Justiniano: diferenças entre revisões

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== Administração de Justiniano ==
[[Imagem:Hagia-Sofia-01s.jpg|thumb|esquerda|[[Santa Sofia|Basílica de Santa Sofia]], reconstruída sob supervisão pessoal de Justiniano|283.991x283.991px259x259px]]
Para garantir a centralização administrativa, Justiniano combateu o poder local dos grandes proprietários de terra e estabeleceu leis sólidas e eficazes, cujo cumprimento era rigorosamente fiscalizado pela burocracia, que contava com os militares.
 
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== Os assuntos religiosos ==
[[Imagem:Mosaic of Justinian I - San Vitale - Ravenna 2016.jpg|thumb|O imperador Justiniano - Mosaico na [[Basílica de São Vital]] em [[Ravena]].|305.994x305.994px259x259px]]
 
Justiniano tinha grande interesse pelas questões teológicas. Seu objetivo maior era unir o Oriente com o Ocidente por meio da religião. Seu programa político pode ser sintetizado numa breve fórmula: "Um Estado, uma Lei, uma Igreja". Justiniano procurou solidificar o [[monofisismo]] (doutrina elaborada por [[Eutiques]], segundo a qual só havia uma natureza, a divina, em [[Jesus|Cristo]]). Essa doutrina tornou-se forte na [[Síria]] ([[patriarca de Antioquia]]) e no [[Egipto|Egito]] ([[patriarca de Alexandria]]), que tinham aspirações emancipacionistas. Os seguidores dessa heresia tinham na imperatriz [[Teodora (esposa de Justiniano)|Teodora]] uma partidária. Esta tentou conciliar ortodoxos e heréticos, com relativo êxito. Autoritário, Justiniano combateu e perseguiu [[judeu]]s, [[pagão]]s e [[herético]]s, ao mesmo tempo que interveio em todos os negócios da Igreja, a fim de mantê-la como sustentáculo do Império e sob seu controle. A [[Academia de Platão]], último baluarte do paganismo, foi fechada. As catedrais dos [[Igreja dos Santos Apóstolos|Santos Apóstolos]] e de [[Basílica de Santa Sofia|Santa Sofia]] foram construídas durante seu governo, para evidenciar o poder imperial.<ref name=":1" />
 
Em [[529]], Justiniano fechou a [[Academia de Platão]], Em 540 d.C. também considerou extinto o [[Talmude]] nas [[sinagogas]]. Em [[550]], eliminou o reduto dos [[religião de mistérios|mistérios egípcios]] na [[Ilha de Filac]].
 
== Reconstituição territorial do império ==
[[Imagem:The Byzantine State under Justinian I-pt.svg|esquerda|thumb|[[Império Bizantino]] em 550. A parte mais clara representa as conquistas de Justiniano|242.997x242.997px278x278px]]
 
No plano externo, a política de Justiniano teve como objetivo fundamental a tentativa de reconstrução do fragmentado [[Império Romano do Ocidente]], que, desde [[450]], era vítima dos ataques dos [[bárbaros]] [[Germanos|germânicos]], e que havia sucumbido em [[476]]. Ao sentido político e social dessa empreitada juntava-se o fator religioso, pois, para Justiniano, Roma continuava sendo o centro do mundo católico.
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== O ''corpus juris civilis'' ==
[[Ficheiro:Flickr - Yale Law Library - RL 22 B56 1700 v.1.jpg|miniaturadaimagem|337.969x337.969px326x326px|Uma das versões de capa do [[Corpus Juris Civilis|conjunto de leis]] propostas por [[Justiniano]].]]
{{Artigo principal|[[Corpus juris civilis]]}}
Ao lado da religião, o [[direito romano]] ajudou a manter a unidade e a ordem imperial. Justiniano<ref>{{Citar periódico|titulo=Biografia de Justiniano - eBiografia|url=https://www.ebiografia.com/justiniano/|jornal=eBiografia|lingua=pt-br}}</ref> percebeu a importância de salvaguardar a herança do direito romano e, aproveitando a prosperidade econômica e comercial que lhe proporcionavam as novas conquistas, empreendeu um importante trabalho legislativo e de recompilação jurídica. A recompilação e reorganização das leis romanas tornou-se um dos marcos mais notáveis de sua administração, confiado a um colégio de dez juristas dirigido por Triboniano, cujos trabalhos duraram dez anos<ref>{{citar livro|autor=César Fiuza|título=Direito Civil curso completo|editora=Del Rey|ano=2008|páginas=62|id=978-85-7308-963-9}}</ref>. Essa obra ficou conhecida como ''[[Corpus Juris Civilis|corpus juris civilis]]'', composta de quatro partes<ref>{{citar livro|título=História Do Direito - Geral E Do Brasil|ultimo=CASTRO|primeiro=Flávia Lages de|editora=Lumen Juris|ano=2017|local=São Paulo|páginas=570|acessodata=}}</ref>: