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'''Etnografia de salvaguarda''' é um ramo da [[etnografia]] que se aplica na salvaguarda de registos daquilo que resta de uma cultura antes que desapareça.
{{Info/Biografia
| nome = Ricardo Costa
| imagem = Ricardo-costa.jpg
| imagem_legenda = Ricardo Costa aos 63 anos
| nascimento_data = {{dni|25|1|1940}}
| nascimento_local = [[Peniche]]<br/>{{POR}}
| nacionalidade = {{PORb}} {{PORn|o}}
| bgcolour = #DFEEF7
}}
 
Surge como prática de [[antropologia]], sob a influência de [[Franz Boas]] ([[1858]]—[[1942]]), que desenvolve trabalho tanto na área da [[antropologia física]] como na da [[linguística]] teórica e descritiva.
'''Ricardo Costa''' ([[Peniche]], [[25 de Janeiro]] de [[1940]]), [[cineasta]] e [[produtor cinematográfico]] [[Portugueses|português]], é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre [[cinema]], [[visão]] e [[linguagem]].
 
==ObraObjectivos==
A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do [[documentário]], associado a um estilo ficcional ([[docuficção]] e [[etnoficção]]), usando as técnicas do [[cinema directo]]. A sua primeira [[longa-metragem]] intitula-se [[Avieiros]], obra que se insere, como documentário, na linha do [[Novo Cinema]] português. Utiliza técnicas do [[cinema directo]] não apenas enquanto ferramenta na prática da [[etnografia de salvaguarda]] mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical (ver artigo de [[José de Matos-Cruz]] nas ''ligações externas''), podendo interessar tanto a [[cinéfilo]]s como a um público mais vasto.
 
Alguns dos '''objectivos''' da salvaguarda etnográfica incluem :
Filmada no limiar do [[documentário]] e da [[ficção]], ''[[Brumas]]'' é a sua ante-penúltima longa metragem (60º [[Festival de Veneza]], [[2003]] – ''New Territories''). Estreia em Nova Iorque no [[:en: Quad Cinema|Cinema QUAD]], em março de 2011. É o primeiro filme de uma [[trilogia]] sobre a errância. ''[[Derivas]]'', o segundo, é «um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade» e ao mesmo tempo retrato de uma geração ([[autobiografia]], [[docuficção]], [[comédia]]). Teve ante-estreia em Portugal em 2016. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/drifts_production.htm Página de Derivas]</ref> O último filme desta trilogia, Arribas (en: [http://cliffs.name/ ''Cliffs'']) <ref>[http://cliffs.name/ Página de Arribas]</ref>, é um retorno do protagonista aos locais de [[Brumas]], sua terra natal, e uma viagem no tempo. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref> Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref>
 
* Mostrar aspectos correctos e objectivos de um modo de vida humano diferente ou particular.
==Biografia==
Estuda na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa]] até 1967, onde defende [[tese]] sobre os romances de [[Franz Kafka]] (''Franz Kafka, Uma Escrita Invertida'' - 1969). Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema (''[[MONDAR editores]]'' - ver [http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2007/07/bergman-no-cerc.html referência]).
Com o [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]] em [[1974]], ao mesmo tempo que colabora com o redactor [[Horst Hano]] da cadeia de televisão alemã [[ARD]] e com a norte-americana [[Columbia Broadcasting System|CBS]] na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da [[cooperativa]] ''[http://www.imdb.com/company/co0036783/ Grupo Zero]'', com [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Alberto Seixas Santos]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e [[Acácio de Almeida]]. Torna-se depois produtor independente com a ''Diafilme'', onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções, em [[Paris]], na [[Cinemateca Francesa]] e no [[Museu do Homem]] <ref>[http://www.museums-of-paris.com/musee_fr.php?code=342 Museu do Homem]</ref> <ref>[http://cineuropa.org/newsdetail.aspx?documentID=9171&.html Ciclo de filmes] portugueses em Paris</ref> <ref>[https://www.publico.pt/2002/09/30/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro] – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002</ref>
 
* Fazer uma abordagem em primeira mão de uma outra [[língua]] e de outra [[cultura]], numa visão interna.
''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'', a segunda longa-metragem de Ricardo Costa é, juntamente com ''[[Gente da Praia da Vieira]]'' ([[1976]]), de [[António Campos]], e com ''[[Trás-os-Montes (filme)|Trás-os-Montes]]'', de [[António Reis (cineasta)|António Reis]] e de [[Margarida Cordeiro]], uma das primeiras [[docuficções]] do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras ''[[O Acto da Primavera]]'' ([[1962]]), de [[Manoel de Oliveira]], e ''[[Ala-Arriba! (filme)|Ala-Arriba!]]'' ([[1948]]), de [[Leitão de Barros]]. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo [[etnoficções]].
 
