Guerra Mexicano-Americana: diferenças entre revisões

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Adicionei mais informações sobre movimentos de oposição à guerra Mexico-americana, especificamente a oposição de Henry D. Thoreau.
Linha 49:
{{quote2|''...uma das mais injustas movidas em qualquer tempo por uma nação mais forte contra uma mais fraca.''<ref>Grant, U.S., ''Personal Memoirs'', New York, 1885, I, 53.</ref>}}
Mais tarde Grant tornar-se-ia [[comandante-em-chefe]] das forças da União durante a [[Guerra da Secessão]] e depois presidente dos Estados Unidos.
 
Parte do imaginário coletivo norte-americano acreditava que era destino dos EUA realizar sua expansão territorial, tinha-se a crença de que a Providência Divina demandava dos norte-americanos uma postura civilizatória, em oposição às forças europeias que supostamente desejavam frear o crescimento da América. Pouco a pouco, essa crença se transmutava num nacionalismo norte-americano, numa visão exaltada de si próprio como povo e Nação.<ref>{{citar livro|título=História de Estados Unidos 1776 - 1945|ultimo=BOSCH|primeiro=Aurora|editora=Crítica|ano=2005|local=Barcelona|páginas=132-133|acessodata=}}</ref> Em Massachuttes, o sentimento para com a guerra se desenvolveu de forma a se afastar desse nacionalismo, parte dessa população não apoiava o embate com os mexicanos. O estado de Massachuttes caracterizou a empreitada americana como uma “guerra de conquista” que dizia interesse para os fazendeiros escravistas. Dentre as pessoas que desaprovavam a guerra México-americana, a oposição mais conhecida é a de Henry David Thoreau, pois “não foi apenas um crítico a guerra como agressão ao México, mas também se negou a pagar impostos como protesto (...)”.<ref>{{citar livro|título=Ibidem.|ultimo=|primeiro=|editora=|ano=|local=|páginas=142|acessodata=}}</ref> Nesse cenário, Thoreau escreveu se escrito mais popular “A Desobediência Civil”, um ensaio no qual criticava os maus governos e propunha um modelo de combate à tirania.
 
Há uma longa tradição nos EUA de hostilidade para com o Estado e defesa da autonomia individual; os Estados Unidos é, afinal de contas, a democracia liberal mais antiga do mundo. Existe um profundo enraizamento da defesa dos direitos individuais dentro das visões de mundo norte-americanas. No século XIX Henry David Thoreau se aproximou muito de um individualismo libertário baseado na descoberta da verdadeira natureza humana através de uma cultura ligada à natureza, movimento esse que ficou conhecido como “Naturalismo Transcendentalista” ou “Individualismo Transcendentalista”.<ref name=":0">{{citar livro|título=Demanding the Impossible. A History of Anarchism. Be realistic: Demand the impossible!|ultimo=MARSHALL|primeiro=Peter|editora=Harper Perennial|ano=2008|local=|páginas=181|acessodata=}}</ref>
 
Perante a guerra contra o México, a pergunta que Thoreau se fez, basicamente, foi “como lidar com esse mal?”. Basicamente, a resposta fora “não compactuar com esse mesmo mal”. Henry Thoreau diz em seu ensaio: “Todos os homens reconhecem o direito de revolução; isto é, o direito de recusar obediência ao governo, e de resistir a ele, quando sua tirania ou sua ineficiência são grandes e intoleráveis”.<ref name=":1">{{citar livro|título=A Desobediência Civil|ultimo=THOREAU|primeiro=Henry David|editora=Penguin & Companhia das Letras|ano=2012|local=|páginas=8|acessodata=}}</ref> O naturalista se recusou a pagar impostos para o governo americano, a recusa de Thoreau a pagar imposto foi um ato simbólico de protesto contra um governo escravista e que deflagra guerra contra outros indivíduos. O escritor não podia, aos seus próprios olhos, reconhecer um governo que propaga a violência e o mal. E, justamente por isso, aceitou ir para a prisão, afirmando que num governo que prega o aprisionamento moral, o verdadeiro lugar de um homem honesto seria a prisão.<ref name=":0" />
 
A “resistência”, para esse autor, era a capacidade de se autodefender. A sonegação de impostos seria legítima defesa. Henry Thoreau enxergava o Estado como um todo sob a ótica de que o mesmo está sujeito ao fracasso, afirmando em sua obra: “O governo em si, que é apenas o modo que o povo escolheu para executar sua vontade, está igualmente sujeito ao abuso e à perversão antes que o povo possa agir por meio dele. Prova disso é a atual guerra mexicana, obra de relativamente poucos indivíduos que usam o governo permanente como seu instrumento, pois, desde o princípio, o povo não teria consentido semelhante iniciativa”.<ref name=":1" /> A oposição que existia, era não necessariamente entre Governo x Cidadão, mas sim entre Governo x Consciência. A “teoria” thoreauriana tem base no princípio dos indivíduos exercer seu próprio julgamento e não servir ao Estado como uma máquina, que não questiona, ou como um boneco de madeira que pode ser modelado da forma que o escultor (o Estado) desejar.<ref name=":2">{{citar livro|título=A Historial guide to Henry David Thoreau|ultimo=CAIN|primeiro=William E.|editora=Oxford Press|ano=2000|local=New York|páginas=160|acessodata=}}</ref>
 
Thoreau não se envolveu em nenhum partido político, ou movimento organizado, era adepto de uma “revolução-de-um-só-homem”, ou seja, que cada indivíduo ganhasse consciência perante um mau governo. O engajamento do transcendentalista com o Estado se deu apenas pela sua ação como escritor e a recusa de contribuir com seu dinheiro.<ref name=":2" /> Lê-se em A desobediência civil: “Que cada homem faça saber qual é o tipo de governo capaz de conquistar seu respeito”.<ref name=":1" /> “A desobediência civil de Thoreau é a escolha que ele fez quando não havia outra escolha que não agir; não é apenas ação, mas uma ação ''necessária'' (...)”.<ref name=":2" /> A ação de Thoreau, fora, em essência uma ação não-violenta, o autor seria um dos precursores do movimento de não-violência utilizados por Gandhi e Martin Luther King Jr. E, assim como estes últimos, a ação do americano é relacionada diretamente com uma fonte essencial de opressão, o Estado. Mesmo que para o autor nenhum homem seja responsável por solucionar algum mal que seja, os indivíduos tem a obrigação de não compactuar com este mal, devem desobedecer as leis injustas e não apoiar as práticas condenáveis:
 
“Em outras palavras, quando um sexto da população do país que se apresenta como refúgio da liberdade é composto de escravos, e uma nação inteira é injustamente atacada, conquistada por um exército estrangeiro e submetido à lei militar, penso que não é cedo demais para os homens honestos se rebelarem e fazerem a revolução. O que torna ainda mais urgente esse dever é o fato de que o país assim atacado não é o nosso, pois nosso é o exército invasor (...) Se a injustiça tiver uma mola própria e exclusiva, ou uma polia, ou uma corda, ou uma manivela, talvez seja o caso de avaliar se o remédio não seria pior que o mal; mas se ela for do tipo que requer que você seja o agente da injustiça contra outra pessoa, então, eu digo: Viole a lei.<ref name=":1" />”.
 
<span class="MsoFootnoteReference"></span>
 
===Descrição do conflito===