Ayaan Hirsi Ali: diferenças entre revisões

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Entre 1995 e 2001, trabalhou como intérprete e tradutora - fala 6 idiomas: inglês, somali, árabe, [[Língua suaíli|suaíli]], [[Língua amárica|amárico]] e holandês - principalmente para o Serviço de Imigração holandês, e também como assistente social nos abrigos de mulheres vítimas de violência doméstica. Nestes abrigos constatou o número proporcionalmente exagerado de residentes imigrantes. <ref>{{citar web|url=https://lsinsight.org/ayaan-hirsi-ali|titulo=Ayaan Hirsi Ali|data=|acessodata=19 de maio de 2018|publicado=LavishStarsInsight|ultimo=|primeiro=}}</ref> O Instituto Trimbos, em 2000, concluiu ser uma percentagem de 56 %, sendo que os imigrantes representam apenas 12 % da população total da Holanda. <ref>{{citar livro|título=De Zoontjesfabriek over vrouwen, Islam en integratie -PvdA onderschat het lijden van moslimvrouwen (Capítuloː PvdA subestima o sofrimento de mulheres muçulmanas)|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2002|local=|páginas=94|acessodata=}}</ref>
 
No seu livro de 2002 ''"De Zoontjesfabriek"'' (Fábrica de Filhos), que junta todos os artigos que Hirsi Ali publicara até à data, e também uma entrevista realizada pela jornalista Colet Van der Ven, ela criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos. <ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=94MvAgAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=HIRSI+ALI+ZOONTJESFABRIEK&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiL6aLty4jbAhXFVhQKHW2lDfcQ6AEIKTAA#v=onepage&q=HIRSI%20ALI%20ZOONTJESFABRIEK&f=false|título=De zoontjesfabriek: over vrouwen, Islam em integratie|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2002|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> O livro também critica tradições como a [[mutilação genital feminina]], que é muito comum na Somália. Mais tarde (em 2004) no Parlamento holandês, Hirsi Ali propôs um exame anual às meninas de " grupos de risco" , até aos 18 anos de idade, para combater a MGF. <ref>{{citar web|url=https://www.volkskrant.nl/nieuws-achtergrond/vvd-extra-inspectie-tegen-besnijdenis~b2bd0b6f/|titulo=VVD: extra inspectie tegen besnijdenis -
Er moet een landelijk controlesysteem komen ter bestrijding van vrouwenbesnijdenis. Dat vindt de VVD. (VVD: inspeção extraordinária contra a circuncisão -Deve haver um sistema nacional de controle para combater a circuncisão feminina. É isso que o VVD pensa.)|data=22 de janeiro de 2004|acessodata=|publicado=De Volkskrant|ultimo=du Pré|primeiro=Raoul}}</ref>
 
Ayaan Hirsi Ali divide os seguidores da fé muçulmana em três grupos distintos: os muçulmanos de Meca, a grande maioria, que representam o lado mais tolerante da religião, tal como articulado durante o início da pregação de Maomé; os muçulmanos de Medina , que são inspirados pelos aspectos mais duros do Corão, que Maomé expressou durante a consolidação do seu poder posterior em Medina; e os muçulmanos da mudança - os dissidentes e reformistas que desafiam ativamente o dogma religioso.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/books/2015/apr/27/heretic-islam-reformation-ayaan-hirsi-ali-highlights-scale-of-the-task|titulo=Heretic: Why Islam Needs a Reformation Now (Infiel: PorquÊ o Islão precisa de uma Reforma Agora - em inglês)|data=27 Abril 2015|publicado=The Guardian|ultimo=Anthony|primeiro=Andrew}}</ref>
 
Hirsi Ali ficou chocada com os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, pelos quais a al-Qaeda assumiu a responsabilidade. Depois de ouvir vídeos de Osama bin Laden citando "palavras de justificação" no Alcorão para os ataques, ela escreveu: "Eu peguei no Alcorão e nos hadith e comecei a pesquisar, para verificar. Eu detestei fazer isso, porque eu sabia que encontraria lá as citações de Bin Laden , e não queria pôr em questão a palavra de Deus. "<ref>{{citar livro|título=Infidel|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2006|local=|páginas=271|acessodata=}}</ref> Durante esse período de transição, ela passou a considerar o Alcorão como relativo - não absoluto - um registro histórico, escrito por homens 150 anos após a morte de Maomé e ''" por outras palavras, apenas mais um livro "'' .<ref name=":1" />
 