* Fazer uma abordagem [[holística]] do objecto, com o entendimento da [[língua]], do [[folclore]], da [[mitologia]], da [[religião]], da vida [[social]], do [[parentesco]], da [[economia]], da [[política]] da [[cultura]].
De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do [[sociólogo]] e [[antropólogo]] francês [[Marcel Mauss]] (''Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas''), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua [[etnografia de salvaguarda]]. Com apoios oficiais ou em co-produções com a [[RTP]] (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no [[cinema militante]] fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas.
 
==Fundadores==
Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da [[verdade]] que na [[verosimilhança]], Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em [[retrato]], em [[ponto de interrogação]] sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal [[realidade]] se manifesta. A ''[[mise-en-scène]]'', a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.
 
[[Robert Lowie]] ([[1883]] - [[1957]]) ([[:en: Robert Lowie]]) foi um dos primeiros a aplicar técnicas de etnologia de salvaguarda ao concluir estudos sobre a [[cultura]] dos índios Crow ([[:en: Crow Nation]]. A sua ideia era «preservar um registo daquilo que resta de uma cultura antes de ela desaparecer» (''to salvage a record of what was left of a culture before it disappeared''). Esta questão tinha particular importância na época (século XVIII e inicio do sé. XIX) visto os nativos dos Estados Unidos estarem a ser afastados das suas terras e da sua [[cultura]].
Nesta perspectiva, segue a tradição da [[antropologia visual]], iniciada no cinema português por [[Leitão de Barros]] (incluindo a [[docuficção]] e a [[etnoficção]]), tradição essa praticada por [[Manoel de Oliveira]] e por [[António Campos]] : Oliveira com ''[[Douro, Faina Fluvial]]'', [[1931]], depois com o ''[[Acto da Primavera]]'' ([[1963]]), e Campos com a ''[[Almadraba Atuneira]]'' ([[1961]]). Seguem a mesma tradição [[António Reis (cineasta)|António Reis]], [[João César Monteiro]], na ficção, e ainda [[Pedro Costa]], este num registo urbano (ver: [[Novo Cinema]]).
 
Lowie formou-se em [[Nova Iorque]] com o antropólogo [[Franz Boas]], líder do projecto «Tribos norte-americanas em extinção» (''Vanishing Tribes of North America'' – 1899 / 1906), quando trabalhava no Museu Americano de História Natural (''American Museum of Natural History''). O projecto consistia em documentar as tribos norte-americanas do [[Oceano Pacífico]], comparando-as com as da [[Ásia]].
[[Ficheiro: Manuel_Pardal_e_capataz.jpg|250px|thumb|'''Manuel Pardal''' (direita) com um amigo fazendo frente ao capataz]]
[[Ficheiro: Verde_por_fora.jpg|250px|thumb| ]]
 
Lowie era acompanhado nessa prática por outros antropólogos profissionais, artistas e fotógrafos. Antropólogos tais como [[Alfred Louis Kroeber]] ([[1876]]—[[1960]]) começaram a reunir material etnográfico, numa aproximação multi-direccionada na recolha de informação linguística básica, bem como .na recolha de narrativas de [[tradição oral]] e de objectos próprios de uma '''cultura material de grupo'''.
==Filmografia==
{{Categoria|Filmes de Ricardo Costa|filmes}}
===Longas-metragens===
*[[1975]] ''[[As Armas e o Povo]]'' (filme colectivo : imagens do [[25 de Abril de 1974]])
*[[1975]]: ''[[Avieiros]]''
*[[1976]]: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'' ([http://en.wikipedia.org/wiki/Changing_Tides Changing Tides])
*[[1978]]: ''[http://www.imdb.com/title/tt0121972/ Abril no Minho]'' (produção [http://www.imdb.com/company/co0001083/?ref_=tt_dt_co ARCA filmes] - série TV)
*[[1979]]: ''[[Castro Laboreiro (filme)|Castro Laboreiro]]''
*[[1979]]: ''[[Pitões, Aldeia do Barroso]]''
*[[1980]]: ''[[Verde por Fora, Vermelho por Dentro]]''
*[[1981]]: ''[[Longe é a Cidade]]''
*[[1981]]: ''[[Ao Fundo desta Estrada]]''
*[[1983]]: ''[[O Pão e o Vinho]]'' ([http://en.wikipedia.org/wiki/Bread_and_Wine_(film) Bread and Wine])
*[[1985]]: ''[[O Nosso Futebol]]''
*
:'''Trilogia''' [http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES] :
*[[2003]]: ''[[Brumas]]'' ([http://mists.us Mists])
*[[2016]]: ''[[Derivas]]'' ([http://ma0967.wix.com/drifts Drifts])
*[[2017]]: ''[http://cliffs.name Arribas]'' (Cliffs) '''[https://vimeo.com/229342156?utm_source=email&utm_medium=vimeo-cliptranscode-201504&utm_campaign=29220 VER trailer]'''
 
