Aneurisma cerebral: diferenças entre revisões

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Um '''[[aneurisma]]Aneurisma cerebral''' é a doença na qual um segmento de [[vaso sanguíneo]], quase sempre de uma artéria do [[Círculo_arterial_cerebral|Polígono de Willis]], encontra-se anormalmente [[vasodilatação|dilatado]] no [[encéfalo]]. A dilatação é causada, em geral, por uma falha muscular da parede de uma [[artéria]], ou muito mais raramente, de uma [[veia]] do [[cérebro]]. O tamanho de umaum [[aneurisma]] cerebral é variável. Pode ser pequeno, de poucos milímetros até 1 cm, tamanho médio, até 2 cm e maiores (grandes ou gigantes), atingindo vários centímetros nona seusua maior diâmetroextensão. Há diversos formatos, geralmente saculares, mas podem ser também irregulares ou fusiformes.
 
O [[aneurisma]] [[Cérebro|cerebral]] é considerado muito perigoso, pois, ao romper-se no interior do [[crânio]], que tem estruturaproduz [[inelásticahemorragia]], produz ume aumento da [[pressão intracraniana|pressão intracraniana,]] elesando lesãoou aocomprimindo encéfalo, comprimindoimportantes estruturas do cérebro responsáveis pela [[vitalidadeencéfalo]][[Sinais vitais|,]] podendo ocasionando a [[morte]] por [[parada respiratória]].
 
A consequência do rompimento do aneurisma cerebral é um fenômeno patológico, chamado de [[acidente vascular cerebral hemorrágico]] (AVC ou AVCH), ou derrame, na linguagem popular. Existem outras causas de [[Acidente vascular cerebral|AVC]], como a [[isquemia]], que é mais frequente que o [[AVC]] por sangramento de [[aneurisma]].

Os [[Aneurisma|aneurismas]], na maioria dos casos, não geram qualquer tipo de sintoma até a sua ruptura e sangramento. Menos frequente, o aneurisma pode crescer, comprimindo estruturas como nervos, causando paralisia, como acontece frequentemente a queda súbita de uma pálpebra subitamente, indicando possibilidade de ruptura. Existem outras causas de AVC, como o AVC [[Isquemia|isquêmico]], que é mais frequente que o AVC por sangramento de aneurisma. Pode também haver sangramento para dentro do tecido cerebral (menos comum); e [[Hemorragia subaracnóidea|hemorragia subaracnoide]] (HSA), também conhecida como hemorragia meníngea espontânea ou para dentro dos ventrículos cerebrais, podendo provocar [[hidrocefalia]]. A ocorrência da [[Hemorragia intracerebral|hemorragia]] é em geral súbita, repentina, com duração dos sintomas e sua intensidade variáveis, passível de produzir alterações da [[consciência]], da motricidade, da palavra, entre outras. [[Cefaleia]] súbita, descrita como a dor de cabeça mais forte que o indivíduo sente em toda a sua vida, acompanhada de desmaio (perda da consciência) e vômitos são a tríade de sintomas mais comuns nada HSAruptura de um [[aneurisma]].
 
==Causas==
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*'''5º Grau:''' Coma Profundo com complicações. Chance de Sobrevivência 10%
 
==Tratamento Diagnóstico ==
 
=== Sinais e sintomas ===
O diagnóstico de um [[Acidente vascular cerebral|AVC,]] é clínico, ou seja, é feito pela história e exame físico do paciente. Os principais sintomas são:
* Dificuldade de mover o rosto;
* Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
* Dificuldade de falar e se expressar;
* Fraqueza nas pernas;
* Problemas de visão.
Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita uma frase (como "trinta e três"). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro, menor a probabilidade de sequelas, este teste é designado [[Escala de Cincinnati]]. Outros sintomas menos específicos, como queda do estado geral e coma, também elevam o risco de [[Acidente vascular cerebral|AVC]].
 
=== Exames diagnósticos ===
A caracterização de um aneurisma é realizada por um exame de imagem, [[tomografia computadorizada]], [[ressonância magnética]] ou [[angiografia cerebral]], que permitem ao médico identificar a área do [[cérebro]] afetada.
 
O exame padrão ouro para detecção de aneurisma cerebral não é a [[tomografia]] ou a [[Ressonância Magnética|ressonância magnética]], e sim o [[cateterismo]] cerebral de 4 vasos, denominado [[angiografia cerebral]]. Entretanto, não costuma ser o primeiro exame realizado.
 