Em 2002, ela leu [[O Manifesto Ateu]] do filósofo [[Herman Philipse]], dado a ela anos antes por um seu namorado holandês. Isso a influenciou profundamente, dando-lhe força não apenas para denunciar o Islã, mas para reconhecer sua descrença em Deus.<ref name=":2">{{citar web|url=https://thehumanist.com/magazine/january-february-2008/features/absolute-infidel-the-evolution-of-ayaan-hirsi-ali|titulo=Absolute Infidel: The Evolution of Ayaan Hirsi Ali|data=22 de Dezembro de 2007|publicado=The Humanist|ultimo=Schafer|primeiro=David|ultimo2=Koth|primeiro2=Michelle}}</ref>
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Em Maio de 2006, o programa de televisão neerlandês "Zembla" noticiou que Hirsi Ali tinha prestado falsa informações sobre o seu verdadeiro nome, a sua idade e o seu país de origem quando solicitou asilo político nos Países Baixos. Zembla realizou pesquisas na Holanda, no Quênia, na Somália e no Canadá. Seu irmão Mahad e uma mulher velada que afirmava ser sua tia vieram falar do seu casamento. O programa conversou com o homem com quem ela se teria casado, o qual disse Ayaan ter casado com ele de livre vontade, e visitou as escolas onde Ayaan cresceu.<ref>{{citar web|url=https://zembla.bnnvara.nl/nieuws/de-heilige-ayaan|titulo=De heilige Ayaan|data=11 de Maio de 2006|acessodata=|publicado=Zembla|ultimo=|primeiro=}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://zembla.bnnvara.nl/nieuws/the-holy-ayaan|titulo=The holy Ayaan|data=11 de Maio de 2006|acessodata=|publicado=Zembla|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
No entanto, o nome real, idade e país de onde viera já eram do domínio público. O seu livro ''De Zoontjesfabriek'', publicado em [[2002]], mostrava o seu nome verdadeiro e a sua data de nascimento, <ref name=":3" /> tendo também no mesmo ano Hirsi Ali declarado em entrevista à revista política HP/De Tijd o seu nome verdadeiro e idade. Hirsi Ali também afirma que revelou estes pormenores a figuras do partido VVD (entre elas [[Rita Verdonk]]) quando decidiu candidatar-se como deputada em 2002.<ref name=":4">{{citar livro|título=Infidel (Capítuloː Epilogue)|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2006|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> Também em 2005, numa entrevista ao jornal britânico The Guardian, ela mencionava esses pontos.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/film/2005/may/17/religion.immigration|titulo=Danger Woman|data=17 de Maio de 2005|acessodata=|publicado=Guardian|ultimo=Linklater|primeiro=Alexander}}</ref>
 
