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Um {{PBPE|trem|comboio}} é um transporte ferroviário que consiste num ou vários veículos ([[vagão|vagões]] ou [[carruagem (caminho de ferro)|carruagens]]), ligados entre si e capazes de se movimentarem sobre [[ferrovia|trilhos ou carris]], para transportarem pessoas ou cargas de um lado para outro, segundo uma rota previamente planeada.<ref name=moptc>{{ link|pt| 2=http://www.gperi.moptc.pt/tempfiles/20080116151342moptc.pdf |3= Moptc}} - Jul. 2012 </ref>
 
O [[trilho]] ou linha, normalmente constitui-se pelos convencionais carris duplos, por [[monocarril]], ou ainda por levitação magnética ([[maglev]]). A composição pode ser puxada por uma [[locomotiva]] ou por uma unidade (automotora) autoalimentada que podem ser unidades simples ou múltiplas.
 
== Etimologia ==
 
Hoje em dia, normalmente, as composições ferroviárias são referidas no [[Brasil]] como "trens". Já em [[Portugal]] e nos restantes países de [[Língua Portuguesa]] são, normalmente, referidas como "comboios". Os dois termos são equivalentes, originalmente referindo-se ambos a um conjunto de [[veículo]]s que se deslocavam juntos. Dada a equivalência, apesar de não ser frequente na linguagem mais popular, na linguagem ferroviária mais especializada também é usado ocasionalmente o termo "comboio" no Brasil.
 
De assinalar que o termo ''comboio'' refere-se não somente ao meio de transporte mas também à ''unidade de material rolante'', e assim tanto o é uma [[automotora]] como um comboio de passageiros ou de mercadorias <ref name=moptc />
 
== Revolução Industrial ==
 
{{Imagem múltipla
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| direction = vertical
| width = 218
| image1 = HorseRailway-1-.jpg
| caption1 = Trem movido à tração animal.
| image2 = Novelty.jpg
| caption2 = Desenho do que seria uma das primeiras locomotivas.
}}
 
A composição ferroviária puxada pela [[máquina a vapor]] teve uma importância enorme nos últimos duzentos anos da [[história da humanidade]]. Ele foi sem dúvida o elemento mais importante da [[Revolução Industrial]], permitindo o deslocamento das [[matéria-prima|matérias primas]] para as [[fábrica]]s rápida e eficazmente e levando os [[produto]]s acabados a pessoas, a regiões distantes e aos países onde eram mais necessários. Foi importantíssima a sua contribuição nas [[Primeira Guerra Mundial|Primeira]] e [[Segunda Guerra Mundial|Segunda]] Guerras Mundiais, levando rapidamente homens e [[arma]]s onde estes mais falta faziam. Foram os comboios, a quem os [[Povos ameríndios|índios]] chamaram ''Cavalo de Ferro'' (Iron horse){{carece de fontes|data=junho de 2017}}, que ajudaram os colonos ingleses a desbravar o oeste americano e a construir o que hoje é considerado como a [[Estados Unidos|maior potência mundial]].
[[Ficheiro:HorseRailway-1-.jpg|thumb|Trem movido à tração animal.]]
[[Ficheiro:Novelty.jpg|thumb|Desenho do que seria uma das primeiras locomotivas.]]
A composição ferroviária puxada pela [[máquina a vapor]] teve uma importância enorme nos últimos duzentos anos da história da humanidade. Ele foi sem dúvida o elemento mais importante da [[Revolução Industrial]], permitindo o deslocamento das [[matéria-prima|matérias primas]] para as [[fábrica]]s rápida e eficazmente e levando os produtos acabados a pessoas, a regiões distantes e aos países onde eram mais necessários. Foi importantíssima a sua contribuição nas [[Primeira Guerra Mundial|Primeira]] e [[Segunda Guerra Mundial|Segunda]] Guerras Mundiais, levando rapidamente homens e [[arma]]s onde estes mais falta faziam. Foram os comboios, a quem os [[Povos ameríndios|índios]] chamaram ''Cavalo de Ferro'' (Iron horse){{carece de fontes|data=junho de 2017}}, que ajudaram os colonos ingleses a desbravar o oeste americano e a construir o que hoje é considerado como a [[Estados Unidos|maior potência mundial]].
 