[[Frances Densmore]] [[:en: Frances Densmore]] ([[1867]]—[[1957]]), foi um importante etnomusicólogo que se dedicou à etnologia de salvaguarda, gravando os [[cântico]]s e registando a [[lírica]] dos nativos americanos com o intuito de os preservar para sempre..
===Outros géneros===
*[[1989]] / [[2006]] '''[[:fr: Paroles (film)|Paroles]]''' - Entrevistas com [[Jean Rouch]] (em francês)
*'''[http://rcfilmes.com/palavras.pdf Palavras]''' - Entrevistas com Jean Rouch (texto português)
 
Artistas completavam o trabalho dos antropólogos nessa época. Precedido pelo pintor [[George Catlin]] ([[1796]]—[[1872]]), o fotógrafo [[Edward S. Curtis]] ([[:en: Edward S. Curtis]]) ([[1868]]—[[1952]]) tentava recolher as tradições dos índios norte-americanos que achavam estar em via de extinção. Tanto Curtis como Catlin foram acusados de liberdades artísticas embelezando cenas ou fazendo parecer autênticas certas coisas do tal índio norte-americano.
===Curtas e médias-metragens===
: Série [[Mar Limiar|MAR LIMIAR]] para a [[RTP]]
 
Edward S. Curtis refere-se assim à questão na introdução da sua série «O índio norte-americano» (''North American Indian'') : «A informação reunida (…) relativa a uma das maiores raças da Humanidade tem de ser feita já, ou perde-se a oportunidade» (''The information that is to be gathered ... respecting the mode of life of one of the great races of mankind, must be collected at once or the opportunity will be lost''). A afirmação reflecte a preocupação paternalista de documentar a cultura dos nativos americanos e ilustra o sentimento da época, tanto o popular como o académico.
*'''[[1974]]'''
: [[No Fundo de Troia]] (26')
: [[Apanhadores de Algas]] (28')
: [[Agar-Agar (filme)]] (27')
--------------------------
*'''[[1975]]'''
: [[Tresmalho]] (27')
: [[O Trol]] (25')
: O Arrasto (29')
: Oceanografia Biológica (28')
: ''Ti Zaragata e a Bateira'' (27') - 1ª parte de ''[[Avieiros]]''
: Pesca da Sardinha (29')
: Conchinha do Mar (26')
: Às Vezes Custa (26') '''[https://arquivos.rtp.pt/conteudos/as-vezes-custa/ VER FILME]'''
: A Sacada (26')
-------------------
*'''[[1976]]''' : Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
: [[À Flor do Mar (curta-metragem)|À Flor do Mar]] (29')
: A Colher (29')
: O Velho e o Novo (28')
: A Falta e a Fartura (26')
: ''Quem só muda de Camisa'' (28') - 2ª parte de ''[[Avieiros]]''
: A Máquina do Dinheiro (28')
: Viver do Mar (28')
: Uma Perdiz na Gaiola (26')
: O Rei dos Peixes (27')
: ''Nas Voltas do Rio'' (30') - 3ª parte de ''[[Avieiros]]''
: O Submarino de Vidro (28')
----------------------
*'''[[1977]]'''
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mau Tempo]]'' (ver nota)
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Marés]]'' (ver nota)
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mudança]]'' (ver nota)
: Do Mal o Mar (29')
: Das Ruínas do Império (28') [https://arquivos.rtp.pt/conteudos/das-ruinas-do-imperio/#sthash.2m7frdwF.KLfLecx8.dpbs/ '''VER FILME''']
 
Estes registos iriam inspirar o [[cinema]], quer pelo que tinham de [[ficção]] quer pelo que tinham de [[documentário]]. A ficção implícita inspirou o [[western]] americano e o implícito documentário várias correntes do [[filme etnográfico]], que se desenvolveu tanto nos EU como noutros países.
 
