Protestantismo histórico: diferenças entre revisões

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Assim como ocorre nos Estados Unidos, os protestantes históricos têm renda média e formação escolar superior à média nacional. Cerca de 12% do protestantes históricos com mais de 15 anos tem nível superior completo, acima da média nacional de 9,3%, e da média dos [[Catolicismo Romano|católicos romanos]], [[Pentecostalismo|pentecostais]], [[Cristianismo não denominacional|evangélicos sem denominação]] e [[Irreligião|pessoas sem religião]].<ref name=CEN></ref> Também é o terceiro grupo com o maior percentual de pessoas [[alfabetização|alfabetizadas]], atrás apenas dos espíritas e umbandistas/candomblecistas. Além disso, 3,12% dos protestantes históricos tem renda superior a 10 salários mínimos, número superior à média nacional de 3% e à média de católicos romanos, pentecostais e evangélicos sem denominação.
 
===Estados Unidos===
[[File:WashingtonNationalCathedralHighsmith15393v.jpg|thumb|A [[Catedral Nacional de Washington]], sede da [[Igreja Episcopal (Estados Unidos)|Igreja Episcopal]].]]
 
Nos Estados Unidos, os protestantes históricos correspondem a cerca de 15% da população geral segundo uma pesquisa de 2015 do [[Pew Research Center]].<ref name=Pew>[http://www.pewforum.org/2015/05/12/americas-changing-religious-landscape/ "America's Changing Religious Landscape"]. Pew Research Center: Religion & Public Life. 12 de maio de 2015.</ref> Isso corresponderia a cerca de 36 milhões de pessoas.<ref>[http://www.pewresearch.org/fact-tank/2015/05/18/mainline-protestants-make-up-shrinking-number-of-u-s-adults/]</ref> Um outro estudo, porém, conduzido pela ARDA, indica um número bem menor de fiéis: 22.568.258 ou 7,3 da população.<ref>[http://www.thearda.com/rcms2010/r/u/rcms2010_99_us_name_2010.asp "The Association of Religion Data Archives (ARDA), Year 2010 Report"]. ARDA. 2010.</ref> Essa diferença nos números ocorre devido à metodologia aplicada por cada pesquisa: diferentes igrejas de uma mesma denominação podem ser consideradas tanto tradicionais (''mainline'') quanto neo-protestantes (''evangelical''). Por exemplo, enquanto a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregadas é considerada neo-protestante pelo Pew,<ref>(2015). [http://www.pewforum.org/files/2015/05/RLS-08-26-full-report.pdf America's Changing Religious Landscape: Christians Decline Sharply as Share of Population; Unaffiliated and Other Faiths Continue to Grow (PDF)]. Washington, DC: Pew Research Center.</ref> a ARDA a considera como uma igreja protestante tradicional. Existe também uma controvérsia relacionada a qual grupo pertencem as igrejas historicamente negras.
 
Outro empecilho que impede-se de chegar ao número exato de protestantes tradicionais é que, ao contrário do que ocorre no Brasil, o [[Censo dos Estados Unidos|recenseamento demográfico]] não pergunta sobre religião naquele país. Apesar disto, é bastante perceptível que desde meados do século passado tem ocorrido um decréscimo no número de protestantes tradicionais nos Estados Unidos, com estudos corroborando que muitos fiéis dessas congregações estão migrando para denominações pentecostais.<ref>"The U.S. Church Finance Market: 2005-2010" Non-denominational membership doubled between 1990 and 2001. (April 1, 2006, report)</ref> Estima-se que o número de protestantes tradicionais caiu mais de um quarto desde 1958, quando correspondia a mais de 50 milhões de fiéis.<ref>[https://web.archive.org/web/20111106134955/http://www.barna.org/barna-update/article/17-leadership/323-report-examines-the-state-of-mainline-protestant-churches Report Examines the State of Mainline Protestant Churches]. Arquivado do [https://www.barna.com/barna-update/article/17-leadership/323-report-examines-the-state-of-mainline-protestant-churches Report Examines the State of Mainline Protestant Churches original] em 6 de novembro de 2011. The Barna Group. 7 de dezembro de 2009.</ref> Este número caiu para 31 milhões em 1965 e depois para 25 milhões em 1988,<ref>Linder, Ellen W., ed. (2009). Yearbook of American & Canadian Churches 2009. Nashville, Tennessee: Abingdon Press. ISBN 978-0-687-65880-0. ISSN 0195-9034.</ref><ref>Noll, Mark A. (1992). A History of Christianity in the United States and Canada. Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans Publishing Company. ISBN 978-0-8028-0651-2.</ref> antes de chegar às estimativas atuais, que variam de 20 a 36 milhões de fiéis.
 