Foram os comboios que ligaram populações, regiões, países e continentes que até aí estavam completamente isolados ou onde poderia demorar semanas ou meses para fazer uma simples comunicação entre si; na [[agricultura]], produtos que corriam o risco de ficar nas regiões onde eram produzidos, puderam começar a ser despachados para grandes distâncias, havendo muito menor risco da sua degradação e encorajando assim, o aumento das [[produção|produções]].
 
Em redor das estações ferroviárias, nasceram e cresceram vilas e cidades, onde até aí, nada existia; a construção das [[ferrovia|linhas ferroviárias]] empregou muitos milhares de pessoas, de cidades, regiões e até de países diferentes, contribuindo assim para aproximar diferentes povos e culturas.
 
Cerca de 400 anos antes os portugueses, com os seus [[descobrimentos]], deram ''novos mundos ao mundo''; esta máxima poder-se-á, com toda a justiça, aplicar ao comboio e ao desenvolvimento que este nos proporcionou.
 
== História ==
[[Ficheiro:FardierdeCugnot20050111.jpg|thumb|A máquina de [[Nicholas Cugnot]]]]
O [[jesuíta]] [[Bélgica|belga]] [[Ferdinand Verbiest]] teria sido um dos precursores do comboio em [[Pequim]], ao idealizar em [[1681]] uma [[máquina a vapor|máquina autopropulsora a vapor]]. Em [[1769]], [[Joseph Cugnot]], militar francês, construiu em [[Paris]] uma máquina a [[vapor]] para o transporte de munições.
 
{{Imagem múltipla
Após várias tentativas fracassadas, [[Richard Trevithick]], engenheiro [[Inglaterra|inglês]], conseguiu em [[1804]], construir uma [[locomotiva a vapor]] que conseguiu puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade ''vertiginosa'' de 8&nbsp;km por hora usando para o efeito carris fabricados em [[ferro|ferro-fundido]]. Esta locomotiva, por ser demasiado pesada para a linha-férrea e avariar constantemente, não teve grande sucesso.
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| image1 = FardierdeCugnot20050111.jpg
| caption1 = A máquina de [[Joseph Cugnot]].
| image2 = Trevithicks Dampfwagen.jpg
| caption2 = A máquina de [[Richard Trevithick]].
| image3 = Stephenson's Rocket.jpg
| caption3 = A ''Rocket'', repousa hoje no ''[[Science Museum (Londres)]]''
| image4 = Steam locomotive work.gif
| caption4 = [[Locomotiva a vapor]].
| image5 = 1801B35SBBCFFFFSi.jpg
| caption5 = [[Locomotiva com turbina a vapor]].
| image6 = TGV train in Rennes station DSC08944.jpg
| caption6 = [[TGV]] em [[Rennes]].
| image7 = Shanghai Transrapid 002.jpg
| caption7 = O [[Shanghai Transrapid]] [[maglev]].
| image8 = Constructing the Metropolitan Railway.png
| caption8 = Construção do [[Metrô de Londres]] em 1861.
}}
 
O [[jesuíta]] [[Bélgica|belga]] [[Ferdinand Verbiest]] teria sido um dos precursores do comboio em [[Pequim]], ao idealizar em [[1681]] uma [[máquina a vapor|máquina autopropulsora a vapor]]. Em [[1769]], [[Joseph Cugnot]], militar francês, construiu em [[Paris]] uma máquina a [[vapor]] para o transporte de [[Munição|munições]].
Outro inglês, [[John Blenkinsop]], construiu uma locomotiva em [[1812]] que usava dois cilindros verticais que movimentavam dois eixos, unidos a uma roda dentada que faziam accionar uma cremalheira. Esta máquina usava também carris de ferro-fundido, que vieram substituir definitivamente os trilhos em madeira usados até aí. Estes trilhos ou linhas de madeira tinham sido desenvolvidos na [[Alemanha]] por volta do ano de [[1550]], serviam [[carruagem (caminho de ferro)|carruagens]] que eram puxadas por animais, principalmente por [[cavalo]]s mas também, por vezes, à força de braços.
 
