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'''Erário''' ({{langx|lang-la|''ærariumAerarium''}};) porera suao nome dado na [[Roma Antiga]] ao [[Finanças|tesouro do estado]] e, num sentido derivado, às próprias finanças públicas. O termo é vezderivado de ''"æs"'' ("[[bronze]]"), oucujo seja,sentido secundário é "reserva de moedas",<ref éname="EB1911">{{EB1911|inline=1|wstitle=Aerarium|volume=1|page=259}}</ref>. umAtualmente termoo quetermo indica genericamente as [[finanças]] do [[Estado]] e de esferas subestatais (governos subnacionais e municípiosmunicípais). Os recursos que constituem o erário são provenientes em sua maioriaprincipalmente dos [[imposto]]s recolhidos da população. É toda e qualquer contribuição do cidadão para o Estado e, portanto, dinheiro arrecadado pela União.
{{ver desambig|outras acepções|Erário (desambiguação)}}
{{Sem-fontes|data=agosto de 2015}}
 
== Erário do povo romano ==
'''Erário''' ({{langx|la|''ærarium''}}; por sua vez de ''æs'' "[[bronze]]"), ou seja, "reserva de moedas", é um termo que indica genericamente as [[finanças]] do [[Estado]] e de esferas subestatais (governos subnacionais e municípios). Os recursos que constituem o erário são provenientes em sua maioria dos [[imposto]]s recolhidos da população. É toda e qualquer contribuição do cidadão para o Estado e, portanto, dinheiro arrecadado pela União.
{{AP|Erário de Saturno}}
Erário do povo romano ({{lang-la|''Aerarium populi Romani''}}) era o tesouro que mantinha o dinheiro e as contas do Estado romano, os [[águia romana|estandartes]] das [[legiões romanas|legiões]], as inscrições em [[bronze]] das leis públicas, os decretos do [[Senado Romano]] e outros documentos e registros considerados importantes. Todos estes itens ficavam armazenados no [[Templo de Saturno]], no [[Fórum Romano]], no sopé da encosta oriental do [[monte Capitolino]]. Durante o [[República Romana|período republicano]], este tesouro era responsabilidade dos [[questor]]es, que eram, por sua vez, supervisionados pelo Senado<ref name="EB1911"/>. Este arranjo permaneceu até 28 a.C. (exceto em 43 a.C., quando nenhum questor foi escolhido), quando [[Augusto]] transferiu o erário para o comando de dois [[prefeito do erário|prefeitos do erário]] escolhidos anualmente pelo Senado entre os senadores de status [[pretor]]iano. Em 23, eles foram substituídos por dois pretores de fato (conhecidos como [[pretor do erário|pretores do erário]], selecionados por sorteio. [[Cláudio]], em 44, restaurou o papel dos questores, mas determinou que eles fossem escolhidos pelo imperador diretamente para mandatos de três anos. Em 56, [[Nero]] os substituiu por dois ex-pretores escolhidos da mesma forma<ref name="EB1911"/>.
 
== VerErário tambémsanto ==
'''Erário santo''' ({{lang-la|''Aerarium sanctius''}}) era um fundo de reserva especial, também guardado no Templo de Saturno, cuja origem provavelmente eram [[espólio]]s de guerra. Mais tarde, ele passou a ser preenchido por um imposto de 5% sobre o valor de todos os [[liberto romano|escravos libertados]]. Esta fonte de receita criada pela ''[[lex Manlia]]'' em 357 a.C.. Este fundo só podia ser utilizado em caso de extrema necessidade<ref name="EB1911"/>.
* [[Real Erário]]
* [[Tesouro nacional]]
* [[Fisco]]
* [[Orçamento]]
* [[Direito tributário]]
 
No período imperial, o Senado continuou a gerenciar, pelo menos nominalmente, o erário e o imperador contava com um oficial financeiro diferente, chamado ''[[fiscus]]''. Porém, com o passar do tempo e conforme crescia o poder dos imperadores, sua jurisdição se ampliou e o poder do Senado deixou de ter qualquer relevância nos assuntos financeiros<ref name="EB1911"/>.
{{Esboço-economia}}
 
== Erário militar ==
{{DEFAULTSORT:Erario}}
{{AP|Erário militar}}
Além de criar a posição do ''[[fiscus]]'', Augusto também criou, em 6 d.C., um erário militar ({{lang-la|''Aerarium militare''}}) para servir como um fundo de [[aposentadoria]] dos [[legionário]]s veteranos. Este fundo era preenchido principalmente pelo próprio imperador, mas também recebia recursos de novos impostos, como o [[Vicesima hereditatium|imposto sobre heranças]] ({{lang-la|''Vicesima hereditatium''}}) e um imposto sobre o valor de venda nos leilões. A administração deste erário era responsabilidade de três [[prefeito erário|prefeitos erários militares]] ({{lang-la|''praefecti aerarii militaris''}}), escolhidos inicialmente por sorteio, mas depois nomeados pelo imperador entre os senadores de status [[pretor]]iano para mandatos de três anos<ref name="EB1911"/>.
 
== Tribuno erário ==
Supõe-se que os '''tribunos erários''' ({{lang-la|''tribuni aerarii''}}) tenham sido oficiais que, durante a vigência da [[constituição serviana]], coletavam o imposto de guerra (''tributum'') das [[tribo (Roma Antiga)|tribo]]s e o imposto ''[[per capita]]'' sobre os [[erários]] ({{lang-la|''aerarii''}}), idênticos aos chamados curadores das tribos ({{lang-la|''curatores tribuum''}}). Eles também atuariam como pagadores dos [[ordem equestre|equestres]] e dos soldados voluntários de cada tribo. Pela ''[[Lex Aurelia iudiciaria]]'' (70 a.C.), a lista de ''[[judice]]s'' era composta por [[senador romano|senadores]], equestres e tribunos erários. Se estes seriam sucessores dos antigos tribunos erários ou uma nova classe ligada aos equestres (ou idêntica a eles), não se sabe<ref name="EB1911"/>.
 
Segundo [[Theodor Mommsen]], os tribunos erários eram equestres que não dispunham de um cavalo. Eles foram removidos da lista de ''judices'' por [[Júlio César]], um ato desfeito mais tarde por Augusto. Segundo [[Johan Nicolai Madvig|Madvig]], os tribunos erários originais não eram oficiais, mas [[privatus|cidadãos privados]] muito ricos, muito diferentes dos curadores das tribos, que realizavam certas funções financeiras ligadas às suas próprias tribos. Nesta hipótese, como foi o caso dos equestres, o sentido do termo foi mais tarde ampliado para incluir os que possuíam uma certa quantidade de posses suficiente para que servissem como tribunos erários<ref name="EB1911"/>.
 
== Público ==
Antes do [[Primeiro decenvirato|decenvirato]] (451 a.C.), existia em Roma uma instituição romana conhecida como '''Público''' ({{lang-la|''Publicum''}}). As fontes registram várias ocasiões nas quais os [[patrício romano|patrícios]] enfureceram os [[plebe romana|plebeus]] por terem depositado os espólios de guerra no Público ao invés do Erário, como no caso de [[Quinto Fábio Vibulano (cônsul em 485 e 482 a.C.)|Quinto Fábio Vibulano]] depois de sua vitória sobre os [[volscos]] e [[équos]] em 485 a.C.<ref>[[Lívio]], ''[[Ab Urbe Condita libri|Ab Urbe Condita]]'' II.42</ref>. Mais tarde, alguns historiadores defendem que o Público passou a ser um fundo administrado pelos patrícios<ref>[[Barthold Georg Niebuhr]], ''Roman History'', II, p.25</ref>, mas esta tese não é consensual<ref>[[Albert Schwegler]], ''Römische Geschichte'', II, 286</ref>.
 
{{Referências|col=2}}
 
== Ligações externas ==
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* {{SmithDGRBM| artigo = Aerarium| url = http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/SMIGRA*/Aerarium.html}}
{{Refend}}
[[Categoria:Economia da Roma Antiga]]
[[Categoria:Governo do Império Romano]]