Aplicada como simples [[filme documentário]] por [[Robert Flaherty]] desde [[1922]], a etnologia de salvaguarda começa a ser usada metodicamente enquanto [[antropologia visual]] e [[filme etnográfico]] a partir dos anos cinquenta por cineastas como [[Jean Rouch]] em [[África]], que a teoriza, e por [[Michel Brault]] e [[Pierre Perrault]] no [[Canadá]], ou por [[António Campos]] em Portugal (inícios de [[1960]]), que a praticam sem base teórica. O que de inovador ela tinha está directamente relacionado com o uso de câmaras leves de [[16 mm]], filmando com som síncrono, que surgiram nessa época. A partir dessa data e até ao início da de dos anos oitenta irá florescer em Portugal a sua prática. Com algum avanço, [[António Campos]] será seguido por cineastas como [[Manuel Costa e Silva]], [[Ricardo Costa]], [[Noémia Delgado]], [[António Reis (cineasta)|António Reis]] e [[Margarida Cordeiro]], todos seus contemporâneos. É considerável o número de filmes então realizados.
'''NOTA''' - filmes exibidos na [[RTP]] (série '''[[Mar Limiar]]'''). Desta série fazem parte duas [[longas-metragens]]: ''[[Avieiros]]'' e ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]''. A série foi produzida em três fases: 12 filmes em 1974/1975, 12 em 1976 e 5 em 1977.
 
==Etnografia de salvaguarda em Portugal==
===Outras curtas-metragens===
* '''[[1976]]'''
: '''[[Cravos de Abril]]''' (27') - a [[Revolução dos Cravos]]. <ref>[http://rcfilms.dotster.com//cravosentretien.htm Les œillets d'avril], entretien, revue Latitudes ([http://www.revues-plurielles.org/php/index.php?nav=revue&no=17&sr= Cahiers Lusophones]) nº6, septembre 1999, Paris</ref>
* '''[[1977]]
: E do Mar Nasceu (40') <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-festival-de-verao-que-faz-a-historia-do-cinema-desconhecido-1737121 O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido]''' – artigo de [http://www.publico.pt/autor/jorge-mourinha Jorge Mourinha], jornal Público, 9 julho 2016</ref> <ref>'''[http://www.pressreader.com/portugal/jornal-de-not%C3%ADcias/20160709/282647506849251 E do mar nasceu : a revolução]''' – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-curtas-no-limbo-entre-o-ceu-e-o-inferno-o-amor-e-o-desejo-1738015?frm=ult O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo]''' – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-viemos-nascidos-do-mar-1738251 E viemos nascidos do mar]''' – artigo de [http://cargocollective.com/alexandrajoaomartins Alexandra João Martins], jornal Público, 14 julho 2016</ref> <ref>'''[http://observador.pt/2016/07/16/curtas-vila-do-conde-documentario-sobre-as-caxinas-estreia-39-anos-depois/ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois]''' – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016</ref> <ref>'''[http://www.porto24.pt/cultura/curtas-vila-do-conde-despede-domingo/ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo]''' – notícia, [http://www.porto24.pt/cultura/ Porto 24], 17 julho 2016</ref> - ver [http://rcfilms.dotster.com/edomarnasceu.html '''Pág. original'''] (inglês, francês e português)
 
A etnografia de salvaguarda em Portugal é iniciada por [[Leite de Vasconcelos]], ([[1858]] — [[1941]]), que a pratica em estudos da linguagem, com relação implícita com a [[etnologia]] vista em sentido lato, numa perspectiva de algum modo clássica da [[antropologia]]. Prosseguindo nessa linha, [[Manuel Viegas Guerreiro]]<ref>[http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/manuel-viegas-guerreiro.html#.VkvQH3bhCJA artigo]</ref>, faz pesquisa sistemática no terreno, em particular no domínio da [[tradição oral]], com um olhar [[humanista]], iluminado por convicções teóricas.
*'''[[1978]]'''
: Música do Quotidiano (25')
*'''[[1979]]'''
: A Feira (8')
: A Lampreia (10’)
: O Pisão (9’)
: A Coca (10’)
: O Outro Jogo (10’)
: Dezedores (8’)
 