Com a suspeita de um [[Acidente vascular cerebral|AVC]], a tomografia pode ser o exame inicial de escolha por sua disponibilidade e rapidez. Serve principalmente para diferenciar o [[Acidente vascular cerebral|AVC]] por entupimento/isquemia do hemorrágico, o que muda radicalmente a conduta médica. Uma tomografia normal dentro das primeiras 24 horas de um [[Acidente vascular cerebral|AVC]] isquêmico é algo esperado e confirma o diagnóstico, pois a maioria dos ataques isquêmicos não provoca lesões visíveis tão precoces nesse exame. Apenas lesões extensas ou mais antigas podem ser vistas na tomografia no [[Isquemia|AVC isquêmico]] ou, ainda, sinais indiretos de [[Acidente vascular cerebral|AVC]] como edema cerebral. Já o [[Acidente vascular cerebral hemorrágico|AVC hemorrágico]] costuma vir com imagem na tomografia indicando vazamento de sangue. Pode-se, ainda que menos comum, retirar [[líquor]] por punção lombar para o diagnóstico de [[Acidente vascular cerebral|AVC]] hemorrágico com tomografia normal.
 
Embora mais precisa que a tomografia, a [[Imagem por ressonância magnética|ressonância magnética]] não costuma mudar a conduta médica e pode ainda atrasar o tratamento correto, o que pode ter impacto na recuperação do paciente. Contudo, é uma opção que pode ser útil em casos selecionados.
 
== Tratamento ==
{{aviso médico}}
O tratamento do aneurisma deve ser rápido e [[cirurgia|cirúrgico]]. É um procedimento complicado devido às dificuldades no acesso ao local, sem lesar mais o cérebro, e visando manter íntegra a [[circulação sanguínea]] da parte antes irrigada pela artéria afetada. Dependendo do local do aneurisma no cérebro, a cirurgia pode ser mais ou menos arriscada.
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O tratamento por embolização dos aneurismas cerebrais começa com a inserção de um cateter (pequeno tubo plástico) na raiz da coxa, na artéria femoral na perna do paciente e navegação dele pelos vasos arteriais, passando pela pelva, abdômen, tórax, pescoço e base do crânio até o aneurisma. Através desta viagem pelo corpo, retificadas pelo cateter, pequenas molas ou espirais de platina são inseridas aos poucos dentro do aneurisma. O processo é assistido por meio de imagens radiológicas, visualizadas em um monitor de vídeo. Ao serem destacadas do cateter são desdobradas dentro da luz no aneurisma, ocupando aos poucos o interior, interferindo no fluxo de sangue para o interior do aneurisma, causando coagulação da luz, redução da pressão interna provocada pela pressão sanguínea e prevenindo sua ruptura. As molas são feitas de platina para que eles possam ser visíveis pelo [[Raios X|raio x]] e bastante flexíveis para conformar-se com a forma de aneurisma e tentar evitar que ele se rompa. Mais de 450.000 pacientes no mundo inteiro já foram tratados com molas de platina destacáveis. As micro-molas mais utilizadas para a embolização do aneurisma são as "[[Guglielmi Detachable Coil]]".
 
Os médicos, preferencialmente neurorradiologistas experientes em intervenções por [[Angiografia cerebral|angiografia encefálica]], usam a tecnologia de [[Raios X|raios-X]] em tempo real, chamada visualização fluoroscópica (radioscopia), para visualizar o interior dos vasos sanguíneos. As características externas do aneurisma apenas podem ser visibilizadas pela cirurgia aberta.
 
Por ser um método mais recente, não existem estudos científicos controlados de seguimento de longo prazo em grandes contingentes de pacientes. Na França, onde há menor tradição cirúrgica do que nos grandes centros médicos em neurocirurgia vascular intracraniana clássica, o número de pacientes tratados por este método chega, em alguns centros médicos locais, em até 90% dos casos. Na Alemanha, nos Estados Unidos, no Japão e mesmo no Brasil, que onde a neurocirurgia nos grandes centros médicos tem expressivo histórico de atuação e larga experiência, o método intra-arterial divide o palco com o tratamento cirúrgico tradicional. Todavia, o método cirúrgico tradicional nunca será abandonado por completo. O médico neurocirurgião, que é o especialista em doenças vasculares cerebrais cirúrgicas, é