoufez sua estreia na literatura com a poesia "As Imaginações",.<ref poesia,name="ABL"/> e noNo ano seguinte publicou "Ode e Elegia", distinguidoque comrecebeu o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras.<ref name="ABL"/> Nos anos subseqüentessubsequentes, suapublicou obra literária avoluma-se com a publicação dediversos livros de poesia, romancecontos, conto crônicas, crônicaensaios e ensaioromances.<ref name="ABL"/>
 
Em um primeiro momento, é possível situar Lêdo Ivo no grupo conhecido como Geração de 45. A renovação de formas fixas e a revisão de alguns aspectos do Modernismo de 1922 estiveram no horizonte de ocupações dos então jovens poetas que, no Rio de Janeiro, publicaram a Revista Orfeu − grupo de que participou Lêdo Ivo – e, em São Paulo, a Revista Brasileira de Poesia. Contudo, se a crítica ao tempo de sua estreia já detectava pontos divergentes dos demais autores, como a prática do verso longo, outras diferenças se acentuariam com o passar do tempo, já que Lêdo Ivo compôs obra que ultrapassou em muito os paradigmas de sua geração, como vem situando a crítica mais atenta à trajetória do autor (cf., p. ex., o texto "Quem tem medo de Lêdo Ivo?", prefácio do poeta e tradutor Ivan Junqueira à "Poesia Completa").
 
Em 1945, Lêdo Ivo se casa com sua companheira de toda a vida, Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo, a quem dedicaria "Cântico", obra de 1949, e também a "Poesia Completa",. lançadaAinda em 20041949, pelaLêdo EditoraIvo Topbooksprofere, porno ocasiãoMuseu dosde 80Arte anosModerna de vidaSão do poeta. SobPaulo, a inspiraçãoconferência da"A perdageração dade companheira,45". LêdoNesse Ivo comporia o poema longo "Réquiem"ano, distinguido com o Prêmio Casa de Las Américas,forma-se em 2009Direito.
 
Ainda em 1949, Lêdo Ivo profere, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a conferência "A geração de 45". Nesse ano, forma-se em Direito.
 
O livro "Acontecimento do Soneto", por vezes lido como um dos marcos da Geração de 45, é impresso em primeira edição pelo amigo João Cabral de Melo Neto, em sua prensa manual, na cidade de Barcelona, Espanha, no ano de 1948. Como se lê pelas cartas publicadas no volume “E agora adeus” (correspondência passiva, editado pelo Instituto Moreira Salles e com estudo introdutório e notas do escritor Gilberto Mendonça Teles), foi de João Cabral a sugestão do título, a partir do verso "um soneto não se faz, ele acontece", que se lê no "Soneto das Catorze Janelas". 
Linha 53 ⟶ 50:
Na década seguinte, a de 1970, Lêdo Ivo publica duas de suas mais importantes obras: o livro de poesia “Finisterra” e o romance “Ninho de cobras”, ambos fortemente marcados pelo imaginário da terra natal alagoana. Essa revisitação do lugar de origem incorpora tanto crítica social quanto indagação metafísica, beneficiando-se de toda a experiência já acumulada pelo escritor. “Finisterra” ganha o Prêmio Jabuti e “Ninho de cobras” é distinguido pelo maior prêmio literário da época, o Walmap, após ser rejeitado por duas editoras.
 
Em 13 de novembro 1986, Lêdo Ivo elege-se para a Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Orígenes Lessa.<ref name="ABL"/> Torna-se o quinto ocupante da Cadeira nº 10, sendo recebido em 7 de abril de 1987, pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. Recebeu os acadêmicos Geraldo França de Lima, Nélida Piñon e Sábato Magaldi. 
 
Também em homenagem a sua companheira Maria Lêda lançou "Poesia Completa", em 2004, pela Editora Topbooks, por ocasião dos 80 anos de vida do poeta. Sob a inspiração da perda da companheira, Lêdo Ivo comporia o poema longo "Réquiem", distinguido com o Prêmio Casa de Las Américas, em 2009.
Lêdo Ivo continua publicando prolificamente tanto poesia quanto prosa até seus anos finais. Quando vem a falecer, em 2012, na cidade de Sevilha, deixa inédito no Brasil o volume de poemas “Mormaço”, publicado em primeira edição na Espanha. Fica também inédito o volume ensaístico “Afastem-se das hélices”, que sairia depois em conjunto com uma reedição de outra obra ensaística do escritor, “O aluno relapso”. E ainda o livro de poemas “Aurora”, que também sai inicialmente publicado na Espanha.
 
No dia 25 de dezembro de 2011, Lêdo Ivo recebeu ainda, na Espanha, na cidade de Léon, o Prêmio Leteo, pela primeira vez atribuído a um poeta e escritor de língua portuguesa. Este prêmio distingue "um escritor de relevância internacional, autor de uma obra de alta qualidade literária, dotada de invenção e originalidade, e que não se tenha rendido aos ditames do mercado". O Prêmio Leteo é concedido por um júri de jovens escritores, o que atesta o amplo interesse pela obra do escritor brasileiro na Espanha, país onde vem sendo sistematicamente traduzido e publicado. e onde veio a falecer em dezembro de 2012.   
== Prêmios ==
{{Sem-fontes|data=janeiro de 2018}}
A obra de poesia e de prosa de Lêdo Ivo foi amplamente reconhecida e premiada.
 