Os protestantes clássicos têm o maior percentual de pessoas com ensino superior entre os grupos religiosos dos Estados Unidos. Enquanto 50% da população possui um diploma de faculdade, esse número chega a 76% entre os episcopais, a 64% entre os presbiterianos, a 56% entre os metodistas e a 53% entre os luteranos.<ref>Leonhardt, David. [https://economix.blogs.nytimes.com/2011/05/13/faith-education-and-income/ "Faith, Education and Income"]. Economix. ''[[The New York Times]]''. 13 de maio de 2011.</ref> Episcopais, presbiterianos, metodistas e luteranos também tendem a ser mais ricos do que a média da população estadunidense. A maioria deles também é branca, embora o número de não-brancos entre os protestantes clássicos tenha subido de 9% para 14% entre 2007 e 2014 segundo o Pew.<ref name=Pew></ref> Assim como ocorre no Brasil, isso deve-se ao fato de que essas religiões foram trazidas ao país por imigrantes europeus, sobretudo das [[Ilhas Britânicas]], da [[Alemanha]] e da [[Escandinávia]], e praticadas por seus descentes.
 
Os protestantes históricos eram desproporcionalmente representados nos quadros mais altos dos negócios, do sistema judiciário e da política estadunidense até pelo menos o começo da década de 1960.<ref>Hacker, Andrew (1957). "Liberal Democracy and Social Control". American Political Science Review. 51 (4): 1009–1026. doi:10.2307/1952449. JSTOR 1952449.</ref> Eles sempre tiveram pelo menos uma cadeira na [[Suprema Corte dos Estados Unidos]] até agosto de 2010, quando o juiz [[John Paul Stevens]] se aposentou. Até 8 de abril de 2017, quando o episcopaliano [[Neil Gorsuch]] assumiu uma cadeira, não havia nenhum juiz protestante naquela corte. O surgimento da elite no país esteve intimamente ligada ao protestantismo clássico. Universidades como [[Harvard]],<ref>[https://web.archive.org/web/20100722203532/http://www.news.harvard.edu/guide/intro/index.html "The Harvard Guide: The Early History of Harvard University"]. News.harvard.edu. Arquivado do [https://news.harvard.edu/guide/intro/index.html original] em 22 de julho de 2010. Retrieved 2010-08-29.</ref> [[Universidade de Princeton|Princeton]]<ref>Princeton University Office of Communications. [https://www.princeton.edu/meet-princeton/facts-figures "Princeton in the American Revolution"].</ref> e [[Universidade Duke|Duke]]<ref>[http://library.duke.edu/uarchives/history/duke-umchh-basic.html "Duke University's Relation to the Methodist Church: the basics"]. Duke University. 2002</ref> foram fundadas por protestantes e famílias afluentes como os Vanderbilts, os [[Família Astor|Astors]], os [[Família Rockefeller|Rockefellers]], os [[Família Du Pont|Du Pont]], os [[Família Roosevelt|Roosevelts]], os Forbes, os Whitneys e os Morgans são protestantes históricos.<ref>B.DRUMMOND AYRES Jr. [https://www.nytimes.com/1981/04/28/us/the-episcopalians-an-american-elite-with-roots-going-back-to-jamestown.html "THE EPISCOPALIANS: AN AMERICAN ELITE WITH ROOTS GOING BACK TO JAMESTOWN"]. ''New York Times''. 19 de dezembro de 2011. Retrieved 2012-08-17.</ref>
 
==Doutrina protestante==