No dia [[16 de Maio]] , após a Ministra da Integração e Imigração, Rita Verdonk, a ter informado de que iria perder a cidadania holandesa por falsas declarações, Hirsi Ali demitiu-se do parlamento. A anunciada perda de cidadania causou alvoroço no parlamento, provocando críticas até mesmo de aliados políticos. Os ''media'' estrangeiros criticaram a Holanda por não apoiar uma mulher que enfrentava ameaças de morte diárias.<ref name=":5">{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/dutch-u-turn-over-passport-for-somali-born-mp-6096947.html|titulo=Dutch U-turn over passport for Somali-born MP|data=27 de Junho de 2006|acessodata=|publicado=The Independent|ultimo=Castle|primeiro=Stephen}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2006/may/21/comment.theobserver1|titulo=Yes, Hirsi Ali lied. Wouldn't you?|data=21 de Maio de 2006|acessodata=|publicado=The Guardian|ultimo=Thomas|primeiro=Isabella}}</ref>
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=== Nos E.U.A. ===
Convidada pelo American Enterprise Institute em Washington, <ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20090709064611/http://www.aei.org/scholar/117|titulo=SCHOLARS & FELLOWS -Ayaan Hirsi Ali Resident Fellow (Arquivado em WayBack Machine)|data=|acessodata=27 de Maio de 2018|publicado=AEI|ultimo=|primeiro=}}</ref> ela mudou-se para os Estados Unidos em 2006. O Governo holandês continuou, durante algum tempo, a garantir-lhe segurança pessoal. , <ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20080208073023/http://www.iht.com/articles/2007/10/16/africa/dutch.php|titulo=Ayaan Hirsi Ali declines Denmark offer|data=16 de Outubro de 2007|acessodata=|publicado=International Herald Tribune (Arqivado em WayBack Machine)|ultimo=|primeiro=}}</ref> que, actualmente, é financiada por doações de privados. <ref>{{citar web|url=https://www.standard.co.uk/lifestyle/london-life/ayaan-hirsi-ali-fgm-was-done-to-me-at-the-age-of-five-ten-years-later-even-20-i-would-not-have-8534299.html|titulo=Ayaan Hirsi Ali: ‘FGM was done to me at the age of five. Ten years later, even 20... I would not have testified against my parents’|data=14 de Março de 2013|acessodata=|publicado=Evening Standard|ultimo=Roberts|primeiro=Alison}}</ref>
 
O seu activismo continuou a provocar controvérsias, com as habituais ameaças de morte. Em 17 de abril de 2007, a comunidade muçulmana de Johnstown, Pensilvânia , protestou contra a palestra planeada de Hirsi Ali no campus local da Universidade de Pittsburgh. O Imam Fuad El Bayly afirmou que Hirsi Ali merecia a morte, mas devia ser julgada e condenada num país islâmico. <ref>{{citar web|url=https://www.newsmax.com/Newsfront/Ayaan-Hirsi-Ali-prisons-Islamists-radicals/2015/04/01/id/635791/|titulo=Ayaan Hirsi Ali: US Tax Dollars Fund Islamist Prison Radicalization|data=27 de Maio de 2018|acessodata=|publicado=NewsMax|ultimo=Himelfarb|primeiro=Joel}}</ref><ref>{{citar web|url=https://clarionproject.org/imam-who-called-death-ayaan-hirsi-ali-prison-chaplain-17/|titulo=Imam Who Called for Death of Ayaan Hirsi Ali Is Prison Chaplain|data=5 de Março de 2015|acessodata=|publicado=Clarion Project|ultimo=Harris|primeiro=David}}</ref>
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==== Fundação AHA ====
Em 2007, a ''[[AHA Foundation]]'' , uma organizakçãoorganização sem fins lucrativos, baseada em Nova Iorque, é fundada por Hirsi Ali. Originalmente criada para apoiar dissidentes muçulmanos, perseguidos ou prejudicados por esse facto, o âmbito da organização foi ampliado em Setembro de 2008 para se concentrar nos direitos das mulheres. A Fundação combate crimes contra mulheres e meninas, tais como [[Casamento forçado|casamentos forçados]], [[mutilação genital feminina]] e [[Crime de honra|crimes de "honra"]] <ref>{{citar web|url=https://www.theatlantic.com/politics/archive/2015/04/honor-killings-in-america/391760/|titulo=Honor Killings in America -Violence against women is not just a problem in countries like Afghanistan and Somalia. It's happening in the U.S. too.|data=30 de Abril de 2015|acessodata=|publicado=The Atlantic|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi}}</ref> . As suas atividades-chave incluem educação, divulgação e advogacia legislativa. <ref>{{citar web|url=https://www.theahafoundation.org/about-us/|titulo=We believe in liberty for all|data=|acessodata=27 de Maio de 2018|publicado=AHA Foundation|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
A Fundação opõe-se à adoção de sistemas legais duais para julgar disputas familiares em famílias religiosas e apoia a separação de todas as religiões e do Estado.<ref>{{citar web|url=http://ac360.blogs.cnn.com/2010/04/20/the-aha-foundation/|titulo=The AHA Foundation|data=20 de Abril de 2010|acessodata=|publicado=CNN|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
==== Controvérsias ====
No início de 2014, a Brandeis University, em Massachusetts, anunciou que Ali receberia um diploma honorário ....
 
== Livros ==