Discussão:O Desespero Humano: diferenças entre revisões

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Perfeita essa frase. Representa muito bem o pensamento de Kierkegaard e se aproxima intimamente também com o "argumento da aposta" de Pascal, segundo o qual, na impossibilidade de provar racionalmente a existência de Deus, temos que acreditar na sua existência, pois dessa forma só temos a ganhar e nada a perder. O artigo está simples, mas conserva bem o espírito do filósofo dinamarquês.
 
== Uma crítica - construtiva - ao artigo ==
 
Penso que o "artigo" simplifica demasiado. Kierkegaard não é como a maioria dos filósofos que se apressa a apresentar uma tese e a debater-se por ela, de forma clara e precisa, procurando estabelecer uma posição de superioridade argumentativa, etc. É bem sabido que a sua fórmula de comunicação é, sobretudo, a "comunicação indirecta". É, também, sabido que a obra de Kierkegaard está essencialmente marcada pela "ironia". Nem sequer sabemos quando é que fala a sério, ou o que significa, na obra de Kierkegaard, "falar a sério". Ora, o artigo passa por cima de todas estas dificuldades e assume, convenientemente, de modo cómodo e pretensamente seguro, que em Kierkegaard tudo se pode resumir numa conclusão muito simples, que é a de que temos Deus para não desesperarmos. Sobretudo, o artigo deveria ter prestado um pouco mais de atenção ao facto de não haver em Kierkegaard uma comunicação apologética. Sem este cuidado, parece que Kierkegaard é apenas mais um filósofo que, como qualquer outro, se limita a apresentar uma tese, a reduzir a vida humana a uma tese segundo a qual "é necessário apegar-se com todas as forças à fé" - mas este modo de fazer filosofia é exactamente o oposto do modo de Kierkegaard.
10/03/2018
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