Orogénese: diferenças entre revisões

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A orogenia ocorre quando há colisão de placas tectônicas e traz como consequência a formação de [[dobramento]]s, [[cordilheira]]s ou [[Fossa oceânica|fossas]]. Sua área de atuação é marcada pela ocorrência frequente de [[sismo]]s e pela presença abundante de [[vulcão|vulcões]].
 
Quando os dobramentos datam de uma era geológica recente, ([[Era Cenozóica|Era Cenozoica]]) como os [[Andes]], são considerados modernos, e quando datam de uma era geológica antiga, ([[pré-Cambriano]], por exemplo) como o [[Escudo das Guianas]], são considerados [[escudo (geologia)|escudos]] ou [[maciço]]s antigos.
 
As fossas, por sua vez, são formações recentes, datadas do [[Cenozoico|Cenozóico]], por exemplo a [[Fossa das Marianas]]. São formadas quando, na colisão, uma placa desloca-se para baixo da outra, criando o que costuma-se chamar de ''[[Zona de subducção|Zona de Subducção]] ou [[Zona de subducção|Zona de Benioff]]''. Caracterizam-se por representarem as áreas mais profundas do planeta, por estarem em contacto directo com a astenosfera e por sua grande instabilidade tectónica.
 
Já a orogéneseorogênese divergente é responsável pela formação das ''dorsais'',ou seja, grandes cadeias montanhosas submersas e das falhas geológicas na crosta continental(que são consequência da separação das placas).
 
== Interpretação actual ==
O problema da interpretação da orogéneseorogênese tem sido o maior problema teórico da Geologia desde a sua origem. Trata-se de explicar o motivo pelo qual, apesar da continuidade dos processos de erosão, não deixa de haver na Terra relevos elevados e abruptos. O desenvolvimento e aceitação da teoria da [[Tectónica de Placas]] a partir da [[década de 1960]] ofereceu um novo marco teórico para a compreensão deste enigma. Até então as diversas teorias podiam na maioria enquadrar-se dentro num conjunto conhecido como ''teorias do geossinclinal/orógeno''. Esta denominação alude ao reconhecimento, não desmentido, de que as grandes cordilheiras se levantam sobretudo com materiais sedimentares acumulados em grandes bacias marginais aos continentes, às que se chama [[geossinclinal|geossinclinais]]. Observa-se precisamente no carácter sedimentar mas deformado das formações rochosas dos mais altos cumes montanhosos. O que faltava nessas teorias tectónicas era uma explicação satisfatória da origem das imensas forças de compressão necessárias para converter um geossinclinal num orógeno.
 
A Teoria da Tectónica de Placas explica o levantamento como um efeito derivado da convergência de [[placa tectónica|placas litosféricas]]. A convergência arranca quando a litosfera oceânica se rompe, geralmente junto da margem continental, no lado externo de um geossinclinal. Consiste durante muito tempo na [[subducção]] dessa litosfera oceânica sob a margem continental, para terminar frequentemente com uma fase onde a convergência termina dando lugar à colisão de dois fragmentos continentais. Enquanto se trata de subducção, a orogéneseorogênese produz cordilheiras ricas em fenómenos [[vulcanismo|vulcânicos]]; é o caso dos [[Andes]]. Caso se alcance a fase de colisão, os orógenos que se formam são muito extensos e abruptos, com escassa actividade vulcânica; este tipo é exemplificado pelo [[Himalaia]] ou pelos [[Alpes]].
 
Continua a haver debate em torno do peso relativo de cada processo natural envolvido na orogéneseorogênese (forças tectónicas, deformação da litosfera, erosão e transporte de sedimento, clima, magmatismo, etc.) em determinar a estrutura actual dos orógenos. Desde finais dos anos 1990, por exemplo, desenvolveu-se a ideia de que o crescimento do orógeno e sua deformação interna é sensível à distribuição superficial da [[erosão]], controlada pelo clima, mas não existe ainda consenso sobre a relevância deste efeito.
 
