Antissemitismo: diferenças entre revisões

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A professora estudiosa do [[Holocausto]], [[Helen Fein]] da [[Universidade da Cidade de Nova Iorque]], define o antissemitismo como ''uma estrutura latente persistente de crenças hostis em relação aos judeus como um coletivo, manifestado em indivíduos como atitudes e na cultura como mito, ideologia, folclore e imagens, e em ações &mdash; discriminação legal ou social, mobilização política contra os judeus e violência coletiva ou estatal &mdash; o que resulta em / ou é projetado para distanciar, deslocar ou destruir os judeus como judeus''.<ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/anti-semitism-in-the-eu-introduction|titulo=Anti-Semitism in the European Union: Introduction|data=Dezembro de 2003|acessodata=|publicado=Jewish Virtual Library|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Elaborando a definição de Fein, Dietz Bering, da [[Universidade de Colônia|Universidade de Colónia]], escreve que, para os antissemitas, ''"os judeus não são apenas parcialmente, mas totalmente maus por natureza, ou seja, os seus maus traços são incorrigíveis. Por causa dessa natureza máː (1) os judeus têm de ser vistos não como indivíduos, mas como um coletivo. (2) Os judeus permanecem essencialmente estranhos nas sociedades vizinhas. (3) Os judeus trazem desastre às suas 'sociedades de acolhimento' ou no mundo inteiro, eles estão a fazer isto em segredo, logo, os antissemitas sentem-se obrigados a desmascarar o conspiratório, mau caráter Judaico." '' <ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=VWL4ja2BbnEC&printsec=frontcover&dq=Anti-Semitism:+a+History+and+Psychoanalysis+of+Contemporary+Hatred.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiCh-DNktTbAhVFPRQKHc4mCDUQ6AEIKTAA#v=onepage&q=Anti-Semitism%3A%20a%20History%20and%20Psychoanalysis%20of%20Contemporary%20Hatred.&f=false|título=Anti-semitism: A History and Psychoanalysis of Contemporary Hatred|ultimo=Falk|primeiro=Avner|editora=Praeger Publishers|ano=2008|local=|páginas=5|acessodata=}}</ref>
 
Para Sonja Weinberg, distinto do antijudaísmo econômico e religioso, o antissemitismo em sua forma moderna mostra inovação conceitual, um recurso à "ciência" para se defender, novas formas funcionais e diferenças organizacionais. Foi anti-liberal, racialista e nacionalista. Promoveu o mito de que os judeus conspiravam para "judificar" o mundo; serviu para consolidar a identidade social; canalizou as insatisfações entre as vítimas do sistema capitalista; e foi usado como um código cultural conservador para combater a emancipação e o liberalismo. <ref name=":0" />
 
Bernard Lewis define o antissemitismo como um caso especial de preconceito, ódio ou perseguição dirigido contra pessoas que são de alguma forma diferentes das demais. Segundo Lewis, o antissemitismo é marcado por duas características distintas: os judeus são julgados de acordo com um padrão diferente daquele aplicado aos outros, e são acusados ​​de ''mal cósmico''. Assim, "''é perfeitamente possível odiar e até mesmo perseguir os judeus sem necessariamente ser anti-semita"'' a menos que esse ódio ou perseguição exiba uma das duas características específicas do anti-semitismo. <ref>{{citar web|url=https://historynewsnetwork.org/blog/21832|titulo=The New Anti-Semitism|data=14 de Agosto de 2006|acessodata=|publicado=History News Network (HNN)|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard}}</ref>
 
