Antissemitismo: diferenças entre revisões

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'''Antissemitismo''' é o [[preconceito]] , hostilidade ou discriminação contra [[judeus]] baseada em [[ódio]] contra seu histórico [[Grupo étnico|étnico]], [[cultura]]l e/ou [[Religião|religioso]].<ref>{{citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/anti-Semitism|titulo=Definition of anti-Semitism|data=|acessodata=14 de Junho de 2018|publicado=Merriam-Webster Dictionary|ultimo=|primeiro=}}</ref> Na sua forma mais extrema, "atribui aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que residem".<ref>Pauley, Bruce F. ''From Prejudice to Persecution: A History of Austrian Anti-Semitism''. University of North Carolina Press (2002)</ref> A pessoa que defende este ponto de vista é chamada de "antissemita". O antissemitismo é geralmente considerado uma forma de racismo. <ref>{{citar web|url=http://www.ecaj.org.au/wp-content/uploads/2012/08/2014_antisemitism_report.pdf|titulo=2014 -REPORT on ANTISEMITISM in AUSTRALIA|data=2014|acessodata=|publicado=Executive Council of Australian Jewry Inc.|ultimo=Nathan|primeiro=Julie}}</ref> Também tem sido caracterizada como uma ideologia política que serve como um princípio organizador e une grupos díspares que se opõem ao liberalismo <ref>{{citar web|url=https://tikvahfund.org/library/podcast-ruth-wisse-on-the-nature-and-functions-of-anti-semitism/|titulo=Podcast: Ruth Wisse on the Nature and Functions of Anti-Semitism|data=17 de Maio de 2018|acessodata=|publicado=Tikvah|ultimo=Wisse|primeiro=Ruth}}</ref>
 
O antissemitismo é manifestado de diversas formas, indo de expressões individuais de ódio e [[discriminação]] contra indivíduos judeus a violentos ataques organizados [[Pogrom|(''pogroms'')]], políticas públicas ou ataques militares contra comunidades judaicas. Entre os casos extremos de perseguição estão a [[chacina de 1066 em Granada]], os [[massacres na Renânia]] que precederam a [[Cruzada Popular|Primeira Cruzada]] de [[1096]], o Édito de Expulsão da [[Inglaterra]] em [[1290]], os [[massacres dos judeus espanhóis em 1391]], as perseguições das [[Inquisição portuguesa|Inquisições Portuguesa]] e [[Inquisição espanhola|Espanhola,]] a [[Decreto de Alhambra|expulsão da Espanha]] em [[1492]], a [[Judeus em Portugal|expulsão de Portugal]] em 1497, massacres pelos Cossacos na Ucrânia de 1648 a 1657, diversos [[Pogrom|pogroms]] no Império Russo entre 1821 e 1906, o [[Caso Dreyfus]] em França (1894-1906) e o [[Holocausto]] perpetrado pela [[Alemanha Nazista]], políticas soviéticas anti-judaicas sob [[Josef Stalin|Estaline]], <ref name=":3">{{citar livro|título=Antisemitism : a historical encyclopedia of prejudice and persecution|ultimo=Levy|primeiro=Richard S.|editora=ABC Clio|ano=2005|local=|páginas=26, 676-677|acessodata=}}</ref> <ref name=":4">{{citar livro|título=Antisemitism|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome A.|editora=ABC Clio|ano=2004|local=|páginas=76, 154|acessodata=}}</ref> e o envolvimento árabe e muçulmano no [[êxodo judaico dos países árabes]] e muçulmanos.
 
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Entre 1900 e 1924, aproximadamente 1,75 milhões de judeus migraram para os Estados Unidos, sendo a maior parte proveniente da Europa do Leste. Antes do ano de 1900, formavam menos de 1% da população, mas cerca de 1930 eram já cerca de 3,5%. Esse aumento, assim como a mobilidade social ascendente de alguns deles, contribuiu para um resurgimento do antissemitismo nos EUA. Na primeira metade do século XX, os judeus eram discriminados nos empregos, no acesso a zonas de residência e recreio, clubes e organizações, e acesso ao ensino e ao professorado. Em 1915, deu-se o linchamento do judeu [[Leo Frank]] , por um grupo de proeeminentes cidadãos de [[Marietta (Geórgia)|Marietta]] ([[Geórgia (Estados Unidos)|Georgia]]), o qual fora acusado, sem provas palpáveis, pela morte de uma garota de 13 anos, Mary Phagan.<ref>{{citar livro|título=Antisemisitism - a Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome|editora=|ano=2004|local=|páginas=72|acessodata=}}</ref>
 