Após várias tentativas fracassadas, [[Richard Trevithick]], engenheiro [[Inglaterra|inglês]], conseguiu em [[1804]], construir uma [[locomotiva a vapor]] que conseguiu puxar cinco [[Vagão|vagões]] com dez [[tonelada]]s de carga e setenta passageiros à velocidade ''vertiginosa'' de 8&nbsp;km por hora usando para o efeito carris fabricados em [[ferro|ferro-fundido]]. Esta locomotiva, por ser demasiado pesada para a linha-férrea e avariar constantemente, não teve grande sucesso.
[[Ficheiro:Trevithicks Dampfwagen.jpg|thumb|A máquina de [[Richard Trevithick]]]]
 
Outro inglês, [[John Blenkinsop]], construiu uma locomotiva em [[1812]] que usava dois [[cilindro (motor)|cilindro]]s verticais que movimentavam dois [[eixo (mecânica)|eixo]]s, unidos a uma roda dentada que faziam accionar uma [[cremalheira]]. Esta máquina usava também carris de ferro-fundido, que vieram substituir definitivamente os [[trilho]]s em madeira usados até aí. Estes trilhos ou linhas de madeira tinham sido desenvolvidos na [[Alemanha]] por volta do ano de [[1550]], serviam [[carruagem (caminho de ferro)|carruagens]] que eram puxadas por animais, principalmente por [[cavalo]]s mas também, por vezes, à força de braços.
No entanto, o passo de gigante para o desenvolvimento da locomotiva e por consequência do comboio, seria dado por [[George Stephenson]]. Este inglês, mecânico nas minas de [[Killingworth]], construiu a sua primeira locomotiva a quem chamou ''Blucher'', corria o ano de [[1814]]. A ''Blucher'', que se destinava ao transporte dos materiais da mina, conseguiu puxar uma carga de trinta toneladas à velocidade de 6 quilómetros por hora. Stephenson viria a construir a ''primeira linha férrea'', entre [[Stockton]] e a região mineira de [[Darlington]], que foi inaugurada em [[27 de Setembro]] de [[1825]] e tinha 61&nbsp;km de comprimento; quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a linha férrea entre [[Liverpool]] e [[Manchester]]. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, baptizada ''Rocket'', que tinha uma nova caldeira tubular inventada pelo engenheiro francês [[Marc Seguin]] e já atingia velocidades da ordem dos 30&nbsp;km/hora.
 
No entanto, o passo de gigante para o desenvolvimento da locomotiva e por consequência do comboio, seria dado por [[George Stephenson]]. Este inglês, mecânico nas minas de [[Killingworth]], construiu a sua primeira locomotiva a quem chamou ''Blucher'', corria o ano de [[1814]]. A ''Blucher'', que se destinava ao transporte dos materiais da mina, conseguiu puxar uma carga de trinta toneladas à velocidade de 6 quilómetros por hora. Stephenson viria a construir a ''primeira linha férrea'', entre [[Stockton]] e a região mineira de [[Darlington]], que foi inaugurada em [[27 de Setembro]] de [[1825]] e tinha 61&nbsp;km de comprimento; quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a linha férrea entre [[Liverpool]] e [[Manchester]]. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, baptizada ''[[Rocket (locomotiva)|Rocket]]'', que tinha uma nova [[caldeira]] tubular inventada pelo engenheiro francês [[Marc Seguin]] e já atingia velocidades da ordem dos 30&nbsp;km/hora.
No início do [[século XIX]], as rodas motrizes passaram a ser colocadas atrás da caldeira, permitindo desta forma aumentar o diâmetro das rodas e, consequentemente, o aumento da velocidade de ponta. O escocês [[James Watt]], com a introdução de várias alterações na concepção dos motores a vapor, designadamente na separação do condensador dos cilindros, muito contribuiu também para o desenvolvimento dos caminhos de ferro. A partir daqui, a evolução do comboio e das linhas ferroviárias tornou-se imparável, transportando o progresso à volta do globo: A meio do século XIX já existiam muitos milhares de quilómetros de via férrea por todo o mundo: Em Inglaterra, 10 mil; nos [[Estados Unidos]], 30 mil. Neste último, com a colonização do Oeste, esta cifra atingiu mais de 400 mil quilómetros no início do [[século XX]].
 