Em 2005, o [[Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia]] (''European Monitoring Centre on Racism and Xenophobia'') então uma agência da União Europeia, desenvolveu uma definição mais pormenorizada, que afirma:&nbsp; ''o antidsemitismoantissemitismo é uma certa percepção dos judeus, que pode ser expressa como ódio para com os judeus. Manifestações retóricas e físicas do antissemitismo são dirigidas para indivíduos judeus ou não-judeus e/ou sua propriedade, para instituições comunitárias judaicas e instalações religiosas'' e também acrescenta que ''tais manifestações também poderiam atingir o Estado de Israel, concebido como uma coletividade judaica,'' mas que a ''crítica de Israel, semelhante à feita contra qualquer outro país, não pode ser considerado como antissemita.'' A definição também lista os modos de ataque a Israel que poderiam ser antissemitas, e afirma que negar ao povo judeu o seu direito à auto-determinação, por exemplo, alegando que a existência do estado de Israel é um empreendimento racista, pode ser uma manifestação do antissemitismo - assim como aplicar critérios duplos, exigindo de Israel um comportamento não esperado ou exigido de qualquer outra nação democrática, ou fazendo os judeus coletivamente responsáveis pelas ações do estado de Israel.<ref>{{citar web|url=https://www.webcitation.org/5mYZH56QA?url=http://fra.europa.eu/fraWebsite/material/pub/AS/AS-WorkingDefinition-draft.pdf|titulo=WORKING DEFINITION OF ANTISEMITISM|data=|acessodata=15 de Junho de 2018|publicado=EUMC (Arquivado em WebCite)|ultimo=|primeiro=}}</ref> Esta definição nunca foi oficializada, <ref>{{citar web|url=https://www.jpost.com/Jewish-World/Jewish-News/What-is-anti-Semitism-EU-racism-agency-unable-to-define-term-334043|titulo=What is anti-Semitism? EU racism agency unable to define term|data=5 de Dezembro de 2013|acessodata=|publicado=The Jerusalem Post|ultimo=|primeiro=}}</ref>contudo ganhou uso internacionalː foi adotada pelo Grupo de Trabalho do Parlamento Europeu sobre Antissemitismo, <ref>{{citar web|url=https://www.antisem.eu/projects/eumc-working-definition-of-antisemitism/|titulo=EUMC working definition of antisemitism|data=6 de Junho de 2018|acessodata=|publicado=Antisem.eu|ultimo=|primeiro=}}</ref> pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, <ref>{{citar web|url=https://www.state.gov/s/rga/resources/267538.htm|titulo=Defining Anti-Semitism|data=26 de Maio de 2016|acessodata=|publicado=U.S. Department of State|ultimo=|primeiro=}}</ref> pela Campanha Contra o Anti-semitismo,<ref>{{citar web|url=https://antisemitism.uk/definition/|titulo=What is Antisemitism?|data=|acessodata=15 de Junho de 2018|publicado=Campaign Against Antisemitism|ultimo=|primeiro=}}</ref> e pela ''International Holocaust Remembrance Alliance'', <ref>{{citar web|url=https://www.holocaustremembrance.com/media-room/stories/working-definition-antisemitism?usergroup=5|titulo=Working Definition of Antisemitism|data=27 de Junho de 2016|acessodata=|publicado=International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA)|ultimo=|primeiro=}}</ref> tornando-se a definição mais amplamente adotada de antissemitismo no mundo.
 
== Raízes do antissemitismo ==
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Os [[Califado Almóada|Almóadas]], que tinha tomado o controle do Magrebe dos Almorávidas e dos territórios andaluzes cerca de 1147, eram muito mais fundamentalistas em comparação com seus antecessores, e eles trataram os ''dhimmis'' severamente. Confrontados com a escolha de morte ou conversão, muitos judeus e cristãos emigraram.<ref name=":1">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20090213223723/http://www.myjewishlearning.com/history_community/Medieval/IntergroupTO/JewishMuslim/Almohads.htm|titulo=The Almohads -The seizure of power in the Maghreb by a fanatical sect disrupted the relations between Muslims and Jews.|data=|acessodata=20 de Junho de 2018|publicado=MyJewishLearning (Arquivado em WayBack Machine)|ultimo=Roth|primeiro=Norman}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20070728230344/http://www.theforgottenrefugees.com/index.php?option=com_content&task=view&id=66&Itemid=39|titulo=Historical Timeline|data=|acessodata=20 de Junho de 2018|publicado=The Forgotten Refugees (Arquivado em WayBack Machine)|ultimo=|primeiro=}}</ref> alguns, como a família de [[Maimônides]], fugiram para o leste para terras muçulmanas mais tolerantes,<ref name=":1" /> enquanto alguns outros foram para o norte para se estabelecerem nos reinos cristãos em crescimento. <ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/sephardim|titulo=Judaism: Sephardim|data=|acessodata=20de Junho de 2018|publicado=Jewish Virtual Library|ultimo=Weiner|primeiro=Rebecca}}</ref>
 
Durante a Idade Média na Europa houve perseguição contra os judeus em muitos lugares, com acusações de sacrifícios humanos, expulsões, conversões forçadas e massacres. Uma das principais justificações do preconceito contra os judeus na Europa era religiosa. [[Marvin Perry]] e [[Frederick Schweitzer]] comentam que segundo os Evangelhos e a sua interpretação de séculos, os judeus são considerados como" ''os assassinos de Jesus Cristo"'', um povo ''"condenado para sempre a sofrer exílio e degradação &mdash; transformado na própria encarnação do mal''".<ref>{{citar livro|título=ANTISEMITISM
Myth and Hate from Antiquity to the Present
MARVIN PERRY AND