== Tipos de orogéneseorogênese e de orógenos ==
A orogéneseorogênese produz-se sempre em bordas convergentes de placa, ou seja, nas regiões contíguas ao limite entre duas [[Placa tectónica|placas litosféricas]] cujos deslocamentos convergem.
[[Ficheiro:Limiteconvergente-oceanoyoceano.PNG|thumb|right|270px|Formação de um arco de ilhas por subducção sob litosfera oceânica.]]
[[Ficheiro:Limiteconvergente-oceanoycontinente.png|thumb|right|270px|Formação de uma cordilheira marginal por subducção sob a borda continental.]]
 
# '''Orogênese térmica''' ou '''ortotectônica''' - produz-se quando uma placa por [[subducção]] se coloca por baixo de outra. Se chama orogéneseorogênese térmica pela importância dos fenómenos magmáticos, incluidos os vulcânicos, que se põem em marcha como consequência da fricção entre placas no [[plano de Benioff]]. O adjectivo «ortotectónica» alude ao predomínio dos deslocamentos verticais, dos quais os horizontais são subsidiários. A litosfera que apresenta subducção é invariavelmente do tipo oceânico e arrasta e deforma os materiais acumulados num [[geossinclinal]], os quais também a apresentam em parte com a litosfera oceânica, injectando no manto água, carbonatos e outros materiais que contribuem para manter o seu estado relativamente fluido. No limite entre as duas placas encontrar-se-á normalmente uma fossa oceânica. Na outra placa a litosfera pode ser inicialmente oceânica ou directamente continental, e disso dependem as duas modalidades de orógenos térmicos:
## '''Arcos de ilhas'''. São arquipélagos em arco rodeados pelo lado convexo por uma fossa que marca o limite entre as duas placas. São formados por ilhas vulcânicas. As [[Antilhas]], as [[Aleutas]] ou arco da [[Insulíndia]] são exemplos nítidos desta estrutura. Por detrás do arco, na face côncava, a própria subducção pode desencadear processos geradores de litosfera oceânica, ampliando a bacia continental. Essa «extensão além-arco» observa-se por exemplo no [[Mar do Japão]].
## '''Cordilheiras marginais'''. A subducção pode arrancar quando a compressão rompe a litosfera oceânica junto à borda de um continente, pondo em marcha uma convergência e uma subducção que levantam uma cordilheira na borda continental. O caso mais típico aparece representado agora pelos Andes. As costas da América do Sul aparecem bordejadas, sendo contíguas à [[placa de Nazca]], por uma extensa fossa oceânica, a fossa do Peru.
 
[[Ficheiro:Limiteconvergente-continenteycontinente.png|thumb|right|270px|Levantamento de um orógeno por colisão continental; embora na realidade a placa que inicialmente ''subduz'' é a que acaba cavalgando sobre a outra.]]
# '''OrogéneseOrogênese mecánica''' ou '''paratectónica'''. Ocorre quando o movimento convergente de duas placas tectónicas arrasta um fragmento continental contra outro. As forças e movimentos predominantes são horizontais (patatectónicos) e de origem propriamente tectónica (mecânica), com muito pequena participação de processos especificamente vulcânicos ou, mais geralmente, magmáticos. Chama-se '''orógenos de colisão''' aos que se formam por este mecanismo. Para que a colisão possa chegar a produzir-se é preciso primeiro que a subducção absorva a bacia oceânica entre dois continentes, o que implica que haja sempre uma fase de orogéneseorogênese térmica antes de se produzir a colisão. A orogéneseorogênese de tipo mecânico produziu o relevo mais importante do planeta, o formado pelo [[Himalaia]] e o [[Planalto Tibetano]], que se levantaram pelo choque do [[subcontinente indiano]], depois de se ter separado da África Oriental, com o continente eurasiático.
 
== {{Ver também}} ==