No início do [[século XIX]], as [[roda]]s motrizes passaram a ser colocadas atrás da caldeira, permitindo desta forma aumentar o [[diâmetro]] das rodas e, consequentemente, o aumento da velocidade de ponta. O escocês [[James Watt]], com a introdução de várias alterações na concepção dos motores a vapor, designadamente na separação do [[condensador (transferência de calor)|condensador]] dos cilindros, muito contribuiu também para o desenvolvimento dos caminhos de ferro. A partir daqui, a evolução do comboio e das linhas ferroviárias tornou-se imparável, transportando o progresso à volta do globo: A meio do século XIX já existiam muitos milhares de quilómetros de via férrea por todo o mundo: Em Inglaterra, 10 mil; nos [[Estados Unidos]], 30 mil. Neste último, com a [[Evolução territorial dos Estados Unidos|colonização do Oeste]], esta cifra atingiu mais de 400 mil quilómetros no início do [[século XX]].
[[Ficheiro:Stephenson's Rocket.jpg|thumb|A ''Rocket'', repousa hoje no ''London Science Museum'']]
 
A primeira [[locomotiva com turbina a vapor]] foi construída em 1909, pela ''[[North British Locomotive Company]]'', da [[Escócia]].<ref>''Electric Railways: 1880-1990.'' Autor: Michael C. Duffy. IET, 2003, Pág. 151, {{en}} ISBN 9780852968055 Adicionado em 14/06/2018.</ref> Este tipo de locomotiva, que é movimentada por uma [[turbina a vapor]], foi mais desenvolvida nas décadas de 1920 e 1930 mas, teve poucos sucessos. A locomotiva com turbina a vapor era vista como uma forma de revitalizar a energia a vapor e desafiar as [[Locomotiva a diesel|locomotivas a diesel]] que começavam a ganhar espaço.
Num átimo, as locomotivas passaram do vapor à [[electricidade]]. No dia [[31 de Maio]] de [[1879]], [[Werner von Siemens]] apresentou na [[Exposição mundial|Exposição Mundial de Berlim]] a primeira locomotiva eléctrica. No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a partir de [[1890]], mantendo-se a sua utilização até aos nossos dias. A invenção da locomotiva eléctrica não é pacífica: há quem atribua igualmente esta invenção tanto ao norte-americano [[Thomas Davenport]] como ao [[Escócia|escocês]] [[Robert Davidson]]. Nos fins do século XIX, [[Rudolf Diesel]] inventou o motor de injecção a [[diesel]] e com ele novas locomotivas foram desenvolvidas usando esta nova tecnologia; foram também criadas locomotivas que utilizavam os dois conceitos (eléctrico e diesel), sendo por isso bastante versáteis. Estas máquinas depressa começaram a ganhar terreno às velhinhas locomotivas a vapor que no entanto, por exemplo em [[Portugal]], se mantiveram no activo até [[1977]], ano em que foram definitivamente afastadas, acusadas de serem causadoras de diversos incêndios.
 
Num átimo, as locomotivas passaram do vapor à [[electricidade]]. No dia [[31 de Maio]] de [[1879]], [[Werner von Siemens]] apresentou na [[Exposição mundial|Exposição Mundial de Berlim]] a primeira locomotiva eléctrica. No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a partir de [[1890]], mantendo-se a sua utilização até aos nossos dias. A [[invenção]] da locomotiva eléctrica não é pacífica: há quem atribua igualmente esta invenção tanto ao norte-americano [[Thomas Davenport]] como ao [[Escócia|escocês]] [[Robert Davidson]]. Nos fins do século XIX, [[Rudolf Diesel]] inventou o [[Motor a diesel|motor de injecção a diesel]] e com ele novas locomotivas foram desenvolvidas usando esta nova [[tecnologia]]; foram também criadas locomotivas que utilizavam os dois conceitos (eléctrico e diesel), sendo por isso bastante versáteis. Estas máquinas depressa começaram a ganhar terreno às velhinhas locomotivas a vapor que no entanto, por exemplo em [[Portugal]], se mantiveram no activo até [[1977]], ano em que foram definitivamente afastadas, acusadas de serem causadoras de diversos incêndios.
[[Ficheiro:TGV train in Rennes station DSC08944.jpg|thumb|[[TGV]] em [[Rennes]]]]
 
