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'''Vassouras''' é um [[município]] [[brasil]]eiro localizado no [[Centro-Sul Fluminense|Centro-Sul do estado]] do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].
 
== História ==
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===Caminhos e rotas ===
 
A área do vale do Paraíba e portanto da cidade de Vassouras, além da estrada nomeada Caminho Novo, sempre foi por parte da Coroa Portuguesa e da [[sociedade]] uma importante rota de ligação ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]. Portanto os dois investiram na criação e abertura de caminhos e formas de comunicação mais rápidas entre esses dois lugares.
Alguns dos primeiros caminhos realizados foi feito pelos contrabandistas de [[ouro]] que desciam dessa região,no meio da mata virgem. até [[Xerém (Duque de Caxias)|Xerém]], [[Baixada Fluminense]], até a virada do século XIX.
Após o início do povoamento da região, em [[1812]] [[Inácio de Sousa Vernek]] constrói a ''Estrada Werneck'', a sair da aldeia de Nossa Senhora da Glória de [[Valença (Rio de Janeiro)|Valença]], atingindo o [[Caminho Novo]], permitindo-se seguimento até [[Minas Gerais]] e [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].
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No início do [[século XIX]], passa por grande desenvolvimento econômico a região do vale do [[rio Paraíba do Sul]]. Com o esgotamento do ouro em Minas Gerais, mineiros migraram em massa para a região então de matas virgens e ocupada por tribos nômades de índios [[Coroados]]. Findado o trabalho de aldeamento de tais silvícolas, a região vê-se segura para ser colonizada a partir de plantações, a princípio pelas de cana-de-açúcar e depois pelas de café.
 
O mercado internacional começa a se interessar pela bebida e a demanda aumenta continuamente. A província do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] torna-se então o primeiro grande exportador internacional de café. A produção cafeeira da província do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] atinge 5.122 contos em 1828 e supera a produção de açúcar (3.446 contos). A efeito de comparação, a província de São Paulo, que então incluía o Paraná, produziu meros 250 contos de café em 1825, e somente em 1886 produzirá mais café que açúcar.
 
A estrada de Polícia e o crescimento econômico da região permitem o rápido surgimento de um arraial, atualmente centro da cidade de Vassouras. Vão ali residir o construtor da estrada de Polícia, [[Custódio Ferreira Leite]], e seus sobrinhos da família Teixeira Leite.<ref name="sindegtur"/> Lento o desenvolvimento urbano da vila de Nossa Senhora da [[Paty do Alferes|Conceição do Alferes]], os seus vereadores resolvem mudar a Câmara Municipal para o arraial de Vassouras. A 15 de janeiro de [[1833]] um decreto da Regência Trina transfere a sede da vila.
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Com o crescimento econômico pelas plantações de café, a vila de Vassouras desenvolve-se e é elevada à categoria de cidade a [[29 de setembro]] de [[1857]]. Possui já nesta época aproximadamente 3.500 moradores em sua área urbana.
 
Durante a [[década de 1850]], a cidade, em seu apogeu, ostenta o título de "maior produtora de café do mundo", reconhecida como a "Princesinha do café". Entre 1856 e 1859, a província do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] produz 63.804.764 arrobas de café, enquanto as províncias de São Paulo e Minas Gerais, juntas, produzem apenas um quarto deste total. Constroem-se casarios, palacetes, hotéis (sempre repletos), joalherias, o teatro, etc., plenos de vida social intensa. Antes rústicos, os cafeitucultores educam-se e socializam-se; suas fazendas são ora reformadas, ora ampliadas para atenderem às novas necessidades e para receberem hóspedes ilustres da Corte. Criam-se importantes estabelecimentos de ensino, que serão freqüentados por alunos forasteiros, incluídos os da [[Rio de Janeiro (cidade)|cidade do Rio de Janeiro]].
 
[[Imagem:Vassouras - Praça cerca 1860.JPG|thumb|300px|left|<div style="text-align: center;">Praça Barão de Campo Belo no centro de Vassouras cerca de 1860</div>]]
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Desde o início da [[década de 1820]] com a iniciação da plantação de café em Vassouras a [[mão de obra]] utilizada era a [[escrava]]. Ela foi uma das principais bases para o apogeu da cidade pelo café. Entretanto desde [[1831]], com a [[Lei Feijó]], nome dado devido a [[Diogo Antônio Feijó]], ministro da Justiça da época, era considerado ilegal o tráfico de escravos.
 
Até [[1850]], com a [[Lei Eusébio de Queirós]] que proibia definitivamente o tráfico negreiro transatlântico, a migração de escravos realizado pelos [[comerciantes]] de [[grosso-trato]] durante essas duas décadas foi intensificada. Sabe-se que na década de 1830 entraram apenas no porto do[[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] 186.000 africanos e a produção de café do [[Vale do Paraíba]] mais que dobrou na [[década de 1840]].<ref> MARQUESE, R.; TOMICH, D. O Vale do Paraíba escravista e a formação do mercado mundial do café no século XIX. In Grinberg, K. e Salles, R. Brasil Império. Civilização Brasileira. RJ. p.&nbsp;365</ref>
 
A população vassourense em 1850 era totalizada em 28.638 habitantes, entretanto 19.210 eram de escravos e somente 9.428 eram pessoas livres.<ref> MUNIZ, Célia. O Barão de Paty do Alferes e a Escravidão em Vassouras. R. Mest. Hist. Vassouras. V.5. 2003. p.&nbsp;25</ref> Esses dados dão uma noção de como a [[cidade]] de Vassouras se utilizava comprando esses escravos migrados ilegalmente. Após a Lei de 1850, com a perda do tráfico transatlântico aderiu-se cada vez mais ao tráfico inter-regional, em que Vassouras importou 5.500 escravos da [[Região Nordeste]] do [[Império]] brasileiro.<ref> STANLEY, Stein. Vassouras: um Município brasileiro do café, 1850-1900. Edit. Nova Fronteira. 1985. p.&nbsp;94</ref>