Em Outubro de 1917, dá-se a [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa.]] O antissemistismo é, na ocasião, declarado contrário aos ideais da revolução, e os judeus russos gozam de um breve período de aceitação, embora todas as religiões fossem desencorajadas. <ref name=":5">{{citar livro|título=Semites & Anti Semites|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=W.W.Norton and Co.|ano=1986|local=|páginas=34-39|acessodata=}}</ref> Porém, em breve se dá um retrocesso. Em 1936, [[Josef Stalin|Estaline]] desencadeou o chamado [[Grande Expurgo]], durante o qual foram assassinados milhões de soviéticos, entre eles muitos judeus ; a situação piorou após o [[Pacto Molotov-Ribbentrop|pacto Nazi-Sovético]] na [[Segunda Guerra Mundial]], e não cessou de se agravar até ao fim da guerra. Contudo, em 1947, na ONU, Estaline apoia a fundação do estado de [[Israel|Israel.]]
 
Em janeiro de 1948, o ator e activista Solomon Mikhoels foi assassinado por ordem de Estaline. Seguiram-se prisões e assassinatos de dezenas de líderes ou intelectuais judeus Em 12 de Agosto de 1952, 13 intelectuais judeus foram executados no que veio a ser conhecida como a [[Noite dos Poetas Assassinados]].
 
As execuções foram seguidas pela prisão de vários médicos judeus, ( no assim chamado [[Complô dos médicos|Complô dos Médicos]]) que em janeiro de 1953 foram publicamente acusados de colaborar com organizações judaicas no estrangeiro para envenenar os principais funcionários do Kremlin.
 
Circulavam rumores de que Stalin se preparava para enviar os judeus soviéticos para campos de trabalho na Sibéria, mas a sua morte em 1953 deixou esses planos por cumprir. <ref name=":3" /> <ref name=":4" /> <ref name=":5" />
 
O antissemitismo na América atingiu o seu máximo durante o período entre as duas guerras mundiais. O pioneiro fabricante de automóveis [[Henry Ford]], simpatizante do nazismo alemão, propagou ideias antissemitas em artigos no seu jornal ''The Dearborn Independent'' (publicado de 1919 a 1927), reunidos mais tarde sob o título ''The International Jew''<ref name=":2">{{citar livro|título=America, Its Jews and the Rise of Nazism|ultimo=Arad|primeiro=Gulie Ne'Eman|editora=Indiana University Press|ano=2000|local=|páginas=66, 174|acessodata=}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://timesmachine.nytimes.com/timesmachine/1922/12/20/98799625.pdf|titulo=Berlin Hears Ford is Backing Hitler|data=20 de Dezembro de 1922|acessodata=|publicado=The New York Times|ultimo=|primeiro=}}</ref>Os discursos radiofônicos do padre Coughlin, no final da década de 1930, atacaram o [[New Deal]] de [[Franklin Delano Roosevelt|Franklin D. Roosevelt]] e promoveram a idéia de uma conspiração financeira judaica. Alguns políticos proeminentes compartilhavam tais visões. <ref name=":2" /> Ford deu a conhecer também ao público americano o livro [[Os Protocolos dos Sábios de Sião]], uma fraude da Rússia czarista. Hitler elogiou H.Ford no Mein Kampf,<ref>{{citar livro|título=Mein Kampf|ultimo=Hitler|primeiro=Adolf|editora=Reynal and Hitchcock|ano=1941|local=|páginas=930|acessodata=}}</ref> e o governo alemão condecorou-o em 1938 com a [[Ordem de Mérito da Águia Alemã]]. <ref>{{citar web|url=http://www.axishistory.com/component/content/article/360-germany-unsorted/militaria/8693-order-of-the-german-eagle?highlight=WyJoZW5yeSIsImZvcmQiLCJoZW5yeSBmb3JkIl0=|titulo=Order of the German Eagle|data=24 de Fevereiro de 2013|acessodata=|publicado=Axis History|ultimo=|primeiro=}}</ref> O grau do colaboracionismo de Ford com o nazismo continua a ser objecto de pesquisas de historiadores.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/daily/nov98/nazicars30.htm|titulo=Ford and GM Scrutinized for Alleged Nazi Collaboration|data=30 de Novembro de 1998|acessodata=|publicado=The Washington Post|ultimo=Dobbs|primeiro=Michael}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/1445822/Ford-used-slave-labour-in-Nazi-German-plants.html|titulo=Ford 'used slave labour' in Nazi German plants|data=3 de Novembro de 2003|acessodata=|publicado=The Telegraph|ultimo=English|primeiro=Simon}}</ref>