Mais recentemente, foram desenvolvidas também locomotivas com [[turbina a gás|turbinas a gás]] e com elas chegamos aos [[Comboios de Alta Velocidade|comboios de alta velocidade]], capazes de atingir os 300 e nalguns casos os 400 e mais quilómetros por hora, designadamente em condições de testes.
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A França continua sendo o maior impulsionador dos ''comboios de alta velocidade'', mas não foi o primeiro país a introduzi-los: 17 anos antes, no dia [[1 de Outubro]] de [[1964]], os [[Japão|japoneses]] inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando [[Tóquio]] a [[Osaka]] com as famosas locomotivas [[Shinkansen]].
 
[[Imagem:Shanghai Transrapid 002.jpg|thumb|O [[Shanghai Transrapid]] [[maglev]].]]
O comboio que há muito vencia o obstáculo da água, através das [[ponte]]s, passava agora a fazê-lo também por debaixo desta. Mas já há muito tempo que o comboio tinha deixado a luz do dia para cima: o [[metropolitano]], cuja característica principal é fazer o seu percurso principalmente debaixo do chão, já tinha feito a sua viagem inaugural em [[Londres]], no longínquo ano de [[1863]], ainda movido por uma locomotiva a vapor, mas apenas em [[1890]], com a mudança para a energia eléctrica, o metropolitano teve o seu grande desenvolvimento: em [[1897]] chegou aos Estados Unidos, e a Portugal apenas em [[1959]]. Por não interferir com o trânsito rodoviário, por ser rápido e cada vez mais confortável, o metropolitano é, nos dias de hoje, o meio de transporte mais popular e eficaz nas grandes cidades.
 
O [[monocarril]] e o comboio de levitação magnética, mais conhecido por [[Maglev]], são as últimas novidades na tecnologia ferroviária, embora a primeira [[patente]] de um comboio de levitação magnética tenha sido registada em [[1969]].
 
== Portugal ==
 
{{AP|Transporte ferroviário em Portugal|História do transporte ferroviário em Portugal}}
{{Principal|Transporte ferroviário em Portugal|História do transporte ferroviário em Portugal}}
 
[[Ficheiro:Alfa Pendular.jpg|thumb|Comboio [[Alfa Pendular]] na Estação do Oriente em Lisboa]]
 
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A obra, iniciada em [[1853]], esteve a cargo da ''Companhia Central e Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal''. Após a rescisão do contrato com esta companhia, é concedida autorização a D. José de Salamanca, que em 20 de Junho de 1860 fundou a ''[[Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses]]'' com o objectivo de explorar as linhas do Norte (Lisboa - Porto) e do Leste (Lisboa - Elvas - Badajoz). A [[Linha do Norte]] ficou concluída até [[Vila Nova de Gaia]] no dia [[7 de Julho]] de [[1864]], um ano após a linha do Leste chegar a [[Badajoz]], no dia [[4 de Julho]], para o que foi necessária a mudança da [[bitola]] existente (1,44 metros) para a [[bitola ibérica]] de 1,67 metros.
 
Para o sul do país os obstáculos foram maiores: a falta de investidores interessados, mesmo com grandes apoios do estado, deixa nas mãomãos deste a responsabilidade de levar o comboio ao [[Algarve]]. A [[1 de Julho]] de [[1889]], 25 anos depois de ter chegado ao Norte, o comboio chega finalmente a [[Faro]].
 
No Norte, o comboio ia de ''vento em popa''; a [[20 de Maio]] de [[1875]] chegava a [[Braga]], a [[25 de Março]] de [[1886]] a [[Galiza]] e a [[5 de Novembro]] de [[1877]] [[Gustave Eiffel]] ligava Vila Nova de Gaia ao [[Porto]] através da [[:Imagem:Ponte maria pia 2.jpg|Ponte D. Maria Pia]].
 
Em [[22 de Dezembro]] de [[1926]], após resolver problemas relacionados com o Cabo[[cabo Submarinosubmarino]], é terminada a electrificação da Linha de [[Cascais]].
 
Em [[1945]] o governo português decide atribuir todas as concessões de linhas-férreas (à excepção da [[Linha de Cascais]]), à [[Caminhos de Ferro Portugueses|CP - Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses]], que a partir de [[1910]], devido à [[Implantação da República Portuguesa|Implantação da República]], tinha abandonado o nome de ''Real''.
 
Em [[1948]] começam a cruzar as linhas as primeiras locomotivas a [[diesel]], e no início dos [[década de 1950|anos 50]] é electrificada a linha de [[Sintra]] e iniciada a electrificação da Linha do Norte; nesta altura a electricidade, o diesel e o vapor, que só deixaria de existir em [[1977]], conviviam alegremente nas estradas de ferro portuguesas.
 
Com o [[25 de Abril de 1974]] assiste-se à [[nacionalização]] de grande parte das empresas portuguesas - a ''CP'' não foi excepção. Os [[década de 1980|anos 80]] trazem uma fase de declínio, com o encerramento de muitos troços de linha, devido aos grandes défices[[défice]]s de exploração da CP bem como à ascensão do transporte rodoviário, cada vez mais acessível a uma população com um poder de compra crescente. Estações encerradas e linhas desactivadas tornam–se um cenário comum em várias zonas do país, e nem a entrada de Portugal na [[União Europeia|Comunidade Europeia]] consegue mudar esta situação, visto que as verbas atribuídas pela CEE são aplicadas principalmente no desenvolvimento rodoviário.
 
Na última década do [[século XX]] foi realizado algum investimento na melhoria das linhas com mais movimento, tais como a [[Ponte de São João]] entre [[Porto]] e [[Vila Nova de Gaia|Gaia]] para substituir a centenária [[ponte D. Maria Pia]], a construção em Lisboa da [[Gare do Oriente]] para dar apoio à [[Expo 98]]; a ligação ferroviária entre Lisboa e a margem sul do rio [[Rio Tejo|Tejo]] pela [[Ponte 25 de Abril]] e a possível introdução do [[Comboios de Alta Velocidade|Comboio de Alta Velocidade]]. Também a ''CP'' sofreu profundas alterações nos últimos anos, tendo sido separada em duas empresas – uma para construir e manter as linhas ([[REFER]]) e outra (a própria CP) para gerir os comboios, prevendo-se ainda uma possível reprivatização.
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Em 2013 a CP transportou 107 milhões de passageiros.<ref>{{citar web|URL=http://www.publico.pt/economia/noticia/cp-perdeu-27-milhoes-de-passageiros-em-quatro-anos-1623684|título=CP perdeu 27 milhões de passageiros em quatro anos|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
 
=== Tipos ===
 
As principais categorias consideradas são as seguintes <ref>{{ link|pt| 2=http://www.gperi.moptc.pt/tempfiles/20080116151342moptc.pdf |3= Ferrovias}} - Jul. 2012 </ref> :
As principais categorias consideradas são as seguintes:<ref>{{ link|pt| 2=http://www.gperi.moptc.pt/tempfiles/20080116151342moptc.pdf |3= Ferrovias}} - Jul. 2012 </ref>
* Comboio de mercadorias/de carga: comboio constituído por um ou mais vagões e, eventualmente, por furgões que circulam vazios ou carregados.
* Comboio de [[mercadoria]]s/de [[carga]]: comboio constituído por um ou mais [[Vagão|vagões]] e, eventualmente, por furgões que circulam vazios ou carregados.
* Comboio de passageiros: comboio para transporte de passageiros, constituído por um ou mais veículos ferroviários, para transporte de passageiros e, eventualmente, por furgões que circulam vazios ou carregados.
* Comboio misto: comboio composto por veículos para transporte de passageiros e por vagões.
Linha 96 ⟶ 125:
== Brasil ==
 
{{Ver artigo principalPrincipal|[[Transporte ferroviário do Brasil]]}}
[[Ficheiro:Visconde Mauá 2.jpg|thumb|O [[Irineu Evangelista de Souza|Barão de Mauá]]]]
 
