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Em meados dos [[anos 1980]], a sede do PT seria transferida para o bairro da [[Água Branca (bairro de São Paulo) | Água Branca]], na [[Zona Oeste de São Paulo]], mas ainda em condições bastante precárias. Somente em [[1985]], com sua instalação na [[Vila Mariana (distrito de São Paulo) | Vila Mariana]], na [[Zona Sul de São Paulo | zona sul]] da cidade, o [[arquivo]] pode receber tratamento mais sistemático: por iniciativa dos funcionário do Diretório Nacional, os primeiros conjuntos documentais foram organizados, contemplando materiais das Secretarias de Assuntos Institucionais, Relações Internacionais, Formação Política e Movimentos Populares. Nesse mesmo período, a FWP realiza uma pequena exposição utilizando a documentação histórica do partido, retratando seus primeiros anos de existência.
 
Em [[1987]], a preocupação com a história do PT, que até então estava praticamente restrita a essa exposição e também às cartilhas e cursos de formação promovidos pela Secretaria Nacional de Formação, ganha um novo impulso com a publicação da revista ''Teoria e Debate''<ref>A coleção está disponível em: http://www.teoriaedebate.org.br/. Acesso em 30 ago. 2012.</ref>. Inicialmente editada pelo Diretório Estadual de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], incluía a seção “Memória”, reservada a entrevistas com militantes e destinada a registrar e difundir a história do PT e da esquerda no Brasil<ref>Ferreira e Fortes (2008, p. 11)</ref>.
 
A situação dos arquivos do PT nesse período pode ser avaliada a partir de um estudo dedicado às condições de produção e guarda dos [[arquivos]] da [[Eleição presidencial no Brasil em 1989 | campanha presidencial de 1989]] – a primeira eleição presidencial ocorrida no Brasil desde os [[anos 1960]]. Em resumo, o que este estudo revela é que não havia à época uma política de [[gestão documental | tratamento]] do acervo do partido<ref>Guevara e Gomes (1991)</ref>. Isso condicionou a acumulação desordenada da documentação nos setores do comitê, como na sala de reuniões da coordenação da campanha, situados na sede do Comitê Nacional em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], na [[Vila Mariana (distrito de São Paulo) | Vila Mariana]]<ref>Singer (1990, p. 14-15)</ref>; bem como a dispersão inicial do acervo entre integrantes da direção do comitê e do partido.
 
Finalizado o processo eleitoral, o acervo existente na sede do Comitê foi submetido pela assessoria da coordenação da campanha a processo de [[avaliação documental | avaliação]] e descarte. A parcela do acervo preservada foi então transferida à sede do Governo Paralelo – uma estrutura ligada ao PT que daria origem ao Instituto Cidadania e, posteriormente, ao [[Instituto Lula]] –, também na [[Vila Mariana (distrito de São Paulo) | Vila Mariana]]. Em função das inadequadas condições de guarda alí existentes, o acervo foi então dividido entre ex-integrantes do órgão. Uma parcela dele acabou retornando à sede do PT, enquanto a outra foi recuperada com ex-militantes e integrada ao acervo apenas em [[2008]]<ref>C.f. Fundação... (2010)</ref>.
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Assim como o arquivo, carente de tratamento técnico sistemático, avolumava-se também a produção bibliográfica dedicada ao PT – um reflexo da visibilidade política adquirida pelo partido nas [[Eleições municipais no Brasil em 1988 | eleições de 1988]] e de [[Eleição presidencial no Brasil em 1989 | 1989]]. Embora o incremento da produção [[bibliografia | bibliográfica]] tenha sido detectada na época, não havia uma iniciativa de acompanhamento sistemático dessa produção, ainda que houvesse uma clara preocupação nesse sentido, conforme registra uma artigo publicado na revista ''Teoria e Debate'' em [[1990]] <ref>C.f. Pomar (1990)</ref>.
 
