Racismo no Brasil: diferenças entre revisões

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Enquanto os escravos eram geralmente [[negros]] ou [[mulatos]] houve registro de casos de escravos [[brancos]] — o produto de gerações de relações sexuais interétnicas entre os proprietários e suas escravas mulatas (embora isto fosse muito raro e não fosse aprovado socialmente).{{sfn|Alencastro|1997|pp=87–88}} Os escravos brancos e seus descendentes eram normalmente encontrados em regiões dedicadas à produção de produtos para exportação para mercados estrangeiros.{{sfn|Boxer|2002|pp=185–186}} Os [[canaviais]] na costa leste da [[Região Nordeste do Brasil|região nordeste]] durante os séculos XVI e XVII eram locais típicos de atividades econômicas dependentes de mão de obra escrava.{{sfn|Boxer|2002|p=117}} No norte da província do [[Maranhão]], o trabalho escravo era usado na produção de [[algodão]] e [[arroz]] durante o século XVIII.{{sfn|Boxer|2002|p=206}} Neste período, os escravos também foram explorados na província de Minas Gerais, onde havia a [[Ciclo do ouro|extração de ouro]].{{sfn|Boxer|2002|p=169}} A escravidão também era comum no Rio de Janeiro e em São Paulo durante o século XIX, principalmente para o cultivo do café, que se tornou vital para a economia nacional.{{sfn|Vainfas|2002|pp=238–239}}
 
A maior parte dos escravos trabalhavam como operários de plantação.{{sfn|Vainfas|2002|p=239}} RelativamenteMas poucos brasileiros possuíam escravos e maior parte das pequenas e médias fazendas empregavam trabalhadores livres.{{sfn|Fausto|1995|pp=238–239}} Osos escravos podiam ser encontrados espalhados por toda a sociedade em outras funções: alguns foram usados ​​como empregados domésticos, agricultores, mineiros, prostitutas, jardineiros e em muitos outros papéis.{{sfn|Olivieri|1999|p=43}} Muitos escravos emancipados passaram a adquirir escravos e houve até mesmo casos de escravos que tinham seus próprios escravos.{{sfn|Barman|1988|p=194}}{{sfn|Carvalho|2007|p=130}} Mesmo os mais severos proprietários de escravos aderiram a uma longa prática de vendê-los juntamente com suas famílias, tomando cuidado para não separá-los.{{sfn|Besouchet|1985|p=170}}
 
A prevalência da escravidão não era geograficamente uniforme em todo o Brasil. Em 1864, apenas cinco províncias ([[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] com 23%, [[Bahia]] com 18%, [[Pernambuco]] com 15%, [[Minas Gerais]] com 14% e [[São Paulo (estado)|São Paulo]] com 5%) tinham 75% dos escravos do país, que à época perfaziam um total de 1 milhão e 715 mil indivíduos segundo o [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE).<ref name="Escravos_IBGE">{{citar web |url=http://brasil500anos.ibge.gov.br/estatisticas-do-povoamento/populacao-escrava-no-brasil |título=Estatísticas do povoamento: população escrava no Brasil |página= |data= |publicado=IBGE |acessodata=3 de maio de 2015}}</ref> Entre as demais 15 províncias, se destacava o [[Maranhão]] com 4% da população escrava brasileira.<ref name="Escravos_IBGE"/> Por volta de 1870, cinco províncias (Rio de Janeiro com 30%, Bahia com 15%, Minas Gerais com 14%, São Paulo com 7% e [[Rio Grande do Sul]] também com 7%) tinham 73% do total da população escrava do país.{{sfn|Vainfas|2002|p=239}} Estes eram seguidos por Pernambuco (com 6%) e [[Alagoas]] (com 4%). Entre as restantes 13 províncias nenhuma chegava a ter individualmente até 3% do total de escravos.{{sfn|Besouchet|1985|p=167}} E já em 1887, ano anterior à [[Lei Áurea|Abolição da Escravatura]], as cinco províncias com maior população escrava (Minas Gerais com 26%, Rio de Janeiro com 23%, São Paulo com 15%, Bahia com 11% e Pernambuco com 6%) detinham 81% dos escravos do Império do Brasil, de um total de {{formatnum:723419}} indivíduos.<ref name="Escravos_IBGE"/>