Kairós: diferenças entre revisões

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Na [[filosofia greco-romana]], ''Kairós'' é a experiência do momento oportuno. Os [[pitagóricos]] consideravam Kairós como "oportunidade". ''Kairos'' é o tempo em potencial, tempo eterno e não linear, enquanto [[Chronos]] é a medida linear de um movimento ou período. Na [[retórica]], ''Kairos'' era uma noção central, pois caracterizava "o momento fugaz em que uma oportunidade/abertura se apresenta e deve ser encarada com força e destreza para que o sucesso seja alcançado".<ref>E. C. White, ''Kaironomia'' p. 13</ref>
 
Na filosofia prática da medicina atribuída àa [[Hipócrates]], as doenças, durante um certo tempo, evoluem de forma silenciosa até alcançarem o momento crucial, chamado ''krisis'' (crise), momento em que a doença se define, rumo à cura ou não. O bom médico deve identificar o ''kairós'' (momento oportuno) de agir. Esse tempo (''kairós)'' não dura muito tempo (''khronos'' ) e, portanto, o médico não tem tempo a perder. <ref>Henrique F. Cairus e Wilson A. Ribeiro Jr., ''Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença'', Fiocruz, p.221-222 </ref>
 
Para os filósofos atomistas da antiguidade (como [[Demócrito]], [[Epicuro]] e [[Lucrécio]]), que rejeitam toda [[teleologia]] na natureza, a formação do mundo é fruto da combinação e dissociação de inumeráveis átomos pelos quais cada coisa desponta imanentemente no "momento oportuno" em que alguns dos infinitos átomos, que se chocam ao acaso pela infinitude do tempo, se combinam de maneira consistente, durando por um tempo até a decomposição, até a morte. <ref>Michel Serres, ''O nascimento da física no texto de Lucrécio - Correntes e turbulências'', Editora Unesp</ref>