No ano seguinte, em [[1991]] a sede do PT foi transferida para a região de [[Campos Elísios (bairro de São Paulo) | Campo Elísios]], na [[Zona Oeste de São Paulo]]. No novo espaço, os [[arquivos]] nacionais se confundiram com os do Diretório Estadual de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], que compartilhava o mesmo prédio, e foram parcialmente danificados ou destruídos pela ação do tempo e da umidade. Problemas semelhantes continuaram a ocorrer mesmo com a transferência da sede para sua localização atual, no bairro da [[Sé (distrito de São Paulo) | Sé]], região central da capital paulista.
 
Tendo em vista o enfrentamento de uma série de desafios em termos de formulação programática, formação política e sistematização da experiência do PT – dentre os quais se incluía a organização do arquivo do partido –, o Diretório Nacional institui, em [[1996]], uma nova fundação de apoio – a [[Fundação Perseu Abramo]]. Ela substitui a antiga [[Fundação Wilson Pinheiro]], dilacerada por divergências políticas internas, e cujas atividades haviam se encerrado anos antes.
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Com a instituição da FPA em [[1996]], o trabalho com o [[arquivo]] do PT e o cuidado com os registros de [[história oral]] ganham nova qualidade<ref>A redação original deste item corresponde a uma versão revisada e ampliada de um trecho de introdução ao Guia de Acervo do CSBH (C.f. Menegozzo et al, 2009, p. 9-12)</ref>. Em [[1997]], a Editora da FPA publica uma coletânea, reunindo as entrevistas registradas entre [[1987]] e [[1995]] na seção "Memória" da revista ''Teoria e Debate'', cuja publicação passava a ser responsabilidade da FPA <ref>C.f. Azevedo e Maués (1997)</ref>. No mesmo período, são realizados os primeiros levantamentos na sede nacional do partido, com o intuito de avaliar o estágio de conservação e o perfil da documentação histórica remanescente. Isso culminou, em [[1997]], na implantação do Projeto “Memória e História do PT” (PMH), dedicado, sobretudo, ao tratamento técnico do arquivo e sua disponibilização ao público.
 
Instalado na FPA, o projeto foi inicialmente pensado como um centro de referência – isto é, como uma órgão responsável por mapear fontes documentais relevantes à história do partido, e também por organizá-las, mas transferindo a guarda do material a entidades parceiras. Sob tais diretrizes, o tratamento técnico sistemático do arquivo histórico do Diretório Nacional do PT foi finalmente iniciado – cerca de 18 anos passados de sua fundação. Naquele momento, os arquivo foram primeiramente separados daqueles pertencentes ao Diretório Estadual de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], lembrando que ambas as instâncias compartilhavam uma mesma sede e a documentação acabou se confundido. Separados, os materiais pertencentes do DN/PT foram transferidos para a sede da FPA.
 
Ao longo dos primeiros anos de trabalho, a equipe empenhou-se na realização de seminários dedicados a debater momentos marcantes da história do país e das lutas populares, bem como ao tratamento inicial dos [[arquivos]]. Desses esforços resultaram seminários sobre os [[movimento estudantil | movimentos estudantis]] de [[1968]] e [[1977]] e sobre as [[greve | greves]] [[operário | operárias]] de [[1978]], um livro que reúne documentos básicos e resoluções do PT desde a fundação até fins dos anos 1990<ref>C.f. Fundação Perseu Abramo (1998)</ref>, as exposições “PT 20 anos, traço a traço” e “Trajetórias” (que gerou publicação homônima<ref> C.f. Fundação Perseu Abramo (2000)</ref>, além de CD, também comemorativo dos vinte anos partido, que registra músicas que marcaram sua trajetória<ref>Detalhes sobre estes e outros produtos do trabalho da FPA, bem como sobre sua disponibilidade no caso dos materiais comercializados, podem ser obtidos junto à equipe do CSBH.</ref>.