Lêdo Ivo continuacontinuou publicando prolificamente tanto poesia quanto prosa até seus anos finais. Quando vem a falecer, em 2012, na cidade de Sevilha, deixa inédito no Brasil o volume de poemas “Mormaço”, publicado em primeira edição na Espanha. Fica também inédito o volume ensaístico “Afastem-se das hélices”, que sairia depois em conjunto com uma reedição de outra obra ensaística do escritor, “O aluno relapso”. E ainda o livro de poemas “Aurora”, que também sai inicialmente publicado na Espanha.
Tendo estreado em 1944, com o livro de poesia "As imaginações", já no ano seguinte publica "Ode e Elegia", distinguido com o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Seu romance de estreia "As alianças" (1947) mereceu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha. Ao seu livro de crônicas "A cidade e os dias" (1957) foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras. 
 
Morreu aos 88 anos de idade, após um mal súbito, quando viajava ao exterior.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2012/12/escritor-ledo-ivo-passa-mal-em-restaurante-e-falece-na-espanha.html|titulo=Escritor Lêdo Ivo passa mal em restaurante e falece na Espanha|acessodata=23 de dezembro de 2012}}</ref>
Em 1973, foram conferidos a “Finisterra” (poesia) o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal. O seu romance “Ninho de cobras” foi distinguido com o Prêmio Nacional Walmap, então o maior do país. 
 
== Prêmios ==
Em 1974, “Finisterra” recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Seu livro híbrido de memorialismo e ensaísmo, “Confissões de um poeta” (1979), mereceu o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal. 
 
*Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras - "Ode e Elegia" (1945).
Em 1982, Lêdo Ivo foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras. A seu livro de ensaios “A ética da Aventura” foi conferido, em 1983, o Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro. 
*Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha - "As alianças" (1947)
 
*Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras - "A cidade e os dias" (1957) 
Em 1986, o escritor recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé, pela obra poética. Eleito Intelectual do Ano de 1990, recebeu o Troféu Juca Pato. Ao seu livro de poemas “Curral de Peixe” (1995), o Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo.
Em 1973, foram conferidos a “Finisterra” (poesia) o *Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal. O- seupoesia romance“Finisterra” “Ninho de cobras” foi distinguido com o Prêmio Nacional Walmap, então o maior do país. (1973)
 
*Prêmio Nacional Walmap - “Ninho de cobras”
No plano internacional, Lêdo Ivo foi detentor do Prêmio de Poesia del Mundo Latino Victor Sandoval (México, 2008), do Prêmio Casa de las Américas (Cuba, 2009) e do Prêmio Rosalía de Castro, do PEN Clube da Galícia (Espanha, 2010). 
*Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro - “Finisterra” (1974)
 
*Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal - “Confissões de um poeta” (1979)
No dia 25 de dezembro de 2011, Lêdo Ivo recebeu ainda, na Espanha, na cidade de Léon, o Prêmio Leteo, pela primeira vez atribuído a um poeta e escritor de língua portuguesa. Este prêmio distingue "um escritor de relevância internacional, autor de uma obra de alta qualidade literária, dotada de invenção e originalidade, e que não se tenha rendido aos ditames do mercado". O Prêmio Leteo é concedido por um júri de jovens escritores, o que atesta o amplo interesse pela obra do escritor brasileiro na Espanha, país onde vem sendo sistematicamente traduzido e publicado e onde veio a falecer em dezembro de 2012.   
*Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras (1982)
*Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro - “A ética da Aventura” (1983) 
*Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé - pela obra poética (1986)
*Eleito Intelectual do Ano de 1990, recebeu o Troféu Juca Pato.
*Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo - “Curral de Peixe” (1995)
*Prêmio de Poesia del Mundo Latino Victor Sandoval (México, 2008)
*Prêmio Casa de las Américas (Cuba, 2009)
*Prêmio Rosalía de Castro, do PEN Clube da Galícia (Espanha, 2010).  
*Prêmio Leteo - 2011
 
== Discurso de posse na ABL ==
Lêdo Ivo foi eleito em [[13 de novembro]] de [[1986]], na sucessão de [[Orígenes Lessa]] e recebido em [[7 de abril]] de [[1987]] pelo acadêmico [[Dom Marcos Barbosa]]. Eis o 1º parágrafo de seu discurso de posse,<ref>[http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=766&sid=150 | Discurso de posse de Lêdo Ivo na Academia Brasileira de Letras (na íntegra). Acesso em: 6 de Agosto, 2011.]{{ligação inativa}}</ref> já como membro da [[Academia Brasileira de Letras]]:<br />
 
::''"Numa tarde de outono, um homem caminha pelas ruas de Londres. O frio e o vento o obrigam a encolher-se no seu sobretudo. Sozinho e desconhecido na metrópole que Verlaine comparou à Babilônia, esse homem é um exilado, expulso de sua pátria por um caudilho taciturno. E enquanto ele marcha entre as folhas que caem, em seu espírito flui a interminável reflexão sobre o seu país que, no outro lado do oceano, vive as turbulências do dissídio e do desencontro.
::''Esta é a imagem que me ocorre de Rui Barbosa, o fundador da Cadeira nº 10: a do exilado."<br />
 
==Morte==
 
Morreu aos 88 anos de idade, após um mal súbito, quando viajava ao exterior.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2012/12/escritor-ledo-ivo-passa-mal-em-restaurante-e-falece-na-espanha.html|titulo=Escritor Lêdo Ivo passa mal em restaurante e falece na Espanha|acessodata=23 de dezembro de 2012}}</ref>
 
== Bibliografia ==
Linha 173:
=== Autobiografia ===
 
=== '''Confissões de um poeta'''. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1979; ===
* '''O aluno relapso'''. São Paulo: Massao Ohno, 1991.