{{Imagem múltipla
"Baronesa" era o nome da locomotiva do primeiro trem a circular no [[Brasil]]. Na sua primeira viagem, no dia [[30 de abril]] de [[1854]], percorreu a distância de 14&nbsp;km num percurso que ligava a [[Baía de Guanabara]] a Raiz da Serra, em [[Petrópolis]], no [[Rio de Janeiro]]. [[Irineu Evangelista de Souza]], o Barão de Mauá (depois, [[visconde]]), foi o responsável pela construção desta ferrovia através da concessão dada pelo imperador [[Pedro II do Brasil|dom Pedro II]], conhecida por "Estrada de Ferro Petrópolis" ou "Estrada de Ferro Mauá".
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| image1 = Visconde Mauá 2.jpg
| caption1 = O [[Irineu Evangelista de Souza|Barão de Mauá]]
| image2 = Baroneza.JPG
| caption2 = A ''Baroneza'' no [[Museu do Trem (Rio de Janeiro)]].
| image3 = Campinas - Estação de Anhumas - turismo 007.jpg
| caption3 = Passeio de [[Maria Fumaça]] de [[Campinas]] a [[Jaguariúna]], no [[estado de São Paulo]]. [[Estação Anhumas]] em Campinas.
}}
 
''[[Baroneza (locomotiva)|Baroneza]]'' era o nome da [[locomotiva]] do primeiro trem a circular no [[Brasil]]. Na sua primeira viagem, no dia [[30 de abril]] de [[1854]], percorreu a distância de 14&nbsp;km num percurso que ligava a [[Baía de Guanabara]] a Raiz da Serra, em [[Petrópolis]], no [[Rio de Janeiro]]. [[Irineu Evangelista de Souza]], o Barão de Mauá (depois, [[visconde]]), foi o responsável pela construção desta ferrovia através da concessão dada pelo imperador [[Pedro II do Brasil|dom Pedro II]], conhecida por "Estrada de Ferro Petrópolis" ou "Estrada de Ferro Mauá".
No entanto, esta não era a primeira vez que se tentava introduzir o trem no Brasil. Em [[1835]], o regente [[Diogo Antônio Feijó]] tinha promulgado uma lei que concedia benesses a quem construísse uma estrada de ferro que ligasse o [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] às [[capital|capitais]] de [[Minas Gerais]], [[Rio Grande do Sul]] e [[Bahia]]. Esta arrojada e arriscada proposta não encontrou, contudo, ninguém que a quisesse explorar.
 
No entanto, esta não era a primeira vez que se tentava introduzir o trem no Brasil. Em [[1835]], o regente [[Diogo Antônio Feijó]] tinha promulgado uma lei que concedia [[benesse]]s a quem construísse uma estrada de ferro que ligasse o [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] às [[capital|capitais]] de [[Minas Gerais]], [[Rio Grande do Sul]] e [[Bahia]]. Esta arrojada e arriscada proposta não encontrou, contudo, ninguém que a quisesse explorar.
Em [[9 de fevereiro]] de [[1858]], foi inaugurada a segunda ferrovia brasileira, entre [[Recife]] e [[Rio São Francisco|São Francisco]] e, em [[29 de março]] do mesmo ano, era inaugurada a "Estrada de Ferro Dom Pedro II", que, em [[1889]], se viria a tornar na [[Estrada de Ferro Central do Brasil]]; o seu construtor e primeiro diretor foi [[Cristiano Benedito Ottoni]].
 
Em [[9 de fevereiro]] de [[1858]], foi inaugurada a segunda ferrovia brasileira, entre [[Recife]] e [[Rio São Francisco|São Francisco]] e, em [[29 de março]] do mesmo ano, era inaugurada a "Estrada de Ferro Dom Pedro II", que, em [[1889]], se viria a tornar na [[Estrada de Ferro Central do Brasil]]; o seu construtor e primeiro diretor foi [[Cristiano Benedito Ottoni]].
[[Ficheiro:Campinas - Estação de Anhumas - turismo 007.jpg|thumb|Passeio de [[Maria Fumaça]] de [[Campinas]] a Jaguariúna, no estado de São Paulo. Estação Anhumas em Campinas.]]
 
Em [[1877]], foi concluída a ligação [[Rio de Janeiro]] – [[São Paulo]], pela junção das ferrovias "Paulista" e " Dom Pedro II".
 
Quando da [[Proclamação da República do Brasil|Proclamação da República]], em [[1889]], já existiam no Brasil cerca de dez mil quilômetros de ferrovias, mas foi no início do século XX que se deu um grande passo no desenvolvimento ferroviário, tendo sido construídos entre 1911 e 1916 mais cinco mil quilómetros de linha-férrea.
Linha 113 ⟶ 151:
A Central do Brasil foi um marco importante na história ferroviária do Brasil. Ela era a única ferrovia verdadeiramente nacional, já que ligava, entre si, os hoje três principais [[Unidades federativas do Brasil|estados]] do Brasil: [[Rio de Janeiro]], [[Minas Gerais]] e [[São Paulo]]. Esta interligação tinha um enorme movimento de pessoas e cargas, e foi importantíssima no escoamento da produção das jazidas de minério de ferro de [[Minas Gerais]].
 
A eletrificação da Central do Brasil foi decidida em [[1933]] após muitos anos de indecisões, mas a falta de meios económicos, aliada ao abandono das obras por parte da empresa inglesa responsável que foi obrigada a voltar-se exclusivamente para o [[esforço de guerra]] britânico na [[Segunda Guerra Mundial]], atrasou o processo muitos mais anos. Em [[1910]], já havia começado a eletrificação da "E.F. Corcovado" e, em [[1922]], a da "Companhia Paulista de Caminhos de Ferro".
 
Em [[30 de setembro]] de [[1957]], foi criada a [[Rede Ferroviária Federal]], que unificou as 42 ferrovias existentes, criando um sistema regional composto por 18 estradas de ferro. Foi por esta altura que surgiram, também, as primeiras locomotivas a [[diesel]] no Brasil. Nesta altura, a rede ferroviária já se estendia por 25 000 quilómetros (alguns já eletrificados), com ligações à [[Bolívia]], à [[Argentina]] e ao [[Uruguai]].
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Em [[1996]], a Rede Ferroviária Federal foi privatizada e as suas linhas divididas por várias empresas, como a M.R.S. Logística, a Ferrovia do Centro Atlântica – F.C.A. e [[Estrada de Ferro Vitória a Minas|E.F. Vitória-Minas]].
 
A [[privatização]] foi uma das alternativas para retomar os investimentos no setor ferroviário. O governo na época concedeu linhas públicas para que a [[iniciativa privada]] pudesse explorar o transporte de cargas. No entanto, as concessionárias não se interessaram pelo transporte de passageiros, essencial num país de dimensões continentais e que foi quase totalmente extinto no [[Brasil]].<ref>[http://www.etur.com.br/conteudocompleto.asp?IDConteudo=10520 Etur]</ref> - <ref>[http://aprendiz.uol.com.br/content/sposlototr.mmp Aprendiz]</ref>
 
== Galeria ==
 
<gallery>
{{Gallery
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| title = {{Big|Trens pelo mundo.}}
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File:ID_diesel_loco_CC_204-06_060403_2512_mri.jpg|GE U20C na Indonesia
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Ficheiro:Estrada de Ferro Carajas 8.jpg|Cargueiro da [[Estrada de Ferro Carajás]].
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Ficheiro:En57-1933.jpg| Comboios ou trens de unidades múltiplas em [[Cieszyn]], [[Polônia]]
| Imagem:ID_diesel_loco_CC_201-05_060327_4217_kta.jpg|GE U20C na [[Indonésia]].
Ficheiro:Frankfurt am Main Hauptbahnhof von oben.jpg|Estação ferroviária de [[Frankfurt]]
| Imagem:Diesel_locomotive.JPG|GE U20C "Full-Width Cabin" na Indonésia.
Ficheiro:Kanamati.jpg|Trem metropolitano em [[Tóquio]]
| Imagem:ID_diesel_loco_CC_204-06_060403_2512_mri.jpg|GE U20C na Indonesia
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| Imagem:Estrada de Ferro Carajas 8.jpg|Cargueiro da [[Estrada de Ferro Carajás]].
| Imagem:En57-1933.jpg|Comboios ou trens de unidades múltiplas em [[Cieszyn]], [[Polônia]].
| Imagem:Frankfurt am Main Hauptbahnhof von oben.jpg|Estação ferroviária de [[Frankfurt]].
| Imagem:Kanamati.jpg|Trem metropolitano em [[Tóquio]]
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== Ver também ==