[[Ernesto Veiga de Oliveira]] ([[1910]]—[[1990]]) - ver [http://www.attambur.com/OutrosSons/Portugal/giacometti.htm artigo]), que desenvolve uma profunda relação de trabalho e de amizade com Jorge Dias, fará com ele um vasta recolha no terreno para estudo e conservação. Com [[Margot Dias]] e [[Benjamim Pereira]], Veiga de Oliveira forma a equipe pioneira que fundará o [[Centro de Estudos de Etnologia]] ([[1947]]), que renovará em Portugal os estudos etnográficos e, a partir de [[1963]], terá papel importante no [[Centro de Antropologia Cultural]] e sobretudo do [[Museu de Etnologia]], «criado segundo uma concepção inovadora da museologia, que restará como a expressão mais acabada da sua obra».
*'''[[1980]]'''
: Barcos de Peniche (13’)
: O Queijo da Serra (8’)
: Histórias de Baçal (10’)
: Esta Aldeia, [[Rio de Onor]] (10’)
: O Jogo da Malha em [[Benespera]] (10’)
: Vimes de [[Gonçalo (Guarda)|Gonçalo]] (11’)
 
Vindo também das letras clássicas, [[Jorge Dias]] ([[1907]]—[[1973]] - ver [http://folclore-online.com/pessoas/aj_dias.html artigo]), docente na Faculdade de Letras de Coimbra, especializa-se na Alemanha e faz doutoramento, em [[1944]], na Universidade de [[Munique]], com uma tese sobre [[Vilarinho das Furnas, Uma Aldeia Comunitária]] (ver [[Vilarinho das Furnas]]), factos que marcam «o renascimento do interesse científico pelas tradições nacionais e pela discussão do conceito de cultura na sua universidade». Faz, em [[1957]], sob a ditadura de [[António de Oliveira Salazar]], levantamentos etnológicos nas colónias e torna-se responsável pelo [[Centro de Estudos de Antropologia Cultural]], que inclui o [[Museu de Etnologia do Ultramar]], que nos deixará imagens marcantes de África, vista na óptica do [[regime]], e certos retratos, por vezes grotescos, do colonizado. Na área da etno-musicologia, associando-a à tradição oral, [[Michel Giacometti]], francês que se apaixona por Portugal, fará um trabalho de decisiva importância durante mais de trinta anos, desde 1959 até à sua morte. <ref>[http://mnetnologia.blogspot.com/2008/07/histria-do-museu-nacional-de-etnologia.html História do Museu Nacional de Etnologia]</ref>
*'''[[1981]]'''
: O Parque Nacional de Montesinho (37’)
*'''[[1982]]''' : Lisboa e o Mar (''Lisbon and the International Court for the Law of the Sea'' - para a [[UNESCO]]) - (38')
*2015 : GIG - filme-ensaio em [[plano-sequência]] de dez minutos numa homenagem aos [[Pink Floyd]] ([[The Dark Side of the Moon]])
 
===Filme etnográfico===
==TEXTOS==
{{AP|[[Filme etnográfico]]}}
Todos os textos da autoria de Ricardo Costa encontram-se publicados online. Podem ser lidos [http://rcfilms.dotster.com/escritos.htm AQUI]
Certa juventude universitária dos anos sessenta e alguns curiosos cultos interessam-se em Portugal por questões de [[antropologia]]. [[Jean Rouch]] é visto nas telas dos cineclubes da época, junto com [[Robert Flaherty]] e com alguns filmes da [[vanguarda russa]], que os marcarão tanto pelo conteúdo como pela [[estética]].
 
O espírito da tese de Jorge Dias sobre [[Vilarinho das Furnas]] apropria-se de algum modo do cineasta [[António Campos]], que resolve filmar a aldeia antes de ser submersa. Com esta e outras obras, inicia-se em Portugal a prática da [[antropologia visual]] na perspectiva da salvaguarda. É feita com novas ferramentas : as do [[cinema directo]], num registo de [[cinema verdade]], coisa a que a sensibilidade não é alheia. Como meio de salvaguarda e modo adequado de dar a ver as coisas nisso implicadas, de mostrar, com imagem e som, certas verdades inadiáveis, o [[filme etnográfico]] terá em Portugal produção notável e continuada.
===Artigos===
Os artigos sobre [[cinema]], [[visão]] e linguagem são os seguintes :
*[[1982]] [http://rcfilms.dotster.com/olhar.pdf '''O olhar antes do cinema''']
*[[2000]] [http://rcfilms.dotster.com/espelho.pdf '''A outra face do espelho''' - [[Jean Rouch]] e o "outro"] | [http://rcfilms.dotster.com/the-other-side-of-the-mirror.pdf The Other Side of the Mirror - Jean Rouch and the Other]
*[[2017]] [http://rcfilms.dotster.com/jean-rouch-do-avesso.pdf '''Jean Rouch do avesso'''] | [http://rcfilms.dotster.com/jeanrouch-in-reverse.pdf Jean Rouch in Reverse]
 
===EnsaiosEtnomusicologia===
{{AP|[[Etnomusicologia]]}}
Os ensaios não foram ainda traduzidos. Encontram-se reunidos sob a designação
É também na década de sessenta que etnomusicólogos pioneiros fundam a tradição em Portugal. A [[Antologia da Música Regional Portuguesa]] ([[1960]] / [[1970]]) ([http://mmp.cm-cascais.pt/museumusica/mg/arquivos/listagem.htm Antologia da Música Regional Portuguesa]), da autoria de [[Michel Giacometti]] e de [[Fernando Lopes-Graça]] será paradigma no género, mas teve precursores como [[Armando Leça]], que fez o primeiro levantamento de música tradicional portuguesa, [[Virgílio Pereira]] (Cancioneiros de Arouca, Cinfães e Resende), [[Fernando Lopes-Graça]] ([[Beira Baixa]] e [[Alentejo]]), [[Artur Santos]] ([[Beira Baixa]], [[Beira Alta]] e [[Açores]]), [[Ernesto Veiga de Oliveira]], «autor do mais importante estudo organológico do nosso país, com gravações resultantes da pesquisa de campo» e [[Armando Leça]], o menos conhecido.
'''A Linha do Olhar''' ([[cinema]] e transfiguração, [[percepção]] e [[imagem]]) :
*[[1997]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/olhos.pdf Os olhos e o cinema]'''
*[[2000]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/ecran.pdf Olhos no ecrã]'''
*[[2002]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/ideia.pdf Os olhos da ideia]'''
 
===Textos pedagógicosArtesanato===
Reunem informação sobre as técnicas, a nomenclatura e a estética do cinema. Poderão ser úteis a profissionais, estudantes, académicos ou investigadores :
*[[2010]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/Termos.pdf Linguagem do cinema]'''
 
Uma das personalidades mais empenhadas na prática da etnologia de salvaguarda em Portugal, também na década de sessenta, é outro pioneiro, [[José Ernesto de Sousa]], pioneiro também do [[Novo Cinema]] português. É ele quem primeiro estuda e recolhe exemplares das artes artesanais do barro e da madeira, em particular a representação humana. Descobre e dá a conhecer artistas como a [[Rosa Ramalho]], o Mistério, o [[Franklin Vilas Boas]]. Torna-se com ele evidente que [[artesanato]] pode ser [[arte]], que a [[arte popular]] existe.
----
 
Após a [[Revolução dos Cravos]] renovam-se na etnologia portuguesa os critérios e as personalidades, também ela se liberta do antigo regime. Criam-se meios que permitirão salvaguardar património, inventariar, ensinar, educar. O [[Museu Nacional de Etnologia]] cresce e terá um período áureo, com o esforço de [[Joaquim Pais de Brito]] ([https://escritores.online/escritor/joaquim-pais-brito/ Joaquim Pais de Brito]) que, no meio universitário, junto com outros, faz recolha, estudo e preservação.
{{referências}}
 
=={{Ver também}}=Fundadores===
* [[Cinema de Portugal]]
* [[Cinema de arte]]
* [[Docuficção]]
* [[Filme etnográfico]]
* [[Etnografia de salvaguarda]]
* [[Etnoficção]]
* [[Novo Cinema]]
* Novo cinema e o [http://rcfilms.dotster.com/paulo-cunha_museu-da-imagem-e-do-som.pdf Museu da Imagem e do Som] - texto de Paulo Cunha
 
* [[Leite de Vasconcelos]]
=={{Ligações externas}}==
* [[Viegas Guerreiro]] <ref>[http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/1998-65/65_02.pdf Manuel Viegas Guerreiro, invocação de um mestre e amigo]</ref>
* [http://www.imdb.com/name/nm0182283/ Ricardo Costa] na IMDb
* [[Ernesto Veiga de Oliveira]] (ver [http://alfarrabio.di.uminho.pt/arqevo/textospa/html/evo/evobiobi.htm artigo])
* [http://epo.wikitrans.net/Ricardo_Costa_(produktoro)?eng=Ricardo%20Costa%20(filmmaker) Ricardo Costa] – pág. em esperanto
* [[Jorge Dias]] (ver [http://folclore-online.com/pessoas/aj_dias.html artigo]) (1907-1973)
*[http://rcfilms.dotster.com/longas.docx Longas-metragens]
 
*[http://rcfilms.dotster.com/curtas.docx Curtas e médias-metragens]
==Bibliografia==
*[http://ricardocosta.net Ricardo Costa] – pág. web
 
-------------------
'''inglês'''
*[http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] - artigo de [[José de Matos-Cruz]]
 
* [https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Ciclo] na Cinemateca Francesa (9 a 20 de Outubro de 2002) - notícia do jornal Público. Ver '''catálogo''': [http://rcfilmes.com/cathalogue-page1.jpg pág. 1], [http://rcfilmes.com/cathalogue-page2.jpg pág. 2], [http://rcfilmes.com/cathalogue-page3.jpg pág. 3].
* Conn, Steven. "History's Shadow: Native Americans and Historical Consciousness in the Nineteenth Century." Chicago, University of Chicago Press. 2004. ISBN 0-226-11494-5.
* [http://cineuropa.org/newsdetail.aspx?documentID=9171&lang=fr ''Un cycle tout portugais''] - (Cineuropa)
 
* [http://www.revues-plurielles.org/_uploads/pdf/17_16_31.pdf “Trás-os-Montes”, A Identidade de um Povo ao Abandono] – artigo de David Bonneville em [http://www.revues-plurielles.org/php/index.php Revues-Plurielles] (LATITUDES n° 16 - dezembro 2002)
* Smith, Sherry. "Reimagining Indians: Native Americans Through Anglo Eyes, 1880-1940." Oxford, Oxford University Press. 2000. ISBN 0-19-515727-3.
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* [http://interact.com.pt/21/vestuario-cinematografico/ O Vestuário Cinematográfico como Testemunha da Verdade da Ficção: Percursos Possíveis] – referência de Caterina Cucinotta em Interact, 2 Junho 2014
* Carter, Edward, ed. "Surveying the Record: North American Scientific Exploration to 1930." Philadelphia, American Philosophical Society. 1999. ISBN 0-87-169231-7
* [http://penicheonline.blogspot.pt/2014/07/entrevista-joao-trindade-conversando_20.html Entrevista] de João Trindade com Ricardo Costa, 14 Julho 2014
 
* [http://rcfilms.dotster.com/entrevista_caterina.htm Entrevista] de Caterina Cucinotta com Ricardo Costa, 25 Março 2015
==Ligações internas==
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* [[Museu Nacional de Etnologia]]
* Documentos relativos à '''revisão do [https://www.spautores.pt/assets_live/165/codigododireitodeautorcdadclei162008.pdf código do direito do autor e direitos conexos]''' ([[Ministério da Cultura (Portugal)|Ministério da Cultura]] e [[Sociedade Portuguesa de Autores]]), 2016: [http://rcfilms.dotster.com/indexspartp.pdf entrada] [http://rcfilms.dotster.com/textospartp.docx importar documentos]
 
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{{referências}}
 
==Ligações externas==
{{Biografias}}
* <ref>[http://www.adiaspora.com/_port/etnogra/index.htm Etnografia] – em Diáspora
<ref>[http://mnetnologia.blogspot.com/2008/07/histria-do-museu-nacional-de-etnologia.html Museu Nacional de Etnologia]</ref>
* [http://www.ceep.fcsh.unl.pt/ Centro de Estudos de Etnologia Portuguesa]
* [http://www.cm-cascais.pt/Cascais/Cascais/Patrimonio/Museus/Museu_Cultura.htm Museu da Música Portuguesa] ([[Cascais]])
* [http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MichGiac.html Michel Giacometti] – Biografia
* [http://www.psiue.net/cadeiras/etnossociologiapt/giacometti_dilemas_de_colector.doc Michel Giacometti (1929-1990) – Dilemas de um colector] – artigo de Luísa Tiago